ELISABETE I

Isabel (ou Elisabete) I, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, nascida em 1533. reinou de 1558 a 1603, após o reinado de seu irmão doente, Eduardo VI, e de Maria Tudor, a sua irmã mais velha, que havia tentado restabelecer o catolicismo na Inglaterra. Rainha com 25 anos, atraente e muito culta, Isabel soube acabar com a disputa entre católicos e protestantes, e estabeleceu os termos de boas relações com o parlamento.

A época de Isabel a Inglaterra entra em uma fase de grande desenvolvimento marítimo, um século depois de Portugal e Espanha. Os ingleses tentaram uma passagem ao norte do Canadá para as Índias, navegação para capturar escravos na Africa (John Wawkins), e com isso descobriram terras e promoveram a colonização da América setentrional. Sir Francis Drake faz a navegação ao redor da terra (-1577-1580) procurando a terra austral e foi fundada a companhia das Índias Orientais.

Isabel se tornou inimiga de Filipe II, rei da Espanha, viuvo de sua irmã Maria Tudor, e fez tratado de paz com a França que igualmente combatia a Espanha. Apoiou os protestantes revoltados contra Filipe na possessão espanhola que viria a ser a atual Holanda e quando seu líder Guilherme de Orange foi assassinado, mandou um exército de 6.000 homens lutar ali contra os espanhóis que tentavam sufocar a revolta protestante. Entre os melhores homens da Rainha estavam os comandantes Francis Drake e John Hawkins. Este último aportou em San Juan de Ulúa, em 1568, com vários navios para reparos, os quais usara para trazer escravos e trocar por açúcar no Caribe, e lá estava também Francis Drake. Chegou a frota espanhola do Caribe, pediu permissão escrita para aportar e depois de estar no meio dos navios, iniciou um ataque de surpresa. Hawkins e Drake conseguiram se fazer ao mar e escaparam.

Quando Filipe da Espanha manda construir uma armada de l30 barcos e 31.000 homens com 2.431 para invadir a Inglaterra e assumir o trono inglês, Isabel mandou o comandante Francis Drake tentar fazer alguma coisa. Drake atacou a esquadra espanhola em Cádiz, sem muito êxito. Mas atrasou a partida dos espanhois para o canal, o que deu tempo para que morresse o comandante Marquês de Santa Cruz, homem experiente e capaz de levar a empresa ao êxito. O novo comandante (Duque de Medina-Sidônia) tinha enjôos e disse entender mais de jardinagem que de navios. Foi Hawkins, então tesoureiro da marinha, que construiu a frota que derrotou a "Invencível armada". A armada derrotada tentou escapar contornando a Escócia. De seus barcos, 10 foram capturados ou afundados pelo inimigo, 24 foram afundados pelo mau tempo, e 20 outros desapareceram. Retornaram 76 à Espanha (agosto de 1588).

Isabel hostilizava Filipe principalmente no mar. Sir Francis Drake era encarregado da pirataria contra os galeões espanhóis que vinham da América com sua carga de ouro e prata. Filipe II vinga-se, porém, ajudando os irlandeses contra a Inglaterra. Melhora a técnica da marinha espanhola que se defende de uma incursão no Caribe em que morrem Drake e Hawkins (1596). Com os revezes e mais o custo da guerra na Holanda, a economia inglesa desmorona. Aparecem os puritanos, que queriam redimir o reino através de uma vida irrepreensível. Peter Wentworth, aprisionado por Isabel em 1586 na torre de Londres, liderava protestantes radicais, que desejavam varrer todo vestígio do catolicismo. Isabel morreu em 1603. Após sua morte, unem-se os reinos de Escócia e Inglaterra com o rei Jaime I (1603-1625), conservando-se os parlamentos dos dois países até o ato de união, em 1707, quando a Escócia passou a mandar representantes para o Parlamento em Londres.

R.Q.Cobra
Doutor em Geologia
e bacharel em Filosofia.
01/03/1997