Um jovem atleta japonês, nascido a 6 de agosto de 1945, em Hiroshima - data e local em que ocorreu o primeiro bombardeio atômico da história da humanidade -, conduziu a tocha olímpica ao Estádio de Tóquio, abrindo os XVIII Jogos Olímpicos.

Inaugurada pelo imperador Hiroíto, essa primeira Olimpíada asiática contou com a participação de 5140 atletas, de 93 países, e foi transmitida pelo satélite Syncom III, colocado em órbita especialmente para esse evento. O meticuloso senso de organização dos japoneses foi um fator decisivo para o brilhantismo dos Jogos.

Eram admiráveis as instalações construídas para a realização dos torneios: o estádio, projetado pelo arquiteto e professor universitário Kenzo Tange e que tinha capacidade para 75.000 pessoas, e a Vila Olímpica, formada por casas tipicamente japonesas, ocupando uma área arborizada ao redor de uma praça.

Como já vinha ocorrendo nas Olimpíadas anteriores, os norte-americanos e os soviéticos foram as grandes atrações dos Jogos de Tóquio. Os atletas dos EUA, que conquistaram o maior número de medalhas de ouro - 36 no total -, triunfaram principalmente nas provas de atletismo: o veterano Al Gert Oerter venceu pela terceira vez consecutiva no arremesso de disco, e Don Schollander surpreendeu o mundo, conquistando quatro medalhas de ouro nas provas de natação. Os atletas da União Soviética, por sua vez, levaram para seu país trinta medalhas de ouro. Entre eles destacou-se o campeão de salto em altura, Valerij Brumel. O Japão obteve a terceira colocação na classificação geral, com dezesseis medalhas de ouro. Mas o espetáculo esportivo em Tóquio não ficou por conta apenas das grandes delegações que lideraram as provas.

Alguns atletas integrantes de representações de menor porte também conseguiram atrair a atenção do público que acompanhou as disputas olímpicas. É o caso da nadadora australiana Dawn Frase - que reafirmou sua posição de campeã - e do etíope Abebe Bikila - pela segunda vez, vencedor da maratona.

Os atletas brasileiros não apresentaram um desempenho satisfatório nos Jogos de Tóquio. O melhor resultado foi o da equipe masculina de basquetebol, que ficou em terceiro lugar; Aída dos Santos obteve a quarta classificação na prova final de salto em altura.