Nº 22 - Março/Abril de 1999

DISCURSOS DO MESTRE BUDA

Como Desenvolver a Amizade

Buddha Muchalinda - Estilo Kherm

Neste discurso (sutta/sutra) Buda descreve como uma pessoa deve proceder em relação a outra afim de criar sentimentos mútuos de solidariedade, amizade e respeito.
"Há seis situações que são conducentes a amizade, que engendram sentimentos de estima, de respeito, formam sentimento de solidariedade, de harmonia, geram um estado de unidade e ausência de competitividade."
Quais são essas seis situações?
"Existe a situação em que a pessoa, tendo boa vontade, executa trabalhos físicos para seus colegas, tanto na presença como na ausência deles. Esta atitude é conducente a amabilidade, engendra sentimentos de amizade, de respeito, cria espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competitividade."
"Além disso, se a pessoa emprega palavras de benevolência para com seus colegas, quer esteja na presença, quer na ausência deles, esta atitude gera amabilidade, engendra sentimentos de estima, de respeito, cria espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competi­tividade."
"Além disso, se a pessoa tem pensamentos de benevolência para com seus colegas, quer esteja na presença, quer esteja na ausência deles, esta atitude gera amabilidade, cria sentimentos de estima, de respeito, cria espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competitividade."
"Além disso, se a pessoa através de atividades honestas obtiver ganhos também honestos, embora se­jam pequenos esses ganhos, vir a compartilhá-los com seus colegas, esta atitude gera amabilidade, cria sentimentos de estima, de respeito, cria espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competitividade."
"Além disso, com referência as virtudes, se são íntegras, incontestáveis, imaculadas, perfeitas e que libertam, conduzindo à concentração e se são louvadas pelo sábio - a pessoa convive com suas virtudes em harmonia com as de seus colegas, quer na presença quer na ausência deles. Esta atitude é conducente a amabilidade, engendra sentimentos de estima, de respeito, cria espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competitividade."
"Além disso, com referência a pontos de vista, se são nobres, se conduzem os que agem de acordo com eles ao fim do sofrimento e do estresse - a pessoa convive com seus pontos de vista em harmonia com de seus colegas, tanto em sua presença como na ausência. Esta atitude é conducente a amabilidade, engendra sentimentos de amizade, de respeito, cria espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competitividade."
"Essas são as seis situações que conduzem a amabilidade, que engendram sentimentos de amizade, sentimentos de respeito, criam um espírito de solidariedade, de harmonia e um estado de unidade, com ausência de competitividade."
Assim falou o Mestre.
Saraniya Sutra - Anguttara Nikaya - VI - 12

POR QUE SOFREMOS
Tulku Thondup


Nossa mente cria a experiência tanto da felicidade como do sofrimento, e a faculdade de encontrar a paz está dentro de nós. Em sua verdadeira natureza, a mente étranqüila e iluminada. Todo aquele que compreender isso já está no caminho da sabedoria.
O Budismo se articula sobre o princípio das duas verdades: a verdade absoluta e a verdade relativa. A verdade absoluta é: a verdadeira natureza da nossa mente e do universo é iluminada, tranqüila e perfeita. Por verdadeira natureza da mente o Budismo nyingma designa a união entre conhecimento perceptivo e receptividade.
A verdade relativa, ou convencional, é todo o espectro da vida corriqueira: a vida terrena, passageira e impermanente, de nascimento e morte que os budistas chamam de samsara - o mundo é lugar de sofrimento, de mudança incessante e de ilusão, porque a face da natureza verdadeira foi obscurecida pelos nossos hábitos mentais e tribulações emocionais, cujas raízes estão fincadas no nos­so apego ao "eu".
No pensamento ocidental, o "eu" costuma significar o estado de pessoalidade ou a consciência egóica do "eu, do mim e do meu". O Budismo contém esse sentido de "eu", mas também o compreende como todo fenômeno ou objeto, seja o que for, a que podemos nos apegar como se fosse uma entidade realmente existente. Pode ser o eu de uma pessoa ou de uma mesa, o eu do dinheiro ou de uma idéia.
Se nos apegarmos a essas coisas, vamos considerá-las de maneira dualista, como um sujeito apegando-se a um objeto. A partir disso, a mente começa a diferenciar, a separar e a rotular as como na idéia de que "eu" gosto "disto" ou "eu" não gosto "daquilo". Se pensamos que "isto" é bom, o apego aflora; se pensamos que "aquilo" não é tão bom, a dor pode surgir. Podemos ansiar por algo que não temos ou temer a perda do que temos, ou então sentirnos deprimidos por tê-lo perdido. Com o progressivo enrijecimento da mente, sentimos uma crescente excitação ou dor, e temos então o ciclo do sofrimento.
Com a nossa mente "relativa", ou corriqueira, apegamo-nos ao "eu" como se ele fosse firme e concreto. Contudo, o "eu" é uma ilusão, visto que tudo o que se encontra na experiência de samsara é transitório e mutável e caminha para a morte. A nossa mente corriqueira considera o "eu" como algo que de fato existe como entidade independente. Na visão budista, no entanto, o "eu" não tem existência real; ele não é algo fixo e sólido, mas uma mera designação rotulada pela mente. E o "eu" não é uma entidade independente. Nessa concepção, tudo funciona de maneira interdependente, de modo que não existe nada com uma qualidade ou natureza verdadeiramente independente.
No Budismo, a lei de causa e efeito recebe o nome de CARMA.
Toda ação tem um efeito correspondente; todas as coisas são interdependentes. As sementes tornam-se brotos verdes e depois árvores, flores e frutos, que produ­zem sementes outra vez. Temos aqui um exemplo muito simples da causação. Em decorrência do carma nossas ações plasmam o mundo da nossa vida. Vasubandhu, o mais importante autor do budis­mo mahayana no campo da meta­física, disse: "devido ao carma (ações), vários mundos nascem".
O apego cria carma negativo: nossas tendências e hábitos negativos. Mas nem todo carma é negativo, embora muitos, erroneamente, pensem assim. Também podemos criar carma positivo, e é com isso que a cura está relacionada. O forte apego ao "eu" cria carma negativo. O carma positivo ameniza esse apego e, enquanto vamos relaxando, encontramos o nosso centro tranqüilo e ficamos mais felizes e saudáveis.
O Poder Curativo da Mente - Editora Pensamento.

PRÁTICA PARA O CHEFE DE FAMÍLIA
Jack Kornfield e Paul Breiter


Vocês costumam indagar sobre o caminho do chefe de família. A vida doméstica é, ao mesmo tempo, fácil e difícil - difícil de viver, fácil de entender.
Você quer que os membros da sua família o apreciem, entendam por que você age de determinada maneira; eles, porém não têm essa capacidade. Sua atitude pode ser de intolerância, de teimosia. Explique as coisas da melhor forma que puder; faça um esforço honesto e depois, deixe que as coisas sigam o seu curso. Se você sente uma dor e vai ao médico, mas ele e todos os remédios não conseguem curá-lo, que mais você pode fazer senão deixar que as coisas sigam o seu curso?
Se você pensa em termos de minha família, de minha prática, esse tipo de ponto de vista, voltado para si mesmo, representa apenas um outro motivo de sofrimento. Não pense em encontrar a felicidade sozinho ou em companhia de outros - viva apenas com o Dharma. O Budismo ajuda a superar problemas, mas precisamos antes desenvolver a Sabedoria.,. Você simplesmente não joga arroz numa panela com água e imediatamente tem o arroz cozido. Você precisa acender o fogo, esperar a água ferver e deixar que o arroz cozinhe durante o tempo necessário. Com sabedoria, os problemas podem ser resolvidos, levando em conta o carma dos seres. Compreendendo a vida familiar, você aprender muito sobre o carma, sobre a lei de causa e efeito e começar, no futuro, a tomar cuidado com as suas ações. Imagem de Buddha com Aura
A prática em grupo, num mosteiro ou num retiro, não é tão dura; devido à sua inexperiência, é bom meditar em companhia de outras pessoas. Mas quando volta para casa, você acha difícil meditar sozinho; julga-se preguiçoso ou incapaz de encontrar tempo. Você renunciará ao seu poder pessoal, projetando-o em terceiros, em professores e em situações externas a si mesmo. Acordei Você cria o seu próprio mundo. Você quer praticar ou não?
Assim como os monges precisam se empenhar nos preceitos e práticas ascéticas, cultivando a disciplina que conduz à libertação, assim também devem agir os leigos. Quando realizam as práticas no recesso de seus lares, devem se esforçar para aprimorar os preceitos básicos. Lute por colocar o seu corpo e a sua fala em ordem. Faça um verdadeiro esforço, pratique continuamente. Quanto a concentrar a mente, não desista porque você tentou uma ou duas vezes e não encontrou a paz. Por que isso não requereria bastante tempo? Durante quanto tempo você permitiu que a sua mente vagasse em liberdade, sem exercer sobre ela o mínimo controle? Por quanto tempo você consentiu que ela o levasse pelo nariz? É de espantar que um mês ou dois não tenham sido suficientes para tranqüilizá-la?
Claro que a mente é difícil de ser treinada. Quando um cavalo é realmente teimoso, não lhe dê ração por algum tempo - ele mudará de comportamento. Quando começar a lhe obedecer, dê-lhe um pouco de comida. A beleza do nosso tipo de vida está em que a mente pode ser treinada. Com o nosso próprio esforço correto, podemos chegar à sabedoria.
Para viver a vida dos leigos e praticar o Dharma, precisamos estar no mundo, mas acima dele. A virtude, começando com os Cinco Preceitos básicos, é o que mais importa, é a raiz de todas as coisas boas. É a base para removermos da mente o erro, as causas da angústia e a agitação. Torne a sua virtude bem real. Então, quando a ocasião se apresentar, pratique a meditação formal. Às vezes, ela será boa, outras vezes não. Não se preocupe com isso - apenas não desista. Se surgirem dúvidas, fique certo de que elas são transitórias, como tudo mais que existe na mente.
Da sua insistência nascerá a concentração. Use-a para chegar à sabedoria. Sinta o prazer e o desprazer emergirem do contato dos sentidos e não se apegue a eles.
Não anseie por resultados ou por progresso rápido. Uma criança primeiro engatinha, depois aprende a andar e depois a correr. Mantenha-se firme na virtude e continue a praticar.
Uma Tranqüila Lagoa na Floresta - Editora Pensamento

QUIETUDE
Shuniyu Suzuki


Há um poema Zen que diz: “Depois que o vento cessa, eu vejo a flor que cai. Por causa do pássaro que canta, descubro a quietude da montanha”. Antes que algo aconteça no reino da quietude, nós não sentimos a quietude; só a percebemos quando algo a perturba. Há um ditado japonês que diz: “Para a lua, há nuvem; para a flor, vento”. Quando vemos parte da lua encoberta por uma nuvem, urna árvore ou uma planta, percebemos melhor quão redonda ela é. Quando vemos a lua clara sem nada que a encubra, não percebemos sua redondez do mesmo modo que a percebemos ao vê-la através de alguma outra coisa.
Quando em zazen, você está dentro da completa quietude de sua mente: você nada sente. Está apenas sentado. Mas a quietude que provém desse sentar irá encorajá-lo na vida cotidiana. Assim, você achará de fato o valor do Zen no dia-a-dia, mais do que quando se senta. Porém, isto não significa que você deva negligenciar o zazen. Muito embora nada sinta quando sentado, se não tiver essa experiência do zazen, você nada encontrará em sua vida diária exceto plantas, árvores ou nuvens: você não verá a lua. Eis por que está sempre reclamando de algo. Mas, para o estudante Zen, uma erva daninha que para a maioria das pessoas nada vale - é um tesouro. Com tal atitude, o que quer que você faça, sua vida se torna uma arte.
Quando você pratica zazen não deve procurar atingir nada. Sente-se na completa quietude da sua mente e não busque apoio em coisa alguma. Mantenha o corpo reto sem inclinar-se ou apoiar-se em nada. Manter o corpo reto significa não contar com nada. Dessa maneira, você obterá completa quietude, física e mental. Contar com alguma coisa ou tentar fazer algo no zazen é dualismo; não é quietude total. Na vida diária, geralmente estamos tentando fazer algo, tentando transformar uma coisa em outra ou atingir algo. Essa tentativa é, em si mesma, expressão da nossa verdadeira natureza. O sentido reside no próprio esforço. Temos de descobrir o sentido do nosso esforço antes mesmo de atingir algo. Por esta razão, Dogen disse: “Devemos alcançar a iluminação antes de alcançá-la”. Não é depois de atingir a iluminação que descobriremos seu verdadeiro significado. A própria tentativa de fazer alguma coisa já é iluminação. Quando estamos em dificuldades ou em desgraça, aí temos iluminação. Quando afundamos na lama, aí devemos conservar a serenidade. Achamos muito difícil viver na fugacidade da vida, mas é só dentro da fugacidade da vida que podemos achar a alegria da vida eterna.
Prosseguindo na prática com tal compreensão, você poderá aperfeiçoar-se. Mas, se tentar atingir algo sem essa compreensão, não conseguirá trabalhar sobre isso de forma adequada. Você perderá a si próprio na luta pelo seu objetivo; nada alcançará e continuará a sofrer em meio a suas dificuldades. Com a correta compreensão, poderá fazer algum progresso. Então, faça o que fizer, ainda que não seja perfeito, isso estará baseado na sua natureza mais íntima e, pouco a pouco, alguma coisa será alcançada.
O que é mais importante: atingir a iluminação ou atingir a iluminação antes de atingi-la? Ganhar um milhão de dólares ou desfrutar a vida aos poucos com seu próprio esforço, ainda que seja impossível ganhar aquele milhão? Ter sucesso ou encontrar algum sentido em seu esforço para ser bem sucedido? Se você não sabe a resposta, não será capaz de praticar zazen; se a sabe, terá encontrado o verdadeiro tesouro da vida.
Notas:

Dogen (1200-1253) - Primeiro Mestre da Escola Zen-budista Soto.
Zazen - meditação no Zen-budismo.
Mente Zen, Mente de Principiante - Editora Palas Athena

A MEDITAÇÃO REVELA E CURA
Thich Nhat Hanh


O estado de paz e relaxamento que alcançamos quando sentamos com a mente alerta difere fundamentalmente do estado de indolência e semiconsciência de quem descansa ou dormita. Sentar para meditar em tal estado, longe de estar alerta, é como estar sentado dentro de uma escura caverna. Quando sentamos com a mente alerta, não apenas nos sentimos descansados e contentes mas também superdespertos. Sino
Meditação não é evasão; é um sereno confronto com a realidade. Para praticá-la a pessoa precisa estar alerta como o motorista de um carro; se a mente não estiver desperta, ela será arrastada pela dispersão e esquecimento, exatamente como um motorista desatento pode ser levado a causar um grave desastre. Você deve estar alerta como alguém caminhando sobre um fio de arame - qualquer descuido pode levá-lo à morte. Deve ser como um cavaleiro medieval caminhando desarmado por uma floresta de espadas. Deve ser como o leão que avança com passo vagaroso, brando e firme. Somente com essa total vigilância é que você poderá alcançar o despertar.
Para os principiantes, recomenda-se o método de simples reconhecimento. Eu disse que esse reconhecimento deve ser feito sem julgamento: tanto a compaixão como a irritação devem ser recebidas, reconhecidas e tratadas com absoluta igualdade, pois elas são nós mesmos. A tangerina que estou comendo sou eu mesmo. A mostarda que estou plantando sou eu mesmo, eu planto com todo coração e toda alma. Eu limpo esta chaleira com a mesma atenção com que daria banho no bebê Buda. Nenhuma coisa deve ser tratada com menos cuidado do que outra. Para a mente alerta, compaixão, irritação, planta de mostarda, chaleira, todos são iguais, todos são Budas.
Quando estamos dominados por tristeza, ansiedade, ódio, paixão, ou seja o que for, podemos achar difícil praticar o método de simples observação e reconhecimento. Nesse caso é melhor se voltar para o método de meditar num objeto fixo, usando o próprio estado mental em que se encontra como objeto da meditação. Essa meditação revela e cura. A tristeza, a ansiedade, o ódio ou a paixão, sob a mira da nossa concentração e meditação revelam sua própria natureza. E a revelação leva naturalmente à cura e emancipação. Se foi tristeza a causa de sua dor, use-a como meio para libertar-se da tortura e do sofrimento. Chamamos a isto, usar um espinho para remover um espinho. Devemos tratar nossa ansiedade, dor, ódio e paixão, com brandura, não resistindo, mas vivendo com eles, fazendo as pazes com eles, penetrando em sua natureza através da meditação na interdependência. O praticante imaginoso sabe como selecionar o tema de meditação que melhor corresponde a cada situação. Temas como interdependência3 compaixão, vacuidade-do-eu, desapego todos pertencem à categoria de meditação que tem o poder de revelar e curar.
Meditar nesses temas, no entanto, só pode ter resultado se tivermos um certo poder de concentração. E esse poder é adquirido através da prática de alertar a mente na vida diária, observando e reconhecendo tudo o que está acontecendo conosco. O objeto da meditação deve ser algo com raízes em você mesmo; não pode ser apenas um tema para especulação filosófica. Deve ser como certo tipo de comida que precisa ser cozida por longo tempo no fogo. A panela somos nós mesmos, e o calor usado para cozinhar é o poder de concentração. O combustível vem da contínua prática de alertar a mente. Sem o necessário calor, a comida não cozinhará nunca. Mas uma vez cozida, ela revela sua natureza e nos ajuda a chegar à libertação.
Para Viver em Paz - Editora Vozes

PALAVRAS DO MONGE BUDISTA ACHAAN CHAH

Achaan Chah avisa: quando você colhe cogumelos, precisa saber quais procurar. Quando assume o compromisso de seguir uma prática espiritual, precisa saber que atitudes tomar, que perigos evitar e que qualidades mentais encorajar.
Neste ponto, ele enfatiza a necessidade de treinar a nossa persistência e coragem, cultivando o firme desejo de encontrar O Caminho do Meio e de trilhá-lo, apesar das fraquezas e das tentações. Quando a avareza, o ódio ou a ilusão despontarem, ele avisa: não se deixe vencer! Não perca a coragem! Permaneça firme e atento à sua resolução!
À medida que o seu treinamento progride, você verá que toda a experiência por que passar é transitória e, portanto, insatisfatória.
Descobrirá, em primeira mão, a verdade perpétua desses aspectos em toda a existência, e começará a aprender o caminho da liberdade: o desapego. Mas Achaan Chah lembra-nos que isso exige a disposição de investigar tanto os nossos sofrimentos como as nossas alegrias, com igual estado de espírito.
Quando o coração se torna sereno e a mente clara, estamos mais perto da verdade, daquilo que Achaan Chah chama de "Apenas isso". O Dharma, a Verdade, é realmente muito simples. Todas as coisas que surgem e que passam, todo o mundo dos fenômenos em mutação, são realmente só "isso"! Quando descobrimos verdadeiramente o que isso significa, então, neste nosso mundo, teremos encontrado a paz.

Embora uma pessoa viva cem anos, ignorante e irrefletida,
Melhor mesmo é a vida de um dia, sábia e refletida.
Mais vale um só dia vivido com coragem e esforço correto,
Que cem anos vividos na indolência e dissipação.

Dhammapada v. 111 e 112

Ele me maltratou, ele me bateu, ele me derrotou, ele me robou,
Naqueles que não obrigam tais pensamentos o ódio se aplaca.

Dhammapada v. 4

O ódio jamais é vencido pelo ódio,
O ódio só se extingue com o amor; esta é uma lei antiga.

Dhammapada v. 5

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