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Resenhas de Babel: Cultura, Literatura, Filosofia e outros assuntos chatos

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Homens e máquinas



Alexandre Gomes

Desde o início da Era Industrial o homem teme ser substituído pelas máquinas. A ficção científica aproveitou-se largamente desta fobia nas mais variadas formas, na quase totalidade das vezes colocando as máquinas como vilões e sempre o medo como um constante na relação do homem com as máquinas, mesmo quando não havia motivo para isto.
Mesmo quando as máquinas não são propriamente os vilões, como nos textos de Asimov, há um perigo sempre visto neles pelos homens. UM desses perigos é o que Asimov aponta no final de "A Fundação e a Terra" no qual um enredo forçado tenta unir algumas dúzias de histórias anteriores aproveitando-se do esqueleto da premiada trilogia Fundação.
Ao final da história um robô com duas dezenas de milhares de anos de conhecimento acumulado tenta dirigir o futuro da humanidade para o que ele acha que seria mais conveniente em termos de futuro. E curiosamente ele é um dos "heróis" da história.
Asimov acreditava que o principal problema dos robôs era que eles acabariam por provocar a estagnação da sociedade humana, perdida num saudável ócio que lhes tiraria a motivação de continuar evoluindo e se multiplicando. Por isso embora os robôs superpovoem suas histórias referentes a um futuro mais imediato, eles estão ausentes nas histórias que falam de um futuro mais distante. Em Fundação, situada 20 mil anos no futuro, por exemplo não há robôs porque num determinado momento do passado eles foram proibidos sequer de serem mencionados.
Um tema recorrente dentro deste tema recorrente é a ambição dos robôs e outras máquinas à condição de humanidade ou - em casos extremos - de superação da humanidade. O mito do Golem, os autômatos e outras histórias similares já enfocavam a questão do status de um ser criado pelo homem, mas a ciência substitui o elemento mágico da transformação a partir do Frankstein de Mary Shelley vulgarizado nas telas sem muita preocupação com o texto original. Na verdade o livro de Shelley chamava-se Um Prometeu Moderno e Frankstein é o nome do cientista e não do monstro, mas tudo isto são pequenos detalhes para o senso comum e a indústria cinematográfica.
A substituição da magia pela ciência como veículo da criação da vida artificial deu uma nova dimensão ao problema porque tornou a história mais plausível para o homem do século XIX-XX que já não acredita mais na magia mas imagina que a ciência não tem limites. Nem por isso a ameaça se tornou mais ou menos real porque o homem medieval acreditava tanto na magia quanto o homem atual acredita na ciência.
Assim o pobre servo achava razoável que algumas palavras mágicas convenientemente pronunciadas pudesse produzir seres estranhos tanto quanto o homem de hoje acha viável a produção de um clone de si mesmo que o substitua. Como não canso de dizer a ciência vem sendo sistematicamente rebaixada à condição de superstição pelo senso comum.
Mas a despeito de tudo isto, qual é o risco real que as máquinas substituam os homens em algum futuro próximo ou remoto? A questão central deste processo é a possibilidade de desenvolvimento de uma vontade própria nas máquinas a ponto delas serem capazes de simular uma sensação tão humana quanto a ambição pelo poder.
Do ponto de vista técnico não haveria limitação a uma sociedade de máquinas suceder à efêmera sociedade humana. As máquinas tem plenas condições não só de fazer sua própria manutenção como de melhorarem a si mesmas, em especial como domínio de novos recursos que em breve estarão disponíveis.
Mas uma sociedade assim não teria uma finalidade ou um objetivo e a carência deste motivo tornaria quase impossível gerar nas máquinas a sede de poder. Todo raciocínio cibernético é sobretudo racional, envolve uma lógica que por mais sofisticada que seja não seria capaz de ultrapassar algumas barreiras.
Uma boa comparação seria entre as grandes corporações e as pequenas empresas. As corporações tem imensos capitais, fenomenal acesso a recursos materiais e humanos e executivos tão bem preparados quanto bem pagos. Mas muitas vezes perdem para pequenas empresas de fundo de quintal, com recursos mínimos.
Uma das razões disto acontecer é que as grandes corporações tem uma aversão ao risco que pode desestabilizar estruturas e produzir expurgos nas direções. Já as pequenas empresas vivem em grande parte do risco, do sonho, em outras palavras: são irracionais algumas vezes.
O homem passou boa parte dos seus séculos de civilização diferenciando-se dos animais por ser racional. Mas são justamente as atitudes irracionais que o distinguem. O animal dificilemtne faz algo completamente inusitado, fora de seus padrões, instintos e experiência, só o homem é capaz de surpreender.

Alexandre Gomes é editor do PRIMEIRA PÁGINA


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São Carlos, Terça-feira, 29 de Fevereiro de 2000

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