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Os animais e a religião-

 Ganesha & Hanuman

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"Para o historiador das religiões, toda manifestação do sagrado é importante; todo rito,mito, crença ou figura divina reflete a experiência do sagrado, e por conseguinte implica as noções de ser, de significação e de verdade"
- Mircea Eliade -

No âmbito da história das religiões, para entender a sacralização dos animais, é preciso voltar ao início da história humana e de sua relação com o mundo animal. Durante dois milhões de anos aproximadamente, os Paleantropídeos viveram da caça; os frutos, as raízes, os moluscos etc, recolhidos por mulheres e crianças, eram insuficientes para assegurar a sobrevivência da espécie. A caça determinou a divisão do trabalho de acordo com o sexo, reforçando assim a "hominização". Entre os carneivoros, e em todo o mundo animal, essa diferença não existe. A incessante perseguição e o sacrifício do animal acabaram por criar um sistema de relações entre o caçador e a caça. Surgiu uma espécie de "solidariedade mística" entre o caçador e suas vítimas: o sangue animal derramado é muito semelhante ao sangue humano, revela o parentesco entre ambos, parentesco este reconhecido pela solidariedade onde abater o animal equivale a um "sacrifício" em que as vítimas são intermutáveis. Esta solidariedade mística, de origem tão arcaica, sobrevive até hoje, em várias religiões.

A esperiência do sagrado é um atributo da consciência que encontra expressão em ritos e formas plásticas. Estas formas se transformam em documentos históricos. Quando nosso recorte da realidade remonta à pré-história, estes documentos plásticos são nossas únicas provas. A sacralização de animais como tendo origem em época tão remota, é indubitávelmente provada por achados arqueológicos que falam por si só: do período paleolítico em diante, encontramos túmulos com ossadas humanas rodeadas de ossadas animais, especialmente crânios, dispostos de forma cuidadosa, desenhos rupestres representando ritos que envolvem animais são frequentes; entre os maiores exemplos mágico-religiosos estão: a sepultura de uma criança rodeada com chifres de cabritos montanheses em Teshik Tash no Uzbequistão, a sepultura de Chapelle-aux-Saints, a de Ferrassie, ossadas de ursos nas cavernas dos Alpes, pinturas expalhadas por todo o mundo etc.

Além destes achados arqueológicos, a existência de figuras divinas em forma animal, já na nossa era, e sobrevivendo contemporaneamente, são dados sintomáticos desta difícil e contraditória relação entre os mundos humano e animal, animal este que é tanto amigo quanto inimigo, divino e selvagem, subalterno e senhor, rejeitado e mistificado, em suma, integrante indispensável do nosso mundo.

Dentre as grandes civilizações, a indiana é uma das que mantém mais viva a simbologia divina dos animais: o Deus Ganesha (corpo humano e cabeça de elefante), Hanuman (Macaco), Naja (Cobra), etc.

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