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Diário do Front
A oposição que FHC pediu a Deus
Passeata de meia dúzia de gatos pingados em São carlos demonstra incapacidade da oposição em sensibilizar a sociedade

Alexandre Gomes

A passeata promovida pelo PT e outros partidos, acompanhado do arremedo de "entidades da sociedade civil" de sempre, na manhã de ontem parecia uma reprise das passeatas anteriores. As mesmas pessoas de sempre, as mesmas palavras de ordem de sempre - algumas das quais remontando ao final de década de 60 demonstrando, no mínimo, que falta criatividade às esquerdas - o mesmo público escasso de sempre. Em quase 20 anos não se registrou praticamente nenhuma alteração, aliás o observador atento terá percebido até uma retração de público e expressividade.
Certamente o motivo do fracasso de mais este movimento dos setores de esquerda não foi o tema: protesto contra o governo de FHC e a igerência do FMI nas questões nacionais. Nem procurando com uma lanterna se encontrará alguém disposto a defender FHC fora do ninho tucano - e mesmo no PSDB é raro quem tenha coragem de defender a principal liderança de seu aprtido - e os efeitos devastadores visíveis - como a expansào da miséria e do desemprego, a recessão geral, a quebradeira - só se comparam aos que nào pdoem ser vistos, como a dilapidação do patrimônio nacional generosamente doados ao Sistema Financeiro Internacional.
Portanto o repúdio a FHC é quase unânime, mas ninguém se sensibilizou com a propsota da passeata, nem mesmo - para citar um exemplo altamente significativo - os funcionários e professores da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) que paralisaram suas atividades ontem. Em outras palavras, a esquerda foi sequer capaz de mobilizar sua principal base, absolutamente disponível para participar do movimento. Se estas lideranças estivessem menos preocupadas em tampar o sol com a peneira negando os fatos que estão apresentados neste artigo e mais determiandas a refletir de forma autocrítica sobre os motivos do seu fracasso ainda poderia haver alguma esperança para eles.

Sem auto-crítica
Mas é evidente que não será isto que acontecerá, afinal auto-crítica nunca foi o forte do PT e seu alter-ego trotskista, o PSTU. Alguns dirão que o movimento foi um sucesso e que é a imprensa e este articulista em particular que tenta distorcer os fatos - bobagem que qualquer um que tenha visto o movimento sabe falsa pois sequer conseguiram reunir 200 pessoas. Outros dirão que os são-carlenses são alienados, despolitizados, que a cidade é conservadora e por isso não atendeu ao seu apelo.
Nenhum vai ver a realidade e ver que a falaha é justamente a incapacidade de mobilizaçào da esquerda, provocada pelo seu distanciamento da sociedade, ego excessivo de suas lideranças, inabilidade para explicar suas propsotas e, sobretudo, a desconfiança que ao invés de estarem preocupados com o país e a cidade estejam mais preocupados é com interesses eeleitorais.
Ainda que esta última afirmação não seja verdadeira, ela é tomada como verdadeira até proque os petistas agem assim. A população está revoltada com FHC, mas não está disposta a ver sua indignação utilizada como instrumento eleitoral petista, seja nas eleições nacionais ou municipais. Ao invés de tentarreverter esta falsa impressào, a esquerda a fortalece, e não há melhor exemplo disto que o press-release distribuido pelo prefeiturável petista Newton Lima Neto dando apoio à passeata.

Brancaleone
Nele o público tem o papel de figurante enquanto ele é o protagonista numa clara tentativa - frustrada, diga-se de passagem - de cacifar-se para a eleição municipal. O tiro acabou saindo pela culatra e ao invés de se fortalecer, Lima acabou por enfraquecer-se demosntrando seu limitado poder de mobilização até mesmo em sua principal base eleitoral que é a Ufscar. Mais dois ou três passeatas à la Brancaleone como a de ontem e Lima deixará de ser levado a sério como alternativa viável.
Igualmente confessaram sua falta de representatividade e incompetência para mobilização os arremedos de entidades da sociedade civil - as mesmas de sempre e algumas novas - que deviam se rpeocupar mais em tornarem-se entidades de fato a disseminar rebentos tào espectrais como eles. Levar a sério qualquer entidade que não consiga mobilizar pelo menos 100 pessoas é assinar diploma de otário, ao invés de contribuir para a organização da ociedade estas entidades fantasma fazem o contrário porque ao se assenhorear de títulos e associações meramente cartoriais acabam inibindo o surgimento de entidades verdadeiras que existam fora do papel.
Justamente pro serem lideranças medíocres que mal representam a si mesmos eles não tem o menor interesse em dar vida às suas entidades e fazê-las crescer porque sabem que se um número muito grande de pessoas tiver participaçào ativa nas entidades que presidem acabam por lhes tirar do poder. Preferem ser líderes de nada, tigres de papel que ostentam um questionável status - e geralmente transformam isto em profissão ou mercadoria - a ter de trabalkhar e agir de fato numa entidade de verdade.
Enquanto esta for a realidade da esquerda, tanto FHC como os setores conservadores de São Carlos podem continuar dormindo tranquilos, ao contrário da sociedade civil de fato cujo nome é usurpado pela politicagem e pela malandragem.
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