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Resenhas de Babel: Cultura, Literatura, Filosofia e outros assuntos chatos

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Os feitores da era da informação

 


Alexandre Gomes

"Julgarás um homem tanto por seus amigos quanto por seus inimigos" (Conrad, Lord Jim)

Talvez o melhor retrato do elemento típico da "comunidade de informações", que por motivos que fogem ao meu alcance chamam atualmente de Inteligência, seja o dado por Conrad no seu O Agente Secreto, escrito em 1907 e que curiosamente não encontro na bibliografia de Conrad que tenho a mão.
Conrad dizia que nenhum outro livro seu tinha recebido tantas críticas desfavoráveis e realmente quem lê Lord Jim, Nostromo ou Heart of Darkness não vê o mesmo estilo burilado a cinzel de prata no O Agente Secreto. O próprio Conrad acrescenta ao título um "Um simples conto", como símbolo da importância menor da história no conjunto da obra.
Mas o autor, um polonês que conseguiu ser um dos grandes mestres numa língua que não era sua, errou redondamente quando avaliou os motivos do insucesso da obra. Para ele The Secret Agent era um texto datado, algo que só poderia ser entendido por quem tinha vivido aqueles dias de espionagem e tensão.
Não, o romance de Conrad é ainda atual, ainda que não deixe de traçar com até um certo grau de simpatia o araponga que o protagoniza. Mas certamente muito menos simpatia do que os filmes de Hollywood que costumam transformar em ídolos estes indivíduos desprezíveis, esta corja de insetos asquerosos cuja rotina é fazer o trabalho sujo dos poderosos.
Não há Manual Militar que não destaque a importância dos espiões, de do milenar Sun Tzu a Clausewitz, passando por Maquiavel, a Arte da Guerra sempre os apontou como um mal necessário, nunca, entretanto sem apontar mil cuidados que se deve ter com esta espécie.
Já não me lembro mais aonde li, mas um homem sábio aconselhava seu soberano a não confiar nos espiões porque eles receberiam suborno dos inimigos e seriam ignorados pelos amigos, levando no final o príncipe a desconfiar de quem lhe era leal e confiar em quem arquitetava a sua perda. Nada mais verdadeiro.
Já mencionei inúmeras vezes que Dante colocou os que traem seus benfeitores no último compartimento do último círculo do Inferno. Mas o espião está sempre condenado a trair, é algo de sua natureza, porque a traição é o seu negócio e só pode sobreviver às mudanças de poder se estiver sempre pronto a trair velhos benfeitores, tal como fez o arquétipo de toda esta laia, Laurenti Beria.
Mas a preocupação com esta corja não é apenas "literária". É preciso que também se leve em conta estes insetos quando pensamos no futuro, assunto que tem dominado esta coluna que não sei se alguém lê mas que escrevo para estar satisfeito comigo mesmo.
Como já disse anteriormente, em um dos nossos futuros as facilidades de comunicação servem para aproximar as pessoas e criar algo bem próximo a democracia direta grega e o pleno acesso a informação. No outro estes mesmos recursos servem para estabelecer um profundo controle das ações de cada pessoa e para cercear ao máximo o acesso às informações.
Hoje já temos possibilidade de um controle muito mais efetivo e concreto, portanto mais assustador, que as modestas teletelas e o trabalho artesanal do Ministério da verdade na reconstrução da mentira. Felizmente todo este controle ainda não é exercido ainda, espero, mas pode vir a ser tão logo existam condições concretas.
Leio em um artigo do deputado federal José Genoino que existe uma crescente despreocupação, e até ojeriza, em relação a democracia. E é verdade, a democracia perdeu seu valor no imaginário da população, tamanhas foram as picaretagens feitas pelos políticos em seu nome.
Está portanto semeada a seara para o segundo cenário, porque para o primeiro cenário é preciso que as pessoas participem da política e para isto é necessário que amem a democracia. A arapongagem certamente vibra com esta perspectiva porque ela lhes volta a abrir a porta do sucesso.
Como vem demonstrando nos últimos dias em sua coluna o jornalista Cláudio Humberto, a arapongagem do Planalto está mais viva do que nunca, prestigiada como nunca havia sido antes desde a volta da democracia. Isto é um sinal de alarde que deve ser ouvido por todos aos quais a democracia é cara.
Alguém - como já disse, se alguém lê esta coluna - pode se perguntar o que tudo isto tme a ver com Cultura. Tem tudo e só por isso quebrei a promessa que fiz a mim mesmo de não falar de política aqui também.
Em primeiro lugar porque as pessoas de cultura e os artistas estão entre os primeiros alvos de uma sociedade dominada pela "Comunidade de Informações". É o trabalho deles que será muilado, censurado, queimado e é a vida deles que estará em risco.
E em segundo porque é justamente na Oficina Cultural - nosso pequeno templo local da cultura - que tentam a todo custo enfiar o Sr. Luciano Arantes que pior do que os arapongas, sonha em ser um deles. Não resta dúvida que lá sua mediocridade e absoluta falta de experiência na área não permitirá a ele outra função senão a de espionar a vida alheia, tentar intimidar aos outros como já fez comigo no passado.





Alexandre Gomes é editor do PRIMEIRA PÁGINA


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São Carlos, Terça-feira, 29 de Fevereiro de 2000

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