Editorial:

 

Contra o oportunismo e a colaboraçom de classes, intransigência e perseveráncia revolucionárias.

 

 

  «Nengumha das organizaçons no capitalismo pode ser coerentemente anti-capitalista. (...) Para lograr importáncia social, as organizaçons devem ser oportunistas a propósito do que afecta aos processos sociais e do que serve às suas próprias fins simultaneamente.

 

   De forma manifesta, o oportunismo e o 'realismo' som a mesma cousa. O primeiro nom pode ser derrotado por umha ideologia radical que se oponha ao conjunto das relaçons existentes. Nom é possível agrupar forças revolucionárias lentamente, em poderosas organizaçons prontas para actuar nos momentos favoráveis. Todas as tentativas a este respeito tenhem falhado. Só aquelas organizaçons que nom perturbavam as relaçons sociais básicas prevalecentes cresceram em algumha importáncia. Se começavam cumha ideologia revolucionária, o seu crescimento implicava umha subseguinte discrepáncia entre a sua ideologia e as suas funçons.»

 

Paul Mattick, Espontaneidade e Organizaçom, 1949.

 

 

  Desde o Maio passado, quando saiu o número 3 do Ígneo -o último número ordinário-, veu-se confirmando a perspectiva sinalada no primeiro esboço desta editorial, que datava de fins de Junho. Quem mais quem menos ve no giro político eleitoral un signo dum cámbio de tendência, quando menos potencialmente. Ou seja, som susceptíveis dos efeitos narcotizantes da "renovaçom democrática". Teóricamente, cada qual segue nas suas... práticamente ,Nós-UP ofrece-se para apoiar ao BNG numha política progressista, passando de independentistas socialistas a associados independentes da ala esquerda do BNG. É só um exemplo. Outros partidos renegam disto, mas certamente, como sempre, aproveitarám as circunstáncias como melhor saibam. O oportunismo sempre póm os olhos nos cámbios políticos à hora de orientar a sua praxis. Para @s revolucionári@s comunistas, em troques, o olhar está posto nas grandes tendências históricas que estám detrás desses cámbios superestruturais.

 

 

Eleiçons e perspectivas políticas na Galiza

 

  Nengum parlamento ou governo, independentemente das suas siglas, pode representar os interesses do proletariado, que chocam abertamente coas tendências do capitalismo em declive histórico. Somentes a perspectiva revolucionária, anti-parlamentar, representa na época actual os interesses da classe. Subordinar o movimiento e interesses do proletariado às instituiçons criadas pola burguesia (o parlamento) ou às suas extensons (os partidos) perpetua o estado de derrota histórica e soterra todos os esforços que a classe fai nas luitas imediatas por sair desta cénaga, cuja conclusom necessária é a centralizaçom nacional e internacional da luita de classe.

 

  A derrota eleitoral do PP é a expressom dum certo avanço da consciência proletária, ainda que misturado com outros factores. Esta derrota política constitue um passo adiante, mas nom para a consecuçom de melhoras imediatas ou a meio/longo praço -que serám efémeras ou mesmo nulas, dada a dinámica do capitalismo mundial-, mas no desmascaramento, pola sua própria mao, da "esquerda" do capital -incluidos parcialmente os partidos da extrema esquerda que nom obtiveram representaçom-.

 

  Nom sobra repetir que, para @s revolucionári@s, o único valor dos processos eleitorais burgueses é como indicador do estado e tendência evolutiva do proletariado. O seu lento processo de maduraçom em condiçons normais fixo umha necessidade o passar pola experiência dum governo nacionalista de esquerda (e neste caso, semi-nacionalista), para logo luitar contra el e possibilitar assi umha elevaçom ulterior na consciência do proletariado galego. Os grandes cámbios massivos de consciência som impossíveis sem umha experiência prática igualmente massiva e imediata.

 

  Nom vamos entrar nas causas do desenlace eleitoral, pois som complejas e para nós tenhem um valor pouco mais que acidental. Só dizer que a elevada participaçom é um síntoma de que as tendências políticas estám a cambiar, mas que o cámbio actual nom é mais que um fenómeno transitório e sem interesse por si próprio -ou seja, nom representativo-. O oportunismo de elevar o voto para o partido do governo estatal em detrimento do partido nacionalista burgués é suficientemente ilustrativo de que a "consciência nacional" nom se pode criar meiante os métodos do adoctrinamento nacionalista e da reuniformizaçom cultural. O realmente importante é que a política real do futuro governo será decisiva para acelerar a tendência à radicalizaçom do proletariado. Pola sua parte, os recuperadores leninistas actuarám somentes como recondutores extraparlamentares da luita de classes para a adesom à orde burguesa, intensificando os seus esforços por sindicalizar e parlamentarizar a luita de classes.

 

  A nossa perspectiva é, pois, que este giro eleitoral pode bem inaugurar um novo período na luita de classes na Galiza, ponhendo além sobre a mesa questons tam importantes como a nacional. Aqui tamém a oposiçom pseudo-revolucionária está condeada a estrelar-se contra o facto de que o proletariado nom é nem tende a converter-se em nacionalista -nem em classe consciente- no sentido eem que eles querem que o faga. Isto é o que está detrás da caída do BNG, aparte da sua política municipal em geral. Naturalmente, nom vamos dar nada por feito. O contrário é possível, mas sem que poda chegar a acadar durabilidade; tudo depende do curso concreto da luita de classes.

 

 

O parlamentarismo independentista

 

  Nos últimos anos está a quedar claro que a esquerda independentista segue umha táctica meramente parlamentarista, tentando somando-se à luita polo reparto do poder establecido. Enlamados na herdança da táctica bolchevique do "parlamentarismo revolucionário", consistente em realidade no "cretinismo parlamentar revolucionário", na prática reempraçam a táctica de massas pola táctica de chefes, o desenvolvimento da luita de classes além dos limites impostos polo capital, polo esforço em lograr votos e apoios para os seus partidos. Em lugar de interpretar a situaçom actual como o resultado da falta de radicalidade e extensom da luita de classes, vem a situaçom precisamente como causa dessa carência, confundindo a causa histórica profunda co efeito reactivo e imediato.

 

  Efectivamente, a situaçom actual de ofensiva do capital inibe fortemente a luita de classes, mas é impossível rachar com esta situaçom sem analisar a derrota histórica que precede a esta co-relaçom de forças contrária à classe obreira.

 

  Seguindo a sua mesma lógica, pensam que logrando uns quantos assentos parlamentares vam suplir o desenvolvimento da consciência a partir da própria experiência: do que se trata é de dirigir um rebanho e assi a consciência revolucionária prática brotará d@s proletári@s como o leite se muge das vacas. O seu programa eleitoral pode resumir-se como segue: "vota-nos e nós decretaremos a independência e o socialismo". As suas propostas concretas de reformas nom saem do típico programa do reformismo de esquerda, acrescentando as co-relativas específicamente nacionais. Acontece que, em realidade, nom assumem em absoluto o princípio revolucionário: que nengumha transformaçom social significativa e de conjunto pode lograr-se sem umha revoluçom. As suas conceiçons práticas som as do velho movimento obreiro reformista, adereçadas cum nacionalismo igualmente reformista e burguês.

 

  A única esperança para @s proletári@s está na luita autónoma fóra de sindicatos e partidos, criando novas formas de organizaçom a partir da cooperaçom consciente de abaixo a acima, orientando-se abertamente à formaçom de órgaos de poder económico e político contrapostos ao poder patronal e estatal. Nas condiçons da decadência do capitalismo nom hai nada mais utópico que o aparentemente mais "realista", mais "imediato"; ao contrário, o que semelha mais utópico acaba sendo o único que permite avanços reais e melhoras imediatas. Sem a ruptura radical e total coas velhas conceiçons reformistas da luita de classes, a classe obreira nom poderá sair da lameira em que se afunde.

 

 

Balanço de um ano de actividade.

 

  Contamos um ano publicando o boletim. Quando decidimos publicar este boletim os nossos objetivos eram mínimos. A nível teórico, difundir as ideas do comunismo revolucionário, actualiza-las e concreta-las para o contexto no que trabalhamos e vivemos. O principal era realizar umha labor constante, a diferência de projectos anteriores que nasceram e desapareceram rápidamente.

 

  Ao contrário do que -semelha- algumha gente entendeu, nós nom somos um "partido" que pretenda competir cos partidos existentes que se dim revolucionários, comunistas, etc., etc.. A nossa crítica das organizaçons existentes nom fai distinçons e tem por objetivo ajudar aos proletári@s avançad@s -neste caso, somentes a umha exigua minoria- a clarificar a sua compreensom acerca das forças que actuam na luita de classes e que impidem a construçom dum movimiento obreiro autónomo, revolucionário. Naturalmente, por parte d@s aludid@s esta crítica pode ser vista como a acçom dumha organizaçom "pantasma" ou cousas polo estilo, embora isto deve-se à sua própria mentalidade burguesa que concebe a acçom política como umha matéria de especialistas na acçom política do dia a dia, ou seja, de modo reformista. Por suposto, é totalmente legitimo reclamar umha prática coerente que demonstre ser melhor que esta, mas tal prática nom é actualmente possível. Contudo, tampouco o é, em realidade, a prática ideal de nengumha organizaçom minoritária em geral: a sua prática real é, por um lado, mera propaganda, e, polo outro, umha actividade táctica de penetraçom em sindicatos, plataformas, blocos políticos, etc., que sem embargo sí demonstra umha cousa: o abandono de toda praxis revolucionária em benefício de avanços imediatos (por conseguinte, tampouco serve para verificar em absoluto as suas concepçons acerca da revoluçom).  

 

  Por outro lado, essa nom é a nossa prática, senom umha prática que a classe obreira em conjunto tem que desenvolver, começando polos seus sectores mais avançados. Nengum partido ou grupo pode realmente verificar algo independentemente da acçom da classe e da experiência correspondente. A idea de que a prática revolucionaria se pode verificar através da prática de partido é umha idea completamente bolchevique, alhea ao materialismo histórico marxiano. A revoluçom nom é assunto de partido, senom do conjunto d@s proletári@s. E isto é assi porque, fundamentalmente, a revoluçom proletária é um crescimento e desenvolvimento acelerados da autoactividade do proletariado, nom a execuçom dum programa político abstracto. O que importa é se as distintas concepçons contribuem ou nom a esse despregue da autoactividade proletária, e isto somentes é verificável através do esforço por submete-las a prova na luita de classes presente.

 

  Mas voltemos ao nosso balanço.

 

  Os primeiros objetivos que nos marcamos a nível de grupo eram establecer uns quantos contactos e ir extendendo a distribuiçom do boletim. Cousa absolutamente modesta.

 

  No primeiro, que era o essencial, nom obtivemos avanços até agora. Constatamos que nom existe actualmente -a causa da própria dinámica da luita de classes no período presente- nengum sector proletário em busca de novas perspectivas politico-sociais. O que existe é simplesmente um sector jovem mais ou menos intelectualizado e próximo práticamente à extrema esquerda (bolchevismo, anarquismo sindical-partidista, autogestionismo...), que, em razom da sua experiência actual e futura, é susceptível de, muito lentamente, reorientar-se políticamente.

 

  Por outra parte, o grosso do sector avançado do proletariado, que empeza a rachar co sindicalismo e os partidos, nom se orienta todavia a umha nova visom da sociedade e da sua própria acçom e interesses. Assi, a propaganda revolucionária tem que adoptar formas necessáriamente mais imediatas em todos os sentidos, sem que este boletim poda ser umha ferramenta para isso em modo algum.

 

  Por suposto, todo isto é umha questom cojuntural. A praxis revolucionária em qualquer das suas formas tem que ter sempre como primeira característica formal o cámbio perpetuo em correspondência coa realidade. Mas, se nos molestamos em explicar isto, é precisamente para deixar constáncia do nosso modo de pensar e de actuar em contraposiçom às tendências políticas existentes. Seria mui fácil pensar que se trata dum mero problema de capacidade de trabalho, mas isto seria nom ver este problema em termos histórico-materialistas, senom nos da teoria burguesa da organizaçom e da tecnologia, em especial nos da sua "técnica política" que separa meios e fins, as condiçons históricas e a actividade humana que as cria e transforma. Nom é a "linha política correcta" a que determina os agrupamentos revolucionários, senom as necessidades efectivas da luita de classes. A correcçom ou nom correcçom das ideas somentes se verifica históricamente e para as massas proletárias quando existem as condiçons para aplica-las na luita de classes. Para nós, para dize-lo doutro modo, o crescimento do nosso grupo carece de sentido se implica um abandono dos nossos pontos de vista. A diferência de outr@s, nós nom traficamos coa teoria nem coa prática.

 

 

Os cámbios na publicaçom do Ígneo

 

  Devido a nossa falta de tempo, e à idea de fazer um boletim com certos elementos de actualidade, estivemos caindo em pospôr reiteradamente a configuraçom do boletim, até acumular numerosos materiais dum carácter mais teórico sem dar-lhes saída. Por isso, e considerando tamém o escaso interesse prático demonstrado, reconsideramos essa idea do boletim e decidimos que, de agora em diante, será umha publicaçom mais puramente teórica. A elaboraçom de trabalhos sobre luitas particulares ou experiências históricas require um grande trabalho que só podemos assumir esporádicamente. Ademais, dada a dinámica da luita de classes actual, o mais necessário é centrar-nos no trabalho teórico, ainda que esporádicamente saquemos algumha propaganda ou artigo de actualidade.

 

   Por estas razons, decidimos os seguintes cámbios na publicaçom do boletim:

 

1) O Ígneo passa a concever-se como um boletim dedicado ao desenvolvimento a a propaganda teóricos.

 

2) Suspende-se a periodicidade tremestral da ediçom em papel, para converter o boletim numha publicaçom digital. As ediçons em papel quedam assi sem periodicidade fixa e nom serám necesariamente idénticas ao boletim digital. O Ígneo digital nom se publicará necessáriamente quando já esteja completo, senom que se se considera adequado os artigos iram-se subindo à página web segundo vaiam estando preparados.

 

3) Entre as 4 ediçons tremestrais incluirá-se quando menos umha consistente em traduçons ao espanhol e algumha ao inglês, assi como textos nom publicados em galego. Igualmente, outra consistirá num especial teórico temático.

 

  Esperamos tamém que, com este plano de trabalho, podamos a longo praço dedicar mais tempo a fazer trabalhos próprios mais extensos, particularmente sobre experiências históricas.

 

  Cambiamos tamém o cabezalho do boletim, recuperando a denominaçom de "comunistas antibolcheviques", que utilizaram hai décadas os comunistas de conselhos norte-americanos. O cabezalho anterior, "Órgao d@s comunistas revolucionári@s", induzia a identificar o boletim com um órgao de expressom exclusiva do nosso grupo. O nosso interesse era e é, embora, que o Ígneo seja um órgao de expressom do comunismo antibolchevique em torno a umhas orientaçons gerais. Estas orientaçons podem ver-se sintetizadas nas linhas de orientaçom do Círculo Internacional de Comunistas Antibolcheviques ou nos princípios formulados na editorial do Ígneo nº 1. Além, a denominaçom de "comunistas revolucionári@s" é pouco clara e nos confunde cos grupos da chamada "esquerda comunista" (CCI, GCI, BIPR, etc.), que oscilam entre um leninismo de esquerda e um luxemburguismo.

 

 

Os cámbios no nosso grupo

 

  Comunistas Revolucionári@s (Autonomia Obreira) autodissolve-se como grupo. O objetivo de CR era manter e superar o agrupamento anterior -Cooperación Obreira-, dando-lhe umha forma mais avançada, isto é, para conformar os elementos básicos (humanos e programáticos) do que nós entendemos por umha organizaçom de vanguarda.

 

  O nosso trabalho de propaganda, em combinaçom cumha análise mais profunda da dinámica actual da luita de classes -tanto nacional como internacional-, nom ccorroborou as expectativas. Pensamos, logo, que a questom é adequar os nossos esforços à situaçom presente (mentres esta dure). Desafortunadamente, nom é um problema isolado e exclusivo, senom que é o problema geral dos grupos revolucionári@s em todos os países. A situaçom nom está nem muito menos madura para que podam desenvolver-se, e muito menos um tipo de agrupamento cuja actividade fundamental nom é a propaganda senom o desenvolvimento teórico, superando o nível de desenvolvimento e actividade teóricos característicos dos "partidos de vanguarda".

 

  Com todas estas circunstáncias, nom bastava com um cámbio de táctica. A diferência d@s partidos, que estám coesionados pola ideologia e a liderança, nós somentes contamos coa nossa convicçom e energia individuais. Por isso, a falta de qualquer resultado tem derivado na dissoluçom prática da actividade e na compreensom espontánea de que o nosso projecto está demasiado adiantado para o tempo actual. Pola mesma razom de que nom existe um sector significativo da classe que seja consciente da necessidade da revoluçom, nom existe tampouco umha minoria que seja consciente, ademais, da necessidade dumha compreensom teórica da luita revolucionária.

 

  O proletariado espera todavia com força umha inversom da tendência decadente do capitalismo. Os seus sectores politizados mais avançados nom ultrapassam, em geral, os parámetros da extrema esquerda do capital: pode que compreendam a necessidade da revoluçom, mas nom sintem a necessidade dumha praxis revolucionária auténtica. Mantenhem-se aderid@s ao velho movimento obreiro e a sua praxis reformista, bem porque nom confiam na tendência revolucionária espontánea do proletariado, bem porque nom confiam nas suas próprias forças ante as enormes dificultades, e necessitam esperar todavia a que a classe como tal dea o primeiro passo. Nom estám a adoptar, por conseguinte, umha posiçom de vanguarda, senom umha atitude oportunista e dirigentista, tentando atrair cara si os movimentos e luitas reformistas, ou tentando reconstruir a unidade perdida. Existem tamém elementos avançados que já se distanciaram de todas as organizaçons reformistas, mas som escassos e permanecem maiormente numha confusom consciencial a causa da falta de perspectivas práticas.

 

  Nós somos conscientes de que o isolamento d@s revolucionári@s impossibilita o desenvolvimento dumha organizaçom de vanguarda e que, na prática, reduz as nossas possibilidades de acçom a tarefas esporádicas de propaganda e elaboraçom teórico-programática. Por isso, considerando que ante nós alça-se um período relativamente longo no que as cousas nom vam cambiar substancialmente, decidimos o mais coerente: autodissolver-nos. Polas mesmas razons, tampouco é viável desenvolver um agrupamento conselhista mais amplo. A diferenciaçom entre CR e o grupo de comunistas de conselhos de Galiza carece de sentido.

 

  Em ressumo: passamos a funcionar exclusivamente como grupo de comunistas de conselhos de Galiza, para adoptar outra dinámica de trabalho, mais livre, ainda que as nossas orientaçons sejam as mesmas. Agrupamo-nos simplesmente em torno à publicaçom do Ígneo e a tarefas de propaganda esporádica, dentro das nossas possibilidades.

 

  Queremos, sem embargo, intensificar o que deve ser o nosso verdadeiro objetivo no plano teórico, isto é: preparar o terreo para as organizaçons revolucionárias de classe. E, no plano prático, pensamos que a proposta do Círculo Internacional de Comunistas Antibolcheviques, de criar agrupamentos flexíveis e abertos cumha orientaçom antibolchevique, é um ponto de partida adequado para tentar um reagrupamento d@s revolucionári@s nos próximos tempos. Que nós podamos ou nom levar isto a cabo nom é algo que dependa fundamentalmente de nós, senom do avanço geral da luita e da maduraçom do proletariado.

 

  Por outra banda, considerando as cousas dum ponto de vista específicamente nacional, a nossa análise é que as condiçons aqui som muito peores que em outros países. Ao atraso histórico do movimento obreiro galego soma-se o problema da elevada dispersom das unidades de produçom individuais e a escasa concentraçom da produçom em geral, exceito em sectores pontuais. Isto intensifica enormemente as dificultades para desenvolver um movimento revolucionário, independentemente de que a dinámica da luita de classes poda incluso avançar mais rápidamente baixo o peso do capitalismo colonial e do despraçamento das consequências da crise mundial cara a economia galega. O peso que, dentro da própria extrema esquerda galega, tem todavia o estalinismo como ideologia e como tradiçom subjacente, ou por outro lado mais imediato, a relativa insignificáncia a escala nacional do "sindicalismo de esquerda" (CGT, CUT, CNT), som síntomas bem actuais desta adversidade.

 

  Nós somos um grupo galego pola forma, nom polo fondo. A classe obreira constitue umha comunidade de interesses criada e forçada pola actividade económica do capital, que sempre foi mundial e que o é cada vez mais intensiva e omnimodamente. Por isso nós nom assumimos um espaço territorial ou um marco nacional no mesmo sentido em que o fam a burguesia e os partidos burgueses, senom que consideramos que a nossa prioridade deve ser trabalhar em clave directamente internacional para extender, desenvolver e actualizar o pensamento revolucionário.

 

  Naturalmente, o proletariado tem primeiro que enfrentar-se à sua própria burguesia nacional, e, neste sentido, na medida em que existem as condiçons para o seu desenvolvimento, tem que ser tamém o marco básico de actividade dos grupos revolucionários. Sem embargo, isto nom exclue o facto de que haja que ver isto tamém em funçom do carácter mundial da revoluçom comunista e do melhor modo de avançar neste sentido. A actividade revolucionária proletária deve, por conseguinte, combinar sempre a actividade nacional coa internacional e considerar os problemas da classe obreira, assi como o movimento e a luita revolucionários, como algo mundial. Igual que a economia mundial constitue umha totalidade indivissível, onde todos os países e classes nacionais estám interrelacionados, os nossos esforços somentes podem ter éxito considerando a actividade de cada país no quadro da dinámica mundial.

 

  Em ressumo, nom temos nada que ver com essa chamada "esquerda" "patriótica" e o seu "internacionalismo" "patriótico": somos parte do proletariado mundial e actuamos como tal. Nom ponhemos incondicionalmente o desenvolvimento do movimento proletário nacional por diante dum avanço a escala mundial, precisamente porque sabemos que o primeiro somentes pode ser um movimento autónomo e revolucionário na medida em que compreende o carácter essencialmente internacional da sua existência, que é, neste sentido, "a dissoluçom de todas as nacionalidades" numha comunidade universal, mundial.   

 

 

A cooperaçom de tod@s é a condiçom da autolibertaçom da classe!

 

O verdadeiro trabalho revolucionário nom fixo mais que começar!

 

 

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