Ao longo do curso de Odontologia, muito se aprende sobre como fazer para promover ou restituir a saúde oral aos pacientes, mas algo que talvez nem todos os acadêmicos percebam é que a saúde bucal das pessoas é determinada por muito mais fatores do que o dentista pode manipular em seu consultório. Na verdade, a saúde bucal extrapola os limites da Odontologia. E se tomarmos como referência não o indivíduo, mas o coletivo, temos aí determinado o campo de estudo da Saúde Bucal Coletiva.
A Constituição brasileira afirma que a saúde é um direito de cidadania, devendo ser garantida pelo Estado. A saúde, entendida enquanto qualidade de vida, tem seus determinantes políticos, sociais, econômicos e culturais. É por isso que se fala existir diferença entre assistência à saúde e atenção à saúde. A assistência é marcada pelo enfoque individual sobre os determinantes biológicos. A atenção se caracteriza por abordar o individual e o coletivo, atuando sobre a diversificada gama de determinantes da saúde.
É alicerçado nessa concepção que se constrói o conceito de Saúde Bucal Coletiva (SBC). A SBC comporta os princípios do SUS - Sistema Único de Saúde: universalidade, equidade, integralidade, descentralização e participação popular. A SBC, por atuar sobre o coletivo, não pode prescindir de ferramentas tais como a epidemiologia e o planejamento dos serviços. A SBC jamais poderá ser entendida enquanto um departamento isolado da Saúde Coletiva - é algo indissociavelmente integrada a esta, assim como a Saúde Coletiva e indissociavelmente integrada ao bem-estar comum.
Fragmento do texto
"A construção de uma agenda para a saúde bucal coletiva
, de Jorge Cordón.
Ações coletivas em saúde bucal
Bancos de dados epidemiológicos em saúde bucal
O livro "Odontologia e Saúde Bucal Coletiva" de Paulo
Capel Narvai, publicado pela editora Hucitec.
Políticas de saúde no Brasil ao
longo do século XX
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