segunda e terça-feira 11 e 12.9.2000
21:18 12-09-2000
Marquei dentista para uma revisão e um orçamento hoje. Fico esperando 45 minutos, depois do horário marcado, me encho e volto para o trabalho, para uma reunião. Pergunto à Rita se é prática em Portugal os dentistas deixarem você esperando e ela me diz que sempre confirma a consulta antes de sair para ver se o cara não está atrasado. É bom saber.
Voltamos a comer no Jardim Tropical, só para confirmar como é ruim. O dia passa sem maiores novidades a não ser a revelação dos «agrafes». Agrafes são grampos. Agrafadores, grampeadores.
Manoel me convida a jantar na casa dele e me oferece, como digestivo, um vinho do porto de 30 anos, de uma reserva não-vendável. O vinho é bom que dói, mas é forte que dói. Só uma tacinha and we call it a day.
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Nada de interessante na terça. Vamos então para mais curiosidades lusitanas.
Gatuno - Manoel nos explicou como é assistir a um jogo de futebol no estádio por aqui. Levando-se em consideração que eles não dizem «filho da puta», perguntamos o que eles fazem quando o juiz erra feio. Eles se levantam e gritam «Gatuno!», «Vai pra casa, ó pá!», «Faço melhor que ti, gatuno!» HAHAHAhahaha. Imaginem esses caras vendo um Corinthians e Palmeiras com arbitragem desastrosa (50 mil pessoas gritando «vai tomar ***» em uníssono. Eles teriam um ataque). Agora nós, os brazucas, quando queremos xingar alguém de maneira muito contundente dizemos «Gatuno!»
Sandes, uma - se você ainda não se ligou, uma sandes é «um sanduíche». Assim mesmo, com o artigo no feminino. Don't ask me
Velharias - Em Lisboa, há lojas de «antigüidades», mas fora da cidade as lojas são de «velharias» mesmo.
Serviço de utilidade pública: estacionar.
Portugal, reza a lenda, tem cerca de um carro para cada habitante e meio. E o país todo deve ser pouco maior que o Estado do Rio. É claro que há uma concentração dos infernos em Lisboa. Lembre-se que os prédios velhos aqui são mesmo velhos, e não têm garagem. Por tudo isso, estacionar pode ser uma dor de cabeça.
A prefeitura colocou parquímetros em quase todo lugar, e os estacionamentos (que eles chamam de «parque») também estão espalhados, e o guia de ruas indica onde se encontram. Mas eu ia falar dos parquímetros : você estaciona, vai até um deles e coloca moedas até dar o sufuciente para o bilhete que desejar (dependendo do tempo que quer ficar). Se a reunião atrasar, por exemplo, ou você sai correndo para «comprar» mais uma hora , ou arrisca-se a uma multa. Mas parece que há um «aviso» antes da multa efetiva, e há meios de burlar que eu não vou contar
Os portugueses arriscam bastante. E acabam tomando multas. O que não faz com que deixem de estacionar em cima das calçadas. Parece o Rio
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