Capítulo 11

Planícies

Julio Cezar Melatti

Línguas e População
das Planícies
Apresentação da
América do Norte
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América do Norte
Mapa das
Planícies
Mapa das áreas da
América do Norte
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“Página do Melatti”

Desta área são os índios cuja imagem estereotipada foi popularizada pelos filmes de bang-bang. Essa divulgação, entretanto, não corresponde a uma difusão maior de textos sobre eles em nossa língua. Entre os poucos trabalhos em português há um artigo de Eduardo Galvão (1963), como que uma proposta de pesquisa, ao que parece nunca levada a termo, em que compara a importância da introdução do cavalo na mudança cultural dos índios das Planícies da América do Norte com a difusão do uso do mesmo animal no Chaco e nos Pampas da América do Sul. Outro texto em português que se ocupa, ainda que parcialmente, dos índios das Planícies é a tradução do livro de Ruth Benedict, Padrões de Cultura, que toma suas culturas como exemplo da configuração dionisíaca. Sobre a conquista das Planícies pelos brancos na segunda metade do século XIX, do ponto de vista indígena, há a tradução do livro de Dee Brown (1972).

Caracterização das Planícies

A área a que os etnólogos dão o nome de Planícies se estende entre o rio Mississipi e as montanhas Rochosas; e, no sentido noroeste-sudeste, desde o sul do Canadá até o estado do Texas. Ou seja, uma área que corresponde, no Canadá, ao sul das províncias de Manitoba, Saskatchewan e Alberta; e, nos Estados Unidos, recobre total ou parcialmente os estados de Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota, Wyoming, Nebraska, Iowa, Colorado, Kansas, Missouri, Oklahoma e Texas.

O índice pluviométrico anual é baixo e decresce de leste para oeste. A cobertura vegetal, por conseguinte, é de gramíneas. Na parte oriental, onde chove mais, o solo é mais escuro e o capim é mais alto; são as chamadas pradarias. Na direção do oeste a altitude vai aumentando gradualmente até chegar às cristas das Rochosas.

A imagem que a Etnologia nos oferece dos índios desta área geralmente reproduz sua maneira de viver nos meados do século XIX, quando tem lugar a conquista de seus territórios pelos brancos. Sem dúvida essa imagem já não mais corresponde a sua situação no presente, modificada que foi por essa mesma conquista. Por outro lado, aquela maneira de viver não remontava a épocas demasiado remotas. Pelo contrário, não tinha mais de dois séculos. Certamente, o bisão há muito tempo vivia na região, e era caçado pelos índios, que se deslocavam a pé. Em seus trajetos, eles se valiam de cães para transportarem sua bagagem, diretamente sobre eles ou presa a duas varas com suas pontas amarradas uma à outra sobre as costas do animal enquanto a outras se arrastavam no chão; por vezes usavam uma só vara. Em alguns desses grupos indígenas, a carne de cachorro também era consumida.

As grandes modificações que deram a feição pela qual esta área cultural é mais conhecida também se relacionam ao contato com os brancos, quando estes ainda não tinham penetrado a região, mas já dominavam áreas vizinhas. Os índios que trabalhavam para os colonos espanhóis em áreas correspondentes aos atuais Texas e Novo México aprenderam a lidar com os cavalos introduzidos por estes. Tais conhecimentos foram passando para os índios livres vizinhos, que vieram a conseguir esses animais por compra, roubo ou mesmo se apropriando daqueles que, tendo fugido, reproduziam-se longe dos estabelecimentos. Dessa maneira, o uso do cavalo foi se expandindo entre os índios pelas Planícies, de sul para norte. Por sua vez, os franceses que colonizavam o Canadá estimularam entre os índios as caçadas de animais de peles valiosas, comprando-as a troco de artigos europeus, entre os quais as armas de fogo. Assim também estas se difundiram ente os índios. A caçadas de bisões se tornaram mais eficientes com os uso dos cavalos para cercá-los e persegui-los. Talvez a arma de fogo não tenha sido tão decisiva assim no que tange à caça. Era mais fácil retesar o arco com uma nova flecha do que municiar uma espingarda da época sobre o cavalo e em plena perseguição dos bisões. Mas as armas de fogo deram aos índios delas providos certa vantagem sobre os demais, provocando um deslocamento para oeste, tanto de perseguidores como de perseguidos, na região que viria a ser a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos. Assim, índios dessa área vieram achar vantagem em penetrar nas Planícies para viver das caçadas de bisões, abandonando até a agricultura, quando a tinham. Sobre a expansão do uso do cavalo há interessante artigo de John Ewers (1967).

Dentre as peculiaridades culturais da área das Planícies dos meados do século XIX se contavam a caça de animais de grande porte (o bisão), que provia os índios de carne, mas também de couros para a confecção de inúmeros artefatos, inclusive a cobertura das tendas cônicas (tipis) em que viviam pelo menos uma parte do ano. No artesanato, a cerâmica, a tecelagem, a cestaria, o trabalho em madeira era pouco desenvolvido ou ausente. Mas as mulheres se destacavam nos bordados guarnecidos com espinhos de ouriço, contas ou penas. Os motivos da pintura decorativa feita pelas mulheres nos artefatos de couro eram geométricos; já os homens faziam figuras realistas em mantos, escudos e tipis. Outra característica era a belicosidade, a existência de sodalícios que cultivavam o espírito guerreiro e serviam como força policial. Realizavam-se um certo número de rituais complexos, dentre os quais se destacava a Dança do Sol. Uma língua de sinais, gestos feitos com mãos, braços, cabeça e outras partes do corpo, permitiam comunicação à distância, mesmo entre falantes de idiomas distintos. Parece que com esses sinais era possível contar sumariamente até alguns casos (Lowie, 1982, pp. 4-7).

Alguns dos povos das Planícies, além de partilhar dessas características, apresentavam outros traços adicionais, como a confecção de cerâmica, agricultura, semi-sedentarismo, com residência temporária em aldeias de casas de terra. Eram os hidatsas, mandan e arikaras, do trecho em que o rio Missouri inflete para o sul no atual estado de Dakota do Norte, os pawnees, no estado de Nebraska, os wichitas, no estado de Oklahoma, e aqueles a que Lowie se refere vagamente como siouanos (da família lingüística sioux) meridionais. Estes seriam os omahas, poncas e otos, no estado de Nebraska; os iowas, missouris e kansas, respectivamente nos estados que tomam seus nomes; e os osages, entre os estados de Missouri e Arkansas. Lowie também lembra povos de áreas vizinhas que partilhavam alguns traços com os das Planícies, como os utes e shoshones, da Grande Bacia, os kutenais, flathead, nez percés, yakimas, spokanes, do Platô (pp. 6-7). Sem dizer que parte dos crees, da área Sub-Ártica Oriental, e parte dos ojibwa ou chippewas, da área dos Grandes Lagos, tinham-se instalado nas Planícies e adotado o seu modo de vida.

Organização social

Parece que todos os povos das Planícies oscilavam entre agrupamentos maiores e menores, segundo as estações. Na primavera e verão juntavam-se em grupos maiores e realizavam suas grandes cerimônias. No outono se desmembravam em bandos menores para enfrentar as dificuldades da subsistência no inverno. Os povos mais orientais, quando nos agrupamentos maiores, reuniam-se em grandes habitações redondas de estrutura de madeira e cobertos de terra. Os ocidentais viviam permanentemente em habitações cônicas de couro, os tipis. Os cheyennes, por exemplo, eram constituídos por dez bandos, que somente se reuniam no verão, num acampamento circular, quando realizavam seus rituais (Hoebel, 1960, p. 31).

Grande parte desses povos dividiam-se e possivelmente ainda de dividem em clãs, patrilineares para uns, matrilineares para outros. Em alguns casos, esses clãs exogâmicos agrupam-se em algumas fratrias, também exogâmicas, chamadas metades nos exemplos em que se limitam a duas.

Suas terminologias de parentesco variam entre quatro tipos: Havaiano, Iroquês, Crow e Omaha. Note-se que os nomes de dois deles são tomados de etnônimos desta mesma área. A tabela abaixo indica os termos aplicados por alguém aos parentes da sua própria geração conforme esses diferentes tipos. Para algumas dessas posições genealógicas, o termo aplicado varia conforme o falante [Ego] seja do sexo masculino [♂] ou feminino [♀]. O tipo Havaiano está presente entre os cheyennes, arapahos, gros ventres, blackfoot e sarsis, que não têm organização clânica. O tipo Iroquês ocorre entre os sioux ou dakotas, crees e ojibwas (chippewas) das planícies. O tipo Crow, além dos próprios crow, está presente também entre os hidatsas, mandan, pawnees e talvez os arikaras; ele se ajusta à existência de grupos de descendência matrilinear. O tipo Omaha, coerente com a descendência patrilinear, se apresenta entre os falantes meridionais de línguas da família sioux, entre os quais se contam os omahas, e ainda os poncas, kansas, iowas, otos. Como se pode ver na tabela, nos tipos Crow e Omaha os primos cruzados são identificados terminologicamente com parentes de outras gerações. Mas a existência de clãs patrilineares ou matrilineares não conduz obrigatoriamente à adoção da terminologia Omaha ou Crow, respectivamente, pois as sociedades de terminologia Iroquesa também os possuem. A necessidade de mais cooperação entre os que se empenhavam em caçadas coletivas e incursões guerreiras seria a razão da extensão do termo “irmão” a todos os primos da mesma geração na organização dos povos da parte ocidental das Planícies. Os próprios sioux ou dakotas, que se deslocaram dos Grandes Lagos para as Planícies, tendiam a tratar todos os primos como se fossem irmãos, apesar de sua terminologia Iroquesa (Eggan, 1966, pp. 56-58, 61 e 67).
Tipos primos cruzados
patrilaterais
primos paralelos
patrilaterais
irmãos primos paralelos
matrilaterais
primos cruzados
matrilaterais
Havaiano irmãos(ãs)
Iroquês primos(as) irmãos(ãs) primos(as)
Crow pais e tias paternas irmãos(ãs) filhos(as) [Ego ♂]
sobrinhos(as) [Ego ♀]
Omaha sobrinhos(as) [Ego ♂]
filhos(as) [Ego ♀]
irmãos(ãs) tios maternos e mães

Lowie (1982, pp. 94 e 96) chama a atenção para certas semelhanças entre os siouanos (da família lingüística sioux) meridionais das Planícies, inclusive os omahas, e os povos da área dos Grandes Lagos (winnebagos, sauk, fox, menominis e kickapoos). Aponta como similaridades certas características comuns entre seus clãs, como a posse de nomes pessoais dados a seus membros segundo a ordem de nascimento, a oposição no lacrosse (jogo semelhante ao hóquei) entre os clãs associados totemicamente a pássaros contra os associados a outros animais, as atribuições específicas de certos clãs, como a incumbência da chefia ao clã do Urso, a associação de uma das metades ao céu e outra à terra e a separação entre suas casas por uma linha NW/SE, e ainda a terminologia de tipo Omaha. Isso, segundo Lowie, indicaria que esses povos seriam emigrados dos Grandes Lagos e, poderíamos acrescentar, as transferências a que os obrigaram os brancos no século XIX seguiram a mesma direção.

Não obstante, Fred Eggan (1966, pp. 62-64) critica Lowie por ter subestimado as diferenças na organização social entre a parte oriental (as pradarias) e a ocidental das Planícies. Enquanto na parte ocidental havia a alternâcia sazonal entre a dispersão dos bandos e a reunião em um só acampamento tribal circular, movimentando-se sobre um território reclamado, nas pradarias a aldeia era uma referência mais central e estável, enquanto o acampamento circular somente se usava nas excursões de caça do verão. Na parte ocidental os bandos eram bilaterais e compósitos, apesar de terem uma posição fixa quando no acampamento circular. Nas pradarias a aldeia se baseava na organização de clãs e metades, com funções relacionadas ao todo tribal. Nas pradarias, além da caça, havia agricultura, tornando-se possível um excedente alimentar que podia ser trocado com as sociedades da parte ocidental, apenas caçadoras. Estas eram dirigidas por um conselho de chefes, de status fundamentado no sucesso das incursões guerreiras e habilidade de liderança. Nas aldeias das pradarias a chefia era mais freqüentemente hereditária, ainda que líderes guerreiros fossem escolhidos pela sua habilidade, para atividades belicosas de caráter principalmente defensivo. Na parte ocidental a herança não era importante, a não ser quanto aos cavalos. Nas pradarias dava-se mais importância à continuidade entre gerações, inclusive quanto à terra e às possessões rituais, com atividades de interesse coletivo atribuídas a clãs e grupos domésticos. Na parte ocidental, os itens de interesse coletivo pertenciam à tribo e ficavam no mais das vezes a cargo de guardiões hereditários ou como atribuições de sodalícios. Enfim, Eggan relaciona essas diferenças às condições ecológicas de cada uma das duas partes das Planícies. Entretanto, a distinção entre uma e outra não era tão rígida assim, de modo que Eggan (pp. 64-70) se ocupa em explicar alguns casos, como o dos crow, que, apesar de estarem na ocidental, tinham clãs e uma terminologia de parentesco que não igualava todos os parentes da geração de ego. Eggan argumenta que os dados etnográficos crow mostrariam que eles estavam se modificando na mesma linha dos outros povos que haviam se deslocado para oeste. O mesmo aconteceria com os wichitas, pawnees e, apesar das poucas informações, arikaras. Já os comanches e shoshones, deslocados da Grande Bacia para as Planícies, portanto no sentido inverso, teriam passado por outras modificações sobre as quais Eggan não se demora.

Os sodalícios eram organizações com atribuições específicas, não baseadas no parentesco, de afiliação condicionada à satisfação de certos requisitos. Eram numerosos e atuavam sobretudo no verão, quando os bandos se reuniam em concentrações maiores. As mulheres também tinham suas organizações, ainda que em menor número. Assim, havia uma associação de solteiras e viúvas pawnees, vestidas com andrajos, que torturavam prisioneiros de guerra. Uma outra, de velhas kiowas que rezavam pelo bom sucesso de expedições guerreiras a pedido de seus líderes, sendo recompensadas no seu retorno. Havia as organizações oglalas (ramo dos dakotas) de expertas na confecção de coberturas de tipis ou nos bordados guarnecidos com espinhos de ouriço. No alto Missouri, a associação das Búfalas fazia ritos para atrair os bandos de bisões, enquanto a das Gansas, além deste mesmo objetivo ainda os realizavam em prol da produtividade do milho (Lowie, 1982, pp. 96-97 e 104).

A algumas das organizações masculinas dos mandan, hidasta, blackfoot, arapaho, e gros ventres costuma-se atribuir o caráter de classes de idade. Mas Lowie (pp. 97-100) atenua essa afirmação, lembrando que, para substituir os velhos numa dessas associações, era preciso que os jovens comprassem seus cânticos e danças e outros privilégios.

Os kiowa-apaches também mantinham sodalícios que sugeriam classes de idade. Tinham uma associação de crianças e jovens, de ambos os sexos, a dos Coelhos. Suas reuniões bem como a sua Dança do Coelho contribuiam para a sua formação segundo os valores de seu povo. Os homens jovens eram instados a entrar na associação Manatidie. Uns poucos mais velhos formavam a associação Klintidie. E as mulheres ingressavam na associação Izuwe. Mas não seriam classes de idade porque, apesar de todas as crianças e jovens serem Coelhos, ao deixarem esta associação nem todos ingressavam nas demais. Além disso, era possível ser Klintidie sem nunca ter sido Manatidie, e até mesmo passar daquela para esta associação (McAllister, 1955, pp. 139-142 e 150-157.).

Entre os crow as associações Paus Pesados e Raposas disputavam o primeiro golpe sobre o inimigo. Disputa semelhante havia entre associações dakotas. Entre os cheyennes destacava-se a associação dos Cães. Além de constituir como que clubes onde seus membros descansavam, dormiam, comiam, dançavam, cantavam, a elas eram atribuídas certas tarefas, como exercer o papel de polícia nos momentos críticos da vida da comunidade. Tal tarefa às vezes competia a uma só associação, como a dos Bocas Negras dos mandan (Lowie, 1982, p. 101).

As associações de caráter militar não raro atribuíam ornamentos e outros adereços a membros especialmente escolhidos para se mostrarem ainda mais valorosos que os demais, como acontecia com os Touros ou os Cabeças Raspadas pela Metade dos mandan (pp. 101-102).

Havia associações de caráter intrigante, como a chamada Heyōka, dos oglala, ramo dos dakotas, cujos membros deviam dizer o oposto do que queriam e fazer o contrário do que lhes pediam (pp. 102-104). Segundo Hoebel (1960, pp. 96-97), entre os cheyennes os Contrários também se comportavam assim. Mas ele acrescenta que eram homens que elevavam o papel masculino de guerreiro a um exagero patológico. Seu símbolo era o Arco Trovão, um arco decorado com penas mágicas com uma ponta de lança numa das extremidades. Em combate, entretanto, era usado apenas para contar golpes e sua ponta não podia tocar a terra. O Contrário avançava contra os inimigos sozinho, flanqueando os companheiros. Quando segurava o Arco Trovão com a mão direita, não podia se retirar. Cortejava a morte com enorme atrevimento, mas seu Arco Trovão lhe dava grande sorte; era duro de matar. Por ter medo do trovão e do relâmpago, ocorria a um homem sonhar que devia se tornar um Contrário para curar sua ansiedade. Ganhava assim grande poder oriundo do Pássaro Trovão. Mas havia mais uma condição: ele tinha de comprar o Arco Trovão de alguém que já era um Contrário. Este, ao vendê-lo, tornava-se um homem comum, que podia se casar, o que era proibido ao Contrário, que nem mesmo podia sentar-se ou deitar numa cama. Impondo-se um difícil e temerário comportamento, os Contrários eram poucos, uns dois ou três. Ademais, se fossem numerosos, a própria reprodução social dos cheyennes se bloquearia. Na tentativa de um interpretação psicológica dos Contrários, Hoebel os opõe aos Meio-homens-meio-mulheres. Estes rejeitavam o papel de guerreiro tornando-se travestis, assim recusando também sexualidade masculina. Os Contrários fariam uma máscula rejeição da heterossexualidade. A associação Klintidie dos kiowa-apaches se assemelhava aos Contrários cheyennes no que tange a agir e ouvir às avessas e à temeridade em combate, mas deles se distanciava em outras características (Eggan, 1955, pp. 153-156).

Embora os índios das Planícies tirassem escalpos dos inimigos, este não era o motivo da guerra, que podia ser por vingança, procura de glória ou para roubar cavalos. Era considerado mais valoroso conseguir tocar o inimigo, com a mão ou com um bastão. Na maioria das vezes a ação de guerra não envolvia toda a comunidade, mas um pequeno bando que consentia em seguir um líder (pp. 104-112). Sobre o escalpo e a contagem de créditos pelos golpes há um detalhado artigo de George Grinnell (1967).

Aspectos religiosos

Como em outras áreas da América do Norte, nas Planícies era importante a procura da visão do espírito de um animal protetor, para o que era necessário um esforço que envolvia jejuns, às vezes a mutilação de um dedo e outras privações. Além direcionar seu protegido na vida, os espírito orientava-o quanto à iniciativa e participação nas expedições guerreiras e dirigia a escolha dos itens que deviam ser reunidos no seu “pacote medicinal”. Nem todos tinham sucesso na procura de uma visão, mas podiam recorrer a alguém que a havia logrado e receber instruções espirituais a troco de uma retribuição. Também o “pacote medicinal” era passível de ser negociado. O êxito na procura da visão era indispensável para a formação dos xamãs (Lowie, 1982, pp. 157-163).

Uma vez que cada indivíduo tinha um espírito protetor diferente, diversas eram as orientações espirituais e nem todos as concebiam como um sistema integrado. Mas os mesmos itens podiam estar organizados numa crença de caráter coletivo. Assim, as aldeias do ramo skidi dos pawnees tinham sacerdotes que conheciam os cânticos sagrados, sua seqüência e o significado dos procedimentos rituais. Cada aldeia tinha um pacote sagrado, que era aberto na primeira trovoada da primavera, devendo seu guardião fazer as oferendas conforme os ritos tradicionais. Cinco pacotes eram os mais importantes. Os sacerdotes associados a quatro deles assumiam, em rodízio, a responsabilidade do bem estar coletivo pelo período de um ano, sobretudo quanto à caçada de búfalos. Em caso de insucesso, o sacerdote de Vésper, associado ao quinto pacote, o mais eminente, substituía o que havia fracassado. Os encargos do sacerdócio eram herdados por linha materna (p. 164). Ainda quanto aos pacotes que constituiam peças centrais de ritos, Lowie faz referência ao que continha um cachimbo sagrado dos arapaho, envolvido em várias peças de tecido, que nunca tocava o chão, guardado num tipi especial todo pintado. E ainda ao cachimbo dos blackfoot, cujo guardião e proprietário, bem como sua esposa, estavam sujeitos a inúmeros cuidados rituais. O seu pacote tinha de ser aberto na primeira trovoada da primavera, ou a pedido de alguém que havia prometido ao Sol dançar com seu tubo, ou ainda quando era vendido a outro guardião. O cachimbo original tinha sido revelado pelo Trovão e o tubo por um urso em agradecimento pela ajuda da filha do agraciado (pp. 171-172).

Lowie também descreve o rito do tabaco, mantido por uma Sociedade do Tabaco e suas várias subdivisões entre os crow. O centro do rito era uma espécie, Nicotiana multivalvis, diferente da espécie que eles fumavam, Nicotiana quadrivalvis. Lowie chama a atenção para o caráter extremamente compósito da cerimônia, sem que se possa identificar uma idéia central a que as várias atividades estivessem logicamente subordinadas (pp. 172-177).

A Dança do Sol (pp. 178-180) não tem distribuição unânime e nem se realiza de modo exatamente igual em todos os povos das Planícies. Não era realizada pelos pawnees, wichitas, omahas e vários outros siouanos meridionais. De um modo geral era realizada uma vez por ano, no final da primavera ou começo do verão. Um dos momentos importantes do rito era a derrubada da árvore cujo tronco seria o mastro central, em torno do qual se armaria uma estrutura de madeira que lembraria um tipi. Uma área limpa guarnecida com crânios de búfalos faria as vezes de um altar. Neste setor, os guerreiros dramatizavam suas façanhas militares. No que tange aos cheyennes, Hoebel (1960, p. 15) também aponta as relações sexuais do sacerdote diretor com a esposa do promotor do rito como mais um de seus componentes.

Outro item importante era a tortura a que se submetia um (ou mais) dos participantes, em alguns casos o próprio patrocinador do evento. Entre os cheyennes, aquele que desejava passar por essa prova pedia auxílio a um curandeiro, que lhe fazia dois furos acima de cada mamilo. Em cada par de furos, sob a pele, passava um espeto, em cujos extremos atava uma corda, que era amarrada à forquilha no alto do mastro central. O homem assim dançava toda a noite junto ao mastro. Pela manhã, se a pele ainda não tivesse se rasgado com seus movimentos, o curandeiro a cortava, liberando-o. Os espetos também podiam ser enfiados em outras partes do corpo, como na parte superior as bochechas. Ou então sobre as omoplatas, e às cordas a eles ligadas se amarravam crânios de bisão, que eram assim arrastados pelo acampamento. Os motivos que levavam alguém a se sacrificar desse modo eram ajudar na cura de um parente, evitar o perigo na guerra ou para atender à sugestão de um sonho (Hoebel, 1960, p. 16). Por causa dessa tortura, o rito foi proibido pelo governo norte-americano em 1904. Em 1935, porém, torna a ser liberado. Mas ele volta a ser realizado com modificações, entre as quais certamente estava a omissão da tortura.

Referindo-se aos cheyennes e arapahos dos anos 1930, Eggan (1955, p. 88) admite que a Dança do Sol era então o fator que impedia sua completa desintegração. Estimulados por ela, os cheyennes tentavam reviver o conselho dos chefes e aumentar o número de membros das associações guerreiras (p. 88, nota 105). A realização da Dança do Sol entre os kiowas é examinada num artigo de Leslie Spier (1967).

Religiões recentes

Dança dos espíritos. Em 1870 um paviotso, do estado de Nevada, portanto na área da Grande Bacia, desenvolveu uma nova crença segundo a qual os índios falecidos retornariam, e o antigo modo de vida baseado na caça de animais, que já se tornavam escassos, seria restabelecido. Em 1888, Wovoka, um parente mais novo desse líder religioso, reforçou sua mensagem, ensinando uma dança destinada a estimular o retorno dos mortos. Sua pregação repelia a violência e recomendava a paz com os brancos. Combinava sua mensagem com idéias cristãs e por vezes chegou a considerar-se Cristo em retorno à terra para rejuvenescê-la. A dança combinada a essa nova crença veio a ser conhecida como Dança dos Espíritos (Ghost Dance).

É com a mensagem de Wovoka que a Dança dos Espíritos ganha receptividade nas Planícies. Nessa época, o desaparecimento dos bisões e os desentendimentos com os funcionários do governo norte-americano criavam o clima propício a essa receptividade. Por outro lado, os novos meios de transporte e comunicação introduzidos pelos brancos facilitavam as visitas dos índios das Planícies ao profeta da Grande Bacia. Ao recebê-la, porém, remodelaram a crença e substituíram seu pacifismo pela hostilidade aos brancos, que deveriam ser exterminados, e o modo de vida que haviam introduzido, abolido. Em suas grandes reuniões revivalistas, homens e mulheres entravam em transe, e tinham visões de parentes falecidos e grandes rebanhos de bisões. Entre os dakotas inventou-se uma camisa simbolicamente decorada que se acreditava ser à prova de balas. A morte do teton dakota Touro Sentado e a seguida batalha de Wounded Knee estão relacionados a esse movimento (Lowie, 1982, pp. 180-181).

Culto do Peiote. Uma outra religião que se expandiu pelas Planícies foi a do Peiote. O peiote só cresce da fronteira entre Estados Unidos e México para o sul. É um pequeno cacto sem espinhos em forma de cenoura que tem somente o topo visível acima do chão. Esse topo é cortado e posto a secar para formar o “botão”. Contém nove alcalóides narcóticos e produz alucinações visuais e outros efeitos fisiológicos, inclusive a dilatação das pupilas. A alegria é seu primeiro efeito, seguida de depressão, náusea , insônia e finalmente brilhantes visões coloridas que duram várias horas.

O conhecimento do peiote se expandiu para o norte a partir do México, onde se tem notícia de seu uso desde o século XVI. Os coras (da área do Sudoeste) já faziam seu ritual em 1754. Nas Planícies alcançou os kiowas (na latitude do “cabo de caçarola” de Oklahoma) pouco antes de 1870. Seu complexo ritual e religioso mudou um pouco nesse deslocamento. No México, seu rito sazonal tinha finalidades curativas, sucesso na guerra, no crescimento do milho e na caçada de veado; o rito tinha muita dança e dele participavam tanto homens como mulheres. Nas Planícies, perdeu sua importância como rito de cura; para a guerra só foi usado no início (talvez devido ao desaparecimento das atividades guerreiras após a submissão aos brancos); não era acompanhado de danças; seus adeptos formavam uma organização, da qual se excluíam as mulheres; e o rito não sera sazonal, podendo ser realizado em qualquer ocasião. Se no México o culto era ao ar livre, com uso do fumo e com corridas rituais e jogos de bola, nada disso se fazia nas Planícies, onde a reunião tinha lugar num tipi. Semelhanças porém se mantiveram entre as duas áreas: a coleta do peiote numa viagem cerimonial, as sessões noturnas seguidas do quebra-jejum matinal com pipoca, água adoçada e carne sem osso. Em cada povo das Planícies em cujo seio o Peiote se difundiu, seu culto sofreu alguma adaptação, sem dizer de alguma influência do Cristianismo. Vale ainda lembrar que, não sendo nativo das Planícies, o cacto tinha de ser adquirido mais ao sul (pp. 181-183).

Relações intertribais

Os cheyennes, arapahos, gros ventres, blackfoots, bem como as partes dos crees e ojibwas (chippewas) que viviam nas Planícies, eram oriundos do leste e nordeste (Grandes Lagos). Os comanches e shoshones eram originários do oeste, da Grande Bacia. Quanto aos kiowas, não se sabe traçar seu trajeto a partir de fora, mas lingüisticamente eram da mesma família (kiowa-tano) dos pueblos tiwas, tewas e towas do Sudoeste (Eggan, 1966, p. 72). Os gros ventres e os arapahos eram resultado da cisão, ocorrida já nas Planícies, de um mesmo povo (Eggan, 1955, p. 36). Os kiowas-apaches eram um povo autônomo que no verão ia juntar-se ao acampamento dos kiowas, como se fossem um de seus bandos. Os dois povos não tinham nem mesmo a língua em comum, pois os primeiros eram da família atapasca, e os segundos, da kiowa-tano (Eggan, 1966, p. 69 e McAllister, 1955, p. 100).

Os cheyennes mantinham relações amistosas com os arapahos e com os povos agricultores do alto Missouri, os mandan, hidatsa e arikara. Inimigos dos comanches e kiowas, com eles fizeram a paz em 1840. Os crow, pawnees, shoshones e utes eram seus inimigos. E também aqueles que os norte-americanos tinham transferido para as Planícies, como os sac, fox e delawares. Em 1853 foram derrotados pelos pawnees e delawares e, no ano seguinte, pelos sac e fox (Hoebel, 1960, pp. 47-48 e 69).

Os mandan e arikaras foram dizimados por uma epidemia de varíola no começo do século XIX, e seus sobreviventes viviam por volta de 1862 numa única aldeia junto com uns poucos arikaras (Eggan, 1966, p. 73).

Os sioux ou dakotas, também oriundos do leste, dividiam-se em vários ramos e sub-ramos, como constam no quadro anexo. Raymond DeMallie, no seu prefácio ao livro de Robert Lowie (1982), Indians of the Plains, discorda da denominação “nakota” aplicada aos yankton e yanktonai. Embora no dialeto central o “d” seja substituído pelo “n”, isso não acontece com o nome “dakota”.
Ramos dos
Dakotas
São os assiniboin que se denominam de “nakota”. É importante alertar que, apesar de sinônimos, dependendo do contexto em que são utilizados, os termos dakota e sioux têm diferentes níveis de abrangência. Dakota é o nome do grupo étnico e também de um ou dois subgrupos. Já o termo sioux, ou melhor, seu derivado “siouan” (siouana), foi escolhido para denominar uma família lingüística que abrange mais do que a língua dos próprios sioux, sem dizer do tronco “macro-siouan” (macro-siouano), não reconhecido unanimemente pelos lingüistas, ainda mais abrangente.

O cavalo, as armas de fogo, o bisão e o comércio de peles

Ganha-se mais compreensão dessas relações se forem consideradas a expansão do uso do cavalo, das armas de fogo e a comercialização pelos índigenas dos resultados da caça do bisão, como faz Eric Wolf (1982, pp. 176-181). Com base na sua breve apresentação da difusão do cavalo entre os indígenas das Planícies, de sul para norte, até alcançar os dakotas ou sioux, que são os primeiros a terem tanto a montaria como as armas de fogo conseguidas dos franceses, fiz o gráfico anexo. Ainda antes de conseguirem cavalos, os dakotas podiam enfrentar os crees, assiniboins e ojibwas, municiados pelos ingleses, deslocavam os cheyennes e ainda faziam incursões sobre os horticultores do Missouri para fazer escravos a serem vendidos aos europeus. Depois de obterem cavalos com os arikaras, eles se tornam, por volta de 1775, os senhores do norte das Planícies. Superam a intermediação dos mandan ao estabelecerem relações diretas com os comerciantes europeus de St. Louis, logo abaixo da confluência do Missouri com o Mississipi, isolam os kiowas dos arikaras e os crow dos mandan. De modo semelhante, os blackfoot, mais ao norte, também combinam uso do cavalo com armas de fogo, superando seus competidores snakes, kutenais e flat-head, que não tinham acesso a estas.
Expansão do cavalo
nas Planícies

A caça ao búfalo também permitiu aos índios das Planícies fornecer alimento aos que trabalhavam no comércio de peles, que na segunda metade do século XVIII já alcançava a bacia do Mackenzie. Era o pemmican, constituído de carne de bisão cortada em fatias secas ao sol ou ao fogo, pisadas com o malho, misturada com gordura derretida, tutano e uma pasta de frutos secos chamados chokecherries (Prunus demissa). O pemmican era remetido para áreas tanto a leste, como ao norte (rio Churchill), e ainda para o oeste (rios Columbia, Frazer). Cada sacola de couro cheia de pemmican pesava cerca de 90 libras (40kg). Considerando que um indivíduo envolvido nas atividades do comércio de peles consumia cerca de 1,5 libras de pemmican por dia, uma dessas sacolas podia alimentá-lo por 60 dias. Em St. Louis se vendiam línguas e sebo de bisão. Como a pele de castor estava em declínio, as vestes de couro de bisão eram o artigo principal do comércio. Entre 1841 e 1870, vinte mil dessas vestes foram levadas ao Forte Brenton, nas terras dos blackfoot. Também cavalos eram fornecidos pelos índios para os lugares que estavam além do alcance das canoas, como o Forte Edmonton.

Distribuição dos povos indígenas
na área nos dias de hoje

Geralmente, quando se faz um panorama dos povos indígenas das Planícies, retrata-se a sua situação no século XIX. Entretanto, atualmente, sua distribuição parece permitir considerar três setores nas Planícies.

O setor mais ao norte compreenderia as bacias dos rios do sul do Canadá que correm para o lago Winnipeg, como o Saskatchewan, e a bacia do curso superior do rio Missouri, nos Estados Unidos. Nele os povos indígenas estariam situados aproximadamente nas mesmas terras em que foram encontrados no século XIX, embora extremamente reduzidas. Aí estão os sarsis, blackfoot, crees e ojibwas das Planícies, assiniboin, mandan, arikaras, gros ventre, crow, cheyennes, arapahos, e os diferentes ramos dos sioux ou dakotas.

Um outro setor da atual área das Planícies estaria a oeste do curso médio do Missouri, ao norte e ao sul do rio Platte, seu afluente da margem direita. Embora aí estejam os poncas e os omahas, há muito estabelecidos nas Planícies, outros há que são povos da região dos Grandes Lagos, obrigados pelos governo norte-americano a se transferirem para a margem ocidental do Mississipi. Estão, pois, aí representantes dos winnebagos, iowas, kickapoos e potawatomis.

O terceiro setor corresponde ao antigo e atualmente extinto Território Indígena, que cedeu lugar ao estado de Oklahoma. Para aí foram obrigadas a se transferir as “cinco tribos civilizadas” (cherokee, choctaw, chickasaw, creek e seminole) do Sudeste, na primeira parte do século XIX, e posteriormente outros povos indígenas dos Grandes Lagos e das próprias Planícies. Hoje um grande número etnias indígenas estão aí representadas, sem reservas, vivendo no campo e nas cidades. Mais informações sobre essa área se encontram no capítulo 12.
População dakota
no Canadá

O quadro que indica a população de cada grupo étnico da área não diz quantos estão ausentes ou dela migraram. O quadro "População Dakota no Canadá" mostra também os números referentes a outras etnias que não foi possível desagregar.

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