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Resenhas de Babel: Cultura, Literatura, Filosofia e outros assuntos chatos

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A verdade como meio e não fim




Alexandre Gomes

"Primeiramente sabe-se que uma teoria é atacada por absurda, em seguida como óbvia e insignificante, finalmente é vista como tão importante que seus adversários a reivindicam-na para si" (William James, Concepção da Verdade no Pragmatismo)

Falei rapidamente sobre William James em artigo anterior no qual comentava a alma norte-americana. Na ocasião disse que o pragmatismo, corrente filosófico do qual ele foi um dos idealizadores, só poderia ter surgido nos Estados Unidos, país avesso à história e aos debates aparentemente estéreis.
Em primeiro lugar é preciso desfazer a má imagem que o termo pragmatismo de imediato deve causar a algum escasso leitor destas páginas. No senso comum pragmático é o indivíduo sem qualquer princípio ou escrúpulo, que não vacila em usar qualquer meio para atingir seus fins. Nada disto tem nada a ver com as idéias de James.
Talvez o grande mérito de James tenha sido virar de ponta cabeça três séculos de história da filosofia ao inverter o sentido das indagações existenciais que semrpe preocuparam os pensadores. Independente de suas idéias serem válidas ou não, elas convidam o leitor a refletir de uma forma nova sobre velhos problemas e neste sentido quase se equipara a Sócrates que formulou quase todos os problemas sobre os quais os filósofos se debruçam até hoje.
O conjunto das idéias de James é muito complexo e extenso para ser exposto de forma breve aqui, por isso, a título de exemplo discuto apenas o conceito de verdade do Pragmatismo Filosófico. Borges citava à exaustão a frase de Quincey - se não me engano - segundo a qual os homens são aristotélicos ou platônicos, ou imaginam que a realidade última não pode ser conhecida ou que pode ainda que este esforço seja descomunal.
James, ao tratar da verdade - e portanto do quanto podemos conhecer da realidade - tem uma abordagem que, de certa forma, rompe com esta dicotomia. A ele não interessam as causas, mas as consequências e a partir destas consequências que irá definir a verdade.
Escreve-se em outro idioma que Não o inglês e James diria que a verdade "está"e não "é". Impedido de utilizar esta conceituação proque os dois verbos são um em inglês, o autor diz que a verdade acontece, e não é. A verdade é portanto um processo, justamente o processo de verificar-se, validar-se.
À noção de que a verdade significa a correspondência com a realidade - terreno pantanoso no qual mais de um filósofo já se atolou - James contrapõe o argumento que a verdade é aquilo que se aceitamos como verdadeiro nos permite interagir corretamente com a realidade. Ela é portanto um meio, não um fim. "Um meio preliminar em direção à realização de outras necessidades vitais", para usar o conceito do autor.
Ele exemplifica o conceito com o caso de um relógio na parede. Nenhum de nós, salvo um relojoeiro tem a necessidade de um exame criterioso de todas as peças do relógio para saber que ele existe. Ocuparíamos infinitas partes de nosso tempo se para verificar que o relógio existe precisávemos verificar cada uma de suas peças, seus mecanismos mais intricados, refletíssemos sobre o tempo e a possibilidade ou não de sua verificação, apenas aceitamos que o relógio existe e que ele marca horas as quais usamos para marcar nossos compromissos e afazeres.
Quase que com a mesma naturalidade James discute a questão da fé. O fato da crença em Deus nos fazer mais felizes, mais seguros, consolados, melhores até, é suficiente para que esteja comprovada a existência de Deus como uma "verdade pragmática". "É verdadeiro porque é útil", proclama ele.
É evidente que a aplicaçõa em larga escala deste tipo de noçào leva a alguns conflitos ainda sem solução. Quase que como o solipsismo atordoava os partidários do idealismo filosófico, uma noção como a de James também gera o conflito da multiplicidade de verdades, em especial quando se discute questões morais e éticas.
Mas há neste mesmo sentido um ponto positivo em James que é a da criação de uma filosofia que admite a pluralidade, que cria mesmo um Universo Plural ou um Multiverso. Curioso que só hoje esta percepção começa a ganahr realidade, talvez confirmando a hipótse de James na frase que serve de epígrafe a este texto já que o tema da pluralidade ganha espaço até mesmo em sistemas de pensamento que tendiam ao exclusivismo excludente, como o marxismo.

Alexandre Gomes é editor do PRIMEIRA PÁGINA


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São Carlos, Terça-feira, 29 de Fevereiro de 2000

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