O estudo dos astrofísicos de hoje sobre a origem e evolução do universo é chamado cosmologia. Antigas estórias sobre a origem do mundo são chamadas mitos cosmogônicos, ou mitos sobre o nascimento do cosmos. Como tais, eles não tratam apenas da aparência da Terra e dos céus, mas também do começo de tudo mais: plantas, animais, família, trabalho, doença, morte, mal e, em alguns casos, dos próprios deuses. Os mitos e seus relatos tornaram-se parte dos rituais religiosos da vida diária, uma vez que eles eram relacionados a todas as ocorrências comuns e repetidas: estações do ano, o plantio e colheita das lavouras, o nascimento de uma criança, ou a morte de um adulto. Entre os Tibetanos, a declamação solene dos mitos cosmogônicos era considerado suficiente para curar doenças ou imperfeições. Pelo ato de relembras as origens, eles acreditavam haver uma esperança de renascimento ou revitalização
Lendas da Polinésia contam como o deus supremo, Io, criou o mundo. No início havia apenas água e escuridão. Por suas palavras e vontade, Io separou as águas e ciou a Terra e o céu. Ele disse: "Que as águas sejam separadas, que os céus sejam criados, que a Terra exista". Os Polinésios acreditavam que essas palavras eram carregadas de poder, por isso eles as recitavam em ocasiões especiais para garantir o sucesso de determinadas ações.
Da mesma forma, aborígenes da Austrália, reencenavam anualmente as suas lendas sobre a criação porque tinham a convicção de que o mundo, se não fosse renovado periodicamente, iria perecer. Este tema também era comum entre as tribos Karok, Hupa e Yurok da Califórnia. Suas cerimônias eram chamadas de um reparo, ou conserto, do mundo.
Os mitos sobre a criação variavam bastantes entre os povos antigos. Uma estória da Índia, escrita aproximadamente em 700 a.c., conta que o universo começou como o Ser na forma de um homem. O Ser era solitário, então ele dividiu-se em duas partes, um macho e uma fêmea. Da união dessas partes nasceu a raça humana. Os dois originais também tomaram a forma de animais e, a partir desses primeiros pares, todos os outros animais foram criados. Aproximadamente em 3000 a.c., os Sumérios no Oriente Médio tinham um diferente relato. O deus das águas, Enki, disse à sua mãe, Nammu, para tomar porções de barro e moldá-las na forma de homens e mulheres. Ela fez povos de todo tipo para serem servos dos deuses. Então, Enki e sua mulher, a deusa Terra, tiveram uma disputa. Cada um tentou criar pessoas que o outro não poderia encontrar nenhuma função ou local adequado. Desse modo, foram criados vários tipos de indivíduos deformados e deficientes. Esta é a maneira pela qual os Sumérios explicavam as imperfeções humanas.
Nas terras geladas do norte da Europa, as pessoas acreditavam que a primeira coisa criada era a névoa. Contam que esta névoa fluiu por 12 rios e congelou, preenchendo o enorme vazio do mundo com camadas e mais camadas de gelo. Então veio um vento quente do sul e começou a derreter o gelo. Das nuvens de vapor que subiam surgiram dois seres, Ymir, o gigante congelado, e Audhumla, a vaca. Quando teve fome, Audhumla se alimentou lambendo o gelo. Ao lamber o elo, ela descobriu uma forma humana. Este era Buri, o primeiro dos deuses. Seu filho, Bor, teve três filhos, os deuses Odin, Vili e Ve. Eles mataram Ymir e, a partir do corpo do gigante congelado, criaram o resto do universo. Das suas sombrancelhas eles criaram Midgard, o lugar onde a humanidade deveria habitar. Então Odim pegou um freixo (tipo de árvore) e fez o primeiro homem. A primeira mulher foi feita de um olmo (tipo de árvore).