O mal de pensar demais

Paola Franco de Miranda

Todos os meses eu tenho vontade de escrever para o Integração, mas cadê a coragem? Eu me sinto tão medíocre, incapaz de escrever qualquer coisa que seja proveitosa e que as pessoas gostem de ler. Eu sei que este texto não é nenhum pouco proveitoso, mas realmente eu precisava de um desabafo...

As minhas duas experiências anteriores não foram lá das melhores. Na ânsia de escrever e na empolgação de caloura eu fiz dois textos que, eu admito, não poderiam ser mais infantis. Não que os assuntos dos quais eu queria tratar não fossem importantes (pelo menos para mim), mas é que a minha péssima redação só perdia mesmo para o Paulo Coelho (sem querer provocar a ira dos fãs, mas é a minha opinião...).

Sabe o que é sentir medo o tempo inteiro de não conseguir ser bom? Ver pessoas à sua volta que você considera tão maravilhosas, tão melhores que você e ter o leve pressentimento de que nunca chegará a um terço do que elas são? Eu acho que eu penso demais, penso demais no futuro, no que vão pensar de mim. E apesar de saber disso não consigo ser diferente, não consigo viver o presente tanto quanto ele devia ser vivido. Acho que quem pensa muito, sofre muito. E eu queria ser mais alienada do que eu já sou. E já estou pensando que daqui a uns dias vou me arrepender de ter escrito este texto. De ter exposto tanto os meus sentimentos e a tantas pessoas. Porém a necessidade de falar é tão grande e como não tenho amigos que sejam suficientemente amigos para me entender, eu decido me despir em público para tentar descobrir algum coitado que me entenda. Isso mesmo: coitado. Pois para me entender basta sentir o que eu sinto, e coitado de quem sente.

Vou tentar mandar esse texto para o jornal o mais rápido possível, antes que eu me arrependa. E já me desculpo por, pela terceira vez, ter submetido os leitores do Integração a essa minha falta de vocação para escrever artigos. Mas realmente, eu precisava disso.

Paola Franco de Miranda é estudante do 2o. ano de jornalismo da UFG.

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