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Plenária Edgard Maia Carta em Memória do Edgard Maia Documento do Congresso Municipal da UJS Carapicuiba abril de 2002 Conjuntura
NUM PISCAR Num piscar de olhos as coisas já não são mais as mesmas. Num piscar de olhos já somos outros, avoz muda, o quadril ou barba crescem e o brinquedo começa a ficar de lado. Tudo
num piscar de olhos.
Passamos ver as coisas com outros olhos, se interessar por
outros assuntos, começamos a perceber que as coisas como nós se
transformam; São Paulo que para muito de nossos
parentes era um
lugar longe mas que tinha emprego cada dia fica mais abandonada,
vazia, era a cidade da garoa mas sofreo o risco de falta de energia
por falta de chuva. O
Brasil que era o país do futuro retrocede em 8 anos para um
longiquo passado.
Nosso pais que diziam que deviamos estudar para sermos alguém
e termos um bom emprego, assistem desgostosos uma educação
que o estado oferece como esmola e a dificuldade de ingresso para o
mercado de trabalho, com o pré-texto de que não temos experiência
causa eco na ficha de nossos pais com a descrição que precisam de
alguem mais jovem.
Começamos a nos dar conta que nem todo político é ladrão,
e o que foi preso e apareceu algemado na televisão hoje sorri
contente dentro de sua enorme mansão.
Percebemos que o rockeiro, o pagodeiro, o cluber, o rapper não são tão diferentes; todos são jovens, tem as mesmas dificuldades, dúvidas, todos tem os mesmos objetivos que é "ser feliz!" A terra onde Cristo nasceu esta um "deus nos acuda", um piscar de olhos a Argentina que tem indices de alfabetização e uma economia mais instavel que o Brasil, passou a ser o país dos palenassos, sem alimento dentro. Nada do que foi será do mesmo jeito que já foi um dia, já dizia um poeta. Muitas coisas que gostariamos de aprender sozinho na hora certa com a pessoa certa, vimos ao vivo nos Reallity Shows em horario nobre e em cadeia nacional.
A pessoa que ontem estava lutando de nosso lado, hoje faz parte
de nossa memória, de forma brutal foi surrupiado de um sistema que
nos mantem refem.
Por isto esta plenária ganha seu nome, “Edgard Maia”.
Tudo, tudo num único piscar de olhos, num piscar de olhos me
vi compelido a não mais ficar inerte, basta um único passo você já
não esta no mesmo lugar, num
piscar de olhos e sei que sou UJS "No Coração de quem faz a guerra nascerá uma flor amarela." Formação
ESTUDAR
PARA TRANSFORMAR O objetivo da União da Juventude Socialista é mobilizar os jovens brasileiros para em conjunto com os trabalhadores, transformar a sociedade. Transformar uma sociedade capitalista que coloca em grau de importância o capital e a sua reprodução acima dos interesses da humanidade, em uma sociedade igualitária com emprego, educação e acesso à saúde para todos.
Contudo, para transformar essa sociedade precisamos conhece-la. Precisamos estudar a História do Brasil, saber por exemplo, qual a dinâmica e as características do desenvolvimento do Capitalismo no Brasil e conhecer as experiências de resistência e lutas populares organizadas ao longo da nossa história. Não podemos esquecer também de buscarmos lições importantes através do estudo da experiência de povos que optaram pelo Socialismo.
Precisamos
articular esse saber histórico com as lutas que travamos diariamente em
defesa da educação e da juventude. Ou seja, construir uma UJS que
conquiste a juventude para o Socialismo através da luta diária por
educação de qualidade, emprego para a juventude e soberania nacional,
aspirações que estão presentes no projeto socialista. Daí, a
necessidade de nos dedicarmos ao estudo dessas questões. Muitas vezes,
vamos para a sala de aula dialogar com os estudantes sobre os problemas
da educação e nossa fala não consegue ir além de um punhado de
generalizações.
Aí galera a educação tá mal, falta verba, falta professor, falta escola e o provão é uma porcaria. Esse governo neoliberal, dá dinheiro pra banqueiro mas não investe em educação! Não que algumas dessas questões não sejam verdadeiras, mas a tarefa do convencimento e da conscientização exige mais do que generalizações. Os estudantes sabem quando um professor não domina a matéria e está enrolando, da mesma forma podem não levar a sério uma liderança estudantil que tenha dificuldades em responder questões por eles levantadas. Podemos passar por maus momentos em sala de aula. A responsabilidade que assumimos não é pequena, pois se pisarmos na bola é a imagem da entidade que representamos que será prejudicada. Vale lembrar uma coisa básica sobre a formação do militante, lutar por uma causa só faz sentido quando adquirimos consciência da finalidade desta causa. Do contrário, acabamos participando por que temos amizade com alguém no movimento, ou então, porque os encontros e congressos são legais e por aí vai.
Ocorre também, que alguns dos nossos militantes mais valorosos, dotados de um entendimento básico sobre a luta política, costumam tratar a formação quando muito como uma coisa secundária ou até mesmo como sendo burocrática. Não compreendem que a formação interfere inclusive na vivência democrática da UJS, pois é o entendimento e o conhecimento adquiridos pelo militante que entre outras coisas o habilitam a intervir nos fóruns da entidade. O conhecimento pode tornar-se uma importante ferramenta de poder, pois o militante mais consciente da dinâmica de funcionamento da entidade, da conjuntura política, da trajetória da luta pelo socialismo, enfim, o companheiro melhor preparado tem em mente uma visão tática muito bem definida. Não adianta dois ou três companheiros adquirirem uma excelente capacidade de elaboração política, a UJS só pode amadurecer politicamente de forma coletiva. Muitas cabeças pensam melhor do que duas ou três.
Seria um absurdo culpar um militante por ele buscar uma compreensão mais apurada da realidade e os outros não, mas podemos trabalhar para que a nossa militância de um modo geral adote uma postura que não seja a da passividade diante do conhecimento.
Devemos ser revolucionários durante todo o tempo, não apenas, quando participamos de alguma atividade ou reunião, ou mesmo quando estamos em companhia de outro militante. A nossa opção pelo socialismo se revela não só na prática tipicamente militante, mas também no dia a dia quando devemos cultivar e adotarmos com todas as pessoas uma postura solidária, sincera e humilde buscando sempre o convencimento mas também sabendo ouvir. A coerência deve compor o caráter de um revolucionário, não podemos pregar a justiça social, a solidariedade, o respeito aos direitos humanos e adotarmos no cotidiano uma postura egoísta, individualista, arrogante e indiferente. A
formação é também um exercício individual, devemos reafirmar a
nossa opção revolucionária diariamente. Jamais devemos nos tornar
pessoas frias perdendo até mesmo a capacidade de nos indignar diante das
injustiças sociais. O PAPEL DA COORDENAÇÃO O
que fizemos até agora foi expor os princípios norteadores do trabalho
de formação, o próximo passo consiste em situarmos as
responsabilidades da coordenação de formação, bem como, propor as
primeiras atividades que darão início ao trabalho de formação. A
tarefa da coordenação de formação consiste em desenvolver atividades
que despertem na militância o interesse pelo estudo. Cabe à coordenação
introduzir os novos militantes aos debates sobre socialismo, movimento estudantil,
educação, conjuntura nacional e internacional. À coordenação, cabe a responsabilidade de indicar caminhos e facilitar as condições para o debate e o amadurecimento ideológico da militância. Situadas as responsabilidades da coordenação de formação, seguem algumas propostas de atividades. 1) Há um nítido desnível no atual grau de formação da militância. Então, como primeiro passo para criarmos uma base comum, propomos a organização de um curso do vídeo à todos os militantes que ainda não participaram dessa atividade. 2)
Obedecendo ao princípio de articular o debate sobre socialismo
com as lutas mais imediatas, propomos um seminário com o seguinte tema:
A Educação no governo de FHC.
Movimento Estudantil EDUCAÇÃO = SUBVERSÃO "A policia matou um estudantil, falou que era bandido, chamou de traficante." (Gabriel O Pensador) A juventude do "Fora Collor" não pode ficar de fora da maior concentração de jovens; não existe movimento de juventude de verdade sem movimento estudantil. O movimento estudantil é parte da história de lutas do Brasil, em Carapicuíba ora é supervalorizado ora é menosprezado, mesmo sem o esforço de toda a entidade conseguimos dar novo rumo a UESC a começar pela sede propriamente dita; o resultado forma visíveis e violentas investidas de outras forças que não contribuiem e desfavorecem a entidade com personalismo e partidarismo, somos a única força em Carapicuíba que mantemos o autentico movimento estudantil em movimento, a UJS é a única força que pode levantar a bandeira contra a partidarização da entidade. No entanto nunca podemos nos esquecer que o único que devemos respeito e satisfação é com o estudantes. Tivemos um trabalho eficiente na etapa estadual e nacional do congresso da UBES e devemos repetir o feito na preparação do congresso da UPES, porem parte de nossas mobilizações deve ser interna nos mantendo em unisono que é a marca da UJS é marca da UNIÃO da Juventude Socialista. Devemos montar novamente o posto de carteiras na sede da entidade, e fazer campanha de divulgação nas escolas. Devemos
realizar um programa com universitários pois apesar de não possuirmos
universidade na cidade temos militantes nestes centros de formação cientificas
e precisamos mante-los antenados com os pensamentos e comportamentos
revolucionários. Movimento Popular O PROCESSO É CONTINUO "Carapicuíba é longe pra caramba. . ."
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. . é longe dos centros culturais; carapicuíba fica longe do centro
comercialonde nos dislocamos de madrugada em busca do pão nosso de cada
dia, e voltamos para a cidade dormitório de noitinha só pra dormir e
assim segue a rotina da maioria dos moradores desta cidade. Carapicuíba fica longe de ter atendimento médico de qualidade "...só se estiver em Osasco..." ou em Barueri, fica longe a educação de qualidade não tem
faculdade; é triste verdade.
E em meio a este descaso esta falta de vontade política que se transforma
em falta de vontade popular temos que nos organizar. Por que "não vou
me adaptar".
" Não queremos só comida, queremos comida diversão e arte" pois tudo isso é primeira necessidade para nosso desenvolvimento intelectual, é a forma de nos relacionarmos, é a alternativa em lugares "... onde só se tinha como atração um bar e o candoblé para se tomar a benção..." (Racionais Mc's) Estes são motivos para termos organizadoç o show Contra a Redução da Maioridade penal junto com o "SNJ", os "Ratos de Porão" e os manos do "Mão pra Bolo & Cia".
São por estes motivos que organizamos o "Rock na Sede" com o grupo "Barata da Basiléia" e a "UESC", e apoiamos o grupo de teatro que realiza ensaios na sede da entidade. Conseguimos
um canal de comunicação, com a participação do companheiro Ricardo
Cacá em rádios locais com programa próprio, precisamos relançar este
canal como parte do programa de duas frentes a cultural e a de comunicação.
Por estes motivos lançamos mesmo sem periodicidade o "Raio X". Não dá mais para esperar acontecer devemos continuar mobilizando e apoiando iniciativas de grupos locais como o pessoal do Mão pra Bolo, S.O.S. Periferia, O.R.B., UZOME SP, D. Fatto, Controlamente, Presto, Revolução Break Crew, por estes motivos devemos saudar o pessoal do (Air Brush) tecnica
de grafitagem consagrada na cidade, e ampliarmos o canal de comunicação
com estes que vivem da arte de expressar as angustias da juventude. Já notamos que de todos brotam "... o estinto coletivo..." (O Rappa), pois "O homem coletivo sente necessidade de lutar." (Chico Sciêncie & Nação Zumbi) Este são motivos mais que suficientes para inserirmos defitivamente Carapicuíba no "Circuito Nacional de HIP-HOP". Por estes motivos devemos organizar as posses, por estes motivos que realizamos a distribuição do livro "Nação Hip-Hop" do mano "Shetara" militante da UJS Campinas. São
por estes motivos que somos uma das cidades a candidatas a sediar o
projeto de cultura na comunidade da Bienal da UEE União Estadual dos
Estudantes.
Devemos que reivindicar o
espaço que nos cabe na formação da secretaria de juventude na cidade. Devemos aproveitar a campanha da fraternidade para desenvolver contato com os nativos da Aldeia de Carapicuíba. |
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