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Vultos e episódios da Época Moderna

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Orange, Os Príncipes de. Nos chamados Países Baixos o domínio do calvinismo entre as províncias do norte e do catolicismo nas províncias do sul, causou a separação do norte constituindo, através de um acordo em Utrecht uma união liderada pela Holanda, a principal província do norte, e sede em Haia, em 1579 para resistir ao domínio espanhol. constituindo uma República ou Estados Gerais com sede em Haia. Os príncipes de Orange, cujas possessões faziam parte da união, se impuseram como chefes militares garantindo a liberdade da República. O êxito das armas holandesas conduzidas pelo príncipe Maurício de Nassau levaram a Espanha a propor um armistício em 1609, o que significava tratar as Províncias Unidas como independentes e soberanas, e abrir mão de garantis para os católicos.

O êxito na guerra levou o príncipe Maurício de Nassau a pretender maior poder sobre os Estados Gerais. Sua tentativa de comandar as forças militares de todas a províncias unidas como seu chefe supremo. Conseguiu que o chefe do governo da província de Holanda, oposicionista de suas pretensões, fosse condenado à morte em 1619. a guerra com a Espanha foi reiniciada em 1621 sob a liderança de Maurício, que não conseguiu o êxito que prometera, falecendo em 1625. A ameaça aos Estados Gerias agravou-se porque, além das vitórias do exército espanhol, a Áustria, que então combatia os protestantes na guerra dos 30 anos, aliou-se à Espanha e isto era uma ameaça à união federativa dos Estados Gerais, oficialmente calvinista.

Em 1635 O irmão e sucessor de Maurício, Frederico Henrique, escolhido Chefe dos Estados Gerais, assinou uma aliança das Províncias Unidas com a França, estabelecendo que seria dividido entre os dois países aquilo que fosse conquistado de partes das províncias do sul (futura Bélgica), em poder da Espanha. Recapturou terras perdidas para os Espanhóis enquanto o Almirante Maarten Tromp comandando a marinha holandesa, derrotava em 1639 uma armada Espanhola que tentaria a invasão da Holanda por mar frente à costa inglesa. Além de suas vitórias, aumentou seu domínio pessoal sobre os deputados dos Estados Gerais, casando seu filho Guilherme com uma filha de Carlos I, rei da Inglaterra e de Henrieta Maria, irmã do rei da França Luís XIII. Conseguiu o apoio da Inglaterra e da França, prestígio que o teria feito rei da Holanda, não viesse a falecer em 1647.

Os Estados Gerais negociaram em Munster, na Westfália, uma paz permanente com a Espanha, assinado em 1648, ato que restituiu prestígio ao colegiado dos Estados Gerais. No ano seguinte, 1649 Charles I da Inglaterra, foi decapitado. Guilherme II (casado com Maria Stuart, filha de Carlos I, irmã de Carlos II e Jaime II da Inglaterra), sucessor de Frederico Henrique decidiu recuperar para a casa de Orange a posição de líder dos Estados Gerais pela força e fazer guerra à Inglaterra para vingar seu sogro, Carlos I, decapitado pelos republicanos de Cromwell em 1649. Em 1650 invadiu Haia e prendeu seis dos representantes de províncias integrantes do Colegiado dos Estados Gerais. Enviou uma força para dominar Amsterdã, que resistiu com o apoio do povo. Foi feito o sítio da cidade que finalmente se rendeu. Era o caminho para a ditadura militar, governo monárquico e envolvimento nas guerras de interesse dos príncipes e reis. Mas antes que isto acontecesse Guilherme II morreu vítima de varíola ao fim do mesmo ano.

A assembléia dos Estados Gerais pode então retomar inteiramente o governo das províncias unidas e concedeu anistia aos que haviam apoiado o príncipe. O herdeiro de Orange continuaram apenas representantes nos Estados Gerais de seus principados, as províncias de Friesland e Froningen. A esse tempo, em 1651, os parlamentaristas ingleses, no governo de Cromwell, passam uma lei proibindo a intermediação dos holandeses (já não é problema interno, nem de religião, nem de guerra com a Espanha) em negócios ingleses na Europa e no ultramar. Um incidente entre navios ingleses e holandeses em 1652 foi o estopim começando uma guerra total entre os dois países.

Em 1653 Johan de Witt foi indicado para os Estados Gerais pela província de Holanda, o qual passou a liderar.
Os holandeses, em inferioridade marítima, aceitaram a paz em 1654, desfavorável para os holandeses que tiveram inclusive que prometer aos parlamentaristas, ingleses alijar para sempre o príncipe de Orange do comando supremo dos Estados Gerais. Essa paz foi feita pelo tratado de Westminster, por insistência de Johan de Witt, o líder da política da república em assuntos internos e internos. De Witt reconstruiu a armada holandesa, melhorou o sistema financeiro tanto dos Estados Gerais quanto da província holandesa em particular e reacendeu o prestígio da república na Europa.

O conflito comercial com a Inglaterra continuava, que exigia agora um imposto de pesca no mar do norte e a irritação dos holandeses levou a uma nova guerra em 1664. Para nova paz, o monarca inglês Carlos II que restaurou a monarquia após a república de Cromwell, demandou dos holandeses exatamente o oposto antes exigido antes pelos parlamentaristas. Como condição para a paz exigia que Guilherme III, seu sobrinho fosse aceito chefe dos Estados Gerais retomando a posição de comando que tiveram seus antepassados. Mas Johan de Witt conseguiu contornar o perigo conseguindo o apoio dos franceses que não queriam uma Holanda governada por Guilherme III unida a sua arqui-inimiga Inglaterra. Também a marinha holandesa estava renovada por De Witt levava a melhor. Em 1667 ousada invasão do rio Tâmisa por uma esquadra holandesa que destruiu no porto a esquadra inglesa e os estaleiros ingleses.

Em 1666 Luís XIV ao mesmo tempo que apoiava frouxamente os holandeses, iniciou a invasão das províncias espanholas (atual Bélgica), o que era uma ameaça para os holandeses, e também para os ingleses. Isto levou a Inglaterra a fazer a paz com a Holanda no mesmo ano de 1667, e forçaram Luiz XIV a assinar a paz de Aix-a-Chapelle e devolver as províncias do sul à Espanha. Irritado, Luis XIV propôs à Inglaterra a aniquilação da Holanda. Considerando que a Holanda traíra o acordo de amizade, Luiz XIV buscou seduzir Carlos II a romper a paz com os Estados Gerais prometendo-lhe, inclusive, a restauração de Guilherme III. Para preservar a paz os orangistas tentaram restaurar a posição de Guilherme III à frente dos Estados Gerais porem não conseguiram impor sua vontade devido à oposição de Johan de Witt que temia que a República acabasse em monarquia absolutista. O príncipe foi apenas nomeado comandante em Chefe das forças armadas em 1672. Carlos II então juntou-se aos franceses contra a Holanda na primavera de 1672. O exército francês prontamente avançou até o coração da Holanda.

A política de De Witt, cuja consequência fora a invasão da Holanda, provocou arruaças em Haia o que levou à nomeação de Guilherme III chefe dos Estados Gerais como pretendiam os Ingleses e De Witt foi linchado pelo povo. Porém Guilherme III, sem fazer caso das simpatia dos ingleses, fez a guerra mudar de feição com sucessivas vitórias sobre os franceses em terra e sobre os ingleses no mar. Após 6 anos de guerra Guilherme III conseguiu, com o apoio da antes arqui-inimiga Espanha, forçar a retirada dos ingleses (1674) e dos franceses. Guilherme não pretendeu a monarquia absoluta como se temia. Não se interessou por reformas constitucionais e inclusive, mais tarde, em 1688, quando o parlamento inglês o chamou para salvar a Inglaterra do rei católico James II, seu sogro, avançando até Londres praticamente sem resistência. obteve do colegiado apoio para uma incursão à Inglaterra para depor Jaime II, rei católico protegido de Luis XIV e que pretendia o absolutismo. Porque era casado com sua prima Maria, filha de Jaime II, e pela sua própria linhagem de sobrinho de Jaime II, (sua mãe era filha de Carlos I, irmã de Carlos II e Jaime II) e por infundir confiança aos parlamentaristas, foi convocado para assumir o trono inglês pelo próprio Parlamento, quando a "Revolução Gloriosa" de que participou logrou depor seu tio e sogro Jaime II e este fugiu para Paris aquele ano.

R.Q.Cobra
Doutor em Geologia
e bacharel em Filosofia.
1997

Para citar este texto: Cobra, Rubem Queiroz - NOTAS: Vultos e episódios da Época Moderna. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 1997 ("www.geocities.com/cobra_pages" é "Mirror Site" de www.cobra.pages.nom.br)

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