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Resenhas de Babel: Cultura, Literatura, Filosofia e outros assuntos chatos

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Máquinas e homens



Alexandre Gomes


"A imprensa exalta o know-how americano desde que tivemos a desgraça de inventar a bomba atômica. Há no entanto qualidade mais importante e mais rara: o saber-para-que. É o Know-for-what que permite que seja determiando não paenas os meios de atingir nossos objetivos, mas também quais devem ser estes objetivos" ( Norbert Wiener, Cybernétique et Société)

Disse rapitadamente ontem que não acredito que as máquinas sejam capazes de substituir os seres humanos. Acho que o risco real não é este, mas outro: o de sermos governados por homens que pensam como máquinas, ou quem sabe, pensam que são máquinas.
A ciência transformada em superstição, chamada por Garaudy de "cientificismo", perde sua vitalidade e se torna um raciocínio limitado. No limite acaba impondo aos homens aquele mesmo tipo de raciocínio lógico e racional pobre, limitado, binário, que apontei ontem como a grande limitação da máquina.
Se, como foi dito antes, uma sociedade dominada por máquinas seria uma sociedade que tenderia a se estagnar porque nunca romperia com os paradigmas que a geraram - não importando quão sofisticada seja sua Inteligência Artificial - o mesmo seria válido se pensarmos em uma sociedade na qual os homens - em especial os dotados de poder de decisão - passaram a pensar como as máquinas.
A questão chave para Garaudy, extremamente preocupado com o tecnocratismo antes mesmo dele ser um problema sério, é que se dissociou o conhecimento da sabedoria. Pensa-se nos meios e esquece-se de refletir sobre os fins é a grande mensagem de Garaudy.
A informática oferece um excelente exemplo deste processo. Digo de cara que sou um entusiasta da informática desde o tempo dos velhos MSX, Spectrums e similares e me sinto perfeitamente a vontade com computadores, internet e coisas do tipo e no meu computador podem ser encotnrados semrpe as últimas versões dos softwares que uso, portanto não se trata de uma opinião de um ressentido.
A informática é essencialmente um meio, mas é tratada como um fim. Quando uma emrpesa decide se informatizar ela simplesmente resolve quais computadores vai comprar e quanto isto vai custar, e em geral adquire o "grito da moda"de hardware e software. Depois disto boa parte delas se considera "informatizada". Uma ou outra mais séria se rpeocupa em incluir no pacote um treinamento básico para funcionários para os programas mais utilizados e apresenta isto como se fosse uma grnade coisa e não como um passo óbvio.
E então chega-se a hora de colocar alguns modems e conectar a emrpesa à Internet colocando "toda a informação do mundo ao alcance dos funcionários". Pouco importa que raramente eles saibam como chegar até ela ou, na melhor das hipóteses, o que fazer com esta informação para melhorar a si próprios e às empresas.
Esta cena diariamente repetida em cada vez mais empresas simplesmente deixa de lado o essencial de todo o processo. Antes de consultar revendedores de soft e hardware, que fornecerão nos meios, o dono da emrpesa precisaria ter refletido sobre os fins. O que significa isto?
A primeira pergunta seria: porque informatizar?
As respostas, quando se pensou na pergunta, o que já é um caso raro, seria "para aumentar a eficiência da emrpesa". Alguns gráficos até poderiam ilustrar este ganho de produtividade, mas a resposta mais sincera na imensa maioria dos casos seria: "para mostrar aos nossos clientes que a empresa é moderna" ou "porque tudo mundo está fazendo isto".
Vejo cotidianamente em escritórios de amigos que muitas vezes aquele computador de última geraçõa colocado sobre a mesa é pouco mais que um símbolo de adesão à modernidade. Ele cumpre a mesma função que há algumas décadas cumpria o altar na casa ou local de trabalho das pessoas devotas. Um simbolizava a adesão formal e solene à fé católica, o outro simboliza a crença na fé da modernidade.
Do ponto de vista funcional aquele computador é pouco mais do que um substituto muito complicado - e mais caro - de uma máquina de escrever. De todos os fantásticos recursos colocados lá pelos programadores apenas uma parte infinitesimal é aproveitada. Como se utiliza apenas o feijão-com-arroz do menu a sucessiva atualização de software - e consequentemente o aumento das exigências de hardware - são vistas pelos pobres funcionários como um encargo a mais, como um símbolo da opressão do computador.
Um exemplo tão concreto como comum. O processador de textos do Word for Windows 2.0 cumpre todas funções básicas que a imensa maioria dos usuários demanda. Mas depois dele já vieram 3 outras versões (6.0, 95, 97 e agora a 98). Quem utiliza o computador como máquina de escrever não ganhou praticamente nada com as mudanças, mas teve de esquecer tudo que já havia aprendido sobre a versão anterior para aprender uma nova.

Alexandre Gomes é editor do PRIMEIRA PÁGINA


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São Carlos, Terça-feira, 29 de Fevereiro de 2000

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