Universo Online
Web Sites Pessoais

Precisa de ajuda em seus trabalhos escolares? Quer ajuda na sua pesquisa bibliográfica? Sem tempo para terminar sua tarefa?

Resenhas de Babel: Cultura, Literatura, Filosofia e outros assuntos chatos

se não encontrar neste artigo, procure em todo o site:

 

Seja bem vindo nosso visitante no.

Número de visitantes auditado externamente. Clique aqui para ver estatísticas.

Resenhas de Babel: Cultura, Literatura, Filosofia e outros assuntos chatos  - euideia.wmf (1622 bytes)

Resenhas de Babel:

Literatura, Cultura e assuntos afins (Atualizada diariamente)

- arquivo - PE01799A.gif (1627 bytes)

Não está encontrando?

Procure em todos os artigos:

 

Eugenia e outras bobagens perigosas
Modesta Proposta: conto de Ficção Científica - Cap I
Ágora Eletrônica ou teletela cibernética
A ilusão do mundo da informação
A pior da ditaduras
Dinossauros, clones e o unabomber
Modesta proposta para uma utopia futurista

 

(em geral a classificação é arbitrária, é preferível usar a busca interna)

Quer ser informado mensalmente sobre novos artigos?

Quer ser informado mensalmente sobre novos artigos?

fale conosco: resenhas@uol.com.br

Fale conosco 

Meu ICQ: 38880420

 


Dinossauros, clones e o unabomber


Alexandre Gomes

Leio, não sem surpresa, que cientistas anunciam um clone humano para daqui a dois anos. Como já foi dito antes, a ciência separou-se de vez da sabedoria e a sociedade, hipnotizada pela magia do cientificismo, separou de vez a descoberta dos meios da reflexão sobre os fins.
A qualquer tentativa de se fazer esta reflexão a ciência, e ainda mais o cientificismo - a ciência transformada em superstição - reagem com gritos histéricos de "obscurantistas e inquisidores". De uma forma geral consideram-se eles acima e fora da sociedade e imaginam que refletir sobre as consequências de seus experimentos seria uma aberração.
Mesmo assim é necessário refletir sobre isto. A clonagem de seres humanos é uma ameaça séria demais para não merecer que se enfrente a inquisição cientificista. Os riscos são vários, há o risco óbvio de se aniquilar a diversidade genética da humanidade, tornando-a mais suscetível a uma epidemia ou a alguma doença genética.
Quanto se conhece ainda sobre os genes? É algo difícil de responder, mas pode ser suficiente dizer que entre um homem e um chimpansé há menos de 0,5% de diferença. Entre um ser humano e outro esta diferença é ainda mais ínfima, por mais diferenças que eles tenham, revelando que todos os homens surgiram de um pequeno grupo de primatas bem sucedidos.
Esta pequena margem de diferença é importante porque ela derruba um dos mitos centrais do cientificismo segundo o qual ocorre uma evolução permanente e linear no mundo. A própria ciência já tratou de demonstrar o quanto isto é falso e quanto de acaso está presente na chamada evolução.
Mas o senso comum ainda não absorveu por completo estes conceitos de multilinearidade e acaso que permeiam a evolução e continua imaginando o progresso como uma estrada sem encruzilhadas nem trombadas. Um bom exemplo é o dos dinossauros. Teste seus conhecimentos: "os dinossauros se extinguiram porque entraram em um "beco evolucionário" que os transformou em seres grandes demais para conseguir sobreviver, tornando-se ineficientes, certo?".
Talvez o leitor ficará surpreso em saber que a resposta acima, ensinada nos livros didáticos, provavelmente está errada. Diversas pesquisas recentes tem formulado teorias consistentes segundo as quais a extinção dos dinossauros foi provocada pelo choque de um meteorito ou cometa de grandes proporções na Terra, tornando o ambiente impróprio. Os argumentos a respeito disto são convincentes, mas extrapola os objetivos deste artigo apresentá-los.
Esta hipótese de trabalho levantaria a seguinte pergunta, pois bem, se o meteorito não tivesse se chocado com a Terra, será que o mundo ainda seria dominado pelos dinossauros? Será que o homem teria surgido? Vale lembrar que os dinossauros dominaram a terra por dezenas de bilhões de anos, enquanto o ser humano ainda não completou 100 mil anos de existência e 10 mil de civilização.
Voltando à diversidade genética, a pesquisa na área tem demonstrado que ao invés de sermos no nosso passado ante-pré-histórico uma espécie bem sucedida fomos um fiasco à beira da extinção. Dos muitos grupos de humanóides que surgiram apenas um pequeno bando (Adão e Eva?) conseguiu sobreviver e gerar descendentes que hoje enchem o planeta. A fraternidade dos seres humanos não é uma mera ficção ideológica ou teológica, mas um conceito real.
Reduzir ainda mais esta diversidade é um ponto perigoso, mas que fatalmente ocorrerá quando a manipulação genética e a clonagem se tornarem tecnologias mais corriqueiras, o que pode ocorrer daqui há um século, uma década ou no ano que vem!
É de um louco, o Unabomber - cientista brilhante transformado em terrorista pela paranóia do progresso - que vem uma das advertências mais sérias em relação à clonagem. Ele diz que a produção de "super-orgãos" por clonagem será uma vantagem competitiva do ser humano e que por isso logo se tornará não mais opcional, mas compulsória.
As vantagens que a clonagem e a manipulação genética produzem, diz ele, serão de início utilizada por alguns. Estes terão tal vantagem sobre os demais que logo também aderirão aos novos mecanismos. Por fim a situação será tal que a desvantagem do cidadão não-turbinado pela genética será tal que ele será obrigado a recorrer a estes recursos.
Em meio a sua paranóia o Unabomber apresenta exemplos consistentes deste processo com as máquinas, a eletricidade e até mesmo os computadores que em breve se tornarào acessórios indispensáveis ao ser humano.

Alexandre Gomes é editor do PRIMEIRA PÁGINA



Artigos Anteriores

 


 

São Carlos, Terça-feira, 29 de Fevereiro de 2000

1