Autor: Luís Carlos de Oliveira


"O som não tem a velocidade da luz mas a palavra ilumina!"

ÍNDICE

  1. CODAQUE BLEQUE
  2. FÍSICA-ÓTICA
  3. LUXO ORGÂNICO
  4. POEMA LAVADEIRA
  5. EM PREGO

Página 1 - Poesias

Página 2 - Mais Poesias

Página 3 - Poesias Demais

Página 4 - Poesia Amiga!!!

Página 5 - Cadernos Negros 25

Página 7 - Cadernos Negros 29

Página 7 - ÚLTIMAS



      


   

CODAQUE BLEQUE



Para Cuti Já adapta-se a nova indústria Ao consumidor negro. Exija no pronto-socorro esparadrapo preto. (Alguns "inocentes" sugeriram fita isolante para cabos elétricos). Muito mais recentemente existe Filme para máquinas fotográficas Próprio a realçar a beleza do negro e da negra. As sombras são metamorfoseadas No entorno do rosto. O ricto ao sorriso. Como se a beleza fosse esteta E a luz exegeta em arco-íris No olho de quem olha. De noite, sem fleche Codaque Bleque.

FÍSICA - ÓTICA







Negro:
Ausência total de luz.

Presença total de negros:
                                Luz!





LUXO ORGÂNICO




Laranja laranja,
Verde limão.
Vagas há.
Borzeguim, um meião para não cortar a canela
Nas latas, no vidro...
Cotas reservadas, o cento todo
Per urbana limpeza
Laranja laranja,
Verde limão.

Podridão há.
Seletiva ou não, coleta de pá, de mão...
Requisitos então: mínima pretensão salarial,
Afro-ascendência;
Releva-se a antecedência criminal
Laranja laranja,
Verde limão.

Benefícios há!
Fila para a inscrição,
Carona no caminhão,
Uniforme fosforescente com o “luxo” dentro.
Lixo, forma reciclável de inclusão.
Laranja laranja,
Verde limão.



POEMA LAVADEIRA





Retirei teu suor com sabão,
Água corrente e sol.
De sal uma aluvião no lençol
Amarelo-vermelho.
Como sabê-lo? Cabelo!
Ainda estava quente de inverno
A manga da blusa verde que destes em braço.
Vi que derramastes o pacto no pano de prato.

Sua baba dormida enfronhada
Por vez solitária, por vezes amada,
Ressecada solvi.
Pó de arroz, maquiagem... na  camisa.
Pó de feijão na toalha da pequena mesa;
Hora do almoço é missa.
No vinco sabido da colcha florida
Chapa aquecida
Alinhou a estampa encardida.

Bermudas das tardes amigas
Desnudas se estava uma saia despida

No total tantas peças, um só ato,
Hiato dos dias
No rol das roupas que vieram
Da lavanderia.



EM PREGO





Esta fila é pra trabalho,
Há que se acordar cedo.
Há imberbe, ex-patrão, atrás de dignidade.
Com diploma no bolso,
Sem certezas ou certidão,
Seguem os bois ao matadouro.
Solidários então...na longuilínea seqüência
Arrastada ao quarteirão.
Querem todos a alforria assinada em carteira.
Demonstram suas destrezas,
Refletem em entrevistas.
Pra santo de bolso apelam
E para novas mandingas.
Cortam o pigarro, escondem o cigarro,
Cruzam a sorte nas falangetas.
Os filhos seguirão seus passos?
Armadores, eletricistas, vigias, garçonetes, motoristas...
Curriculum vitae impresso
Pra indústria ou comércio.
Exige-se experiência, regência,
Concordância com o verbo,
Para vaga única de auxiliar em serviços gerais.

Todos nas mãos com um martelo,
O teste é bater um prego.


"É um sonho 'zumbiesco' este livro!!!"

"O Ministério da Cultura admite: poesia faz bem para a saúde." Relação dos 'Malungos':

Bas'ilele Malomalo 
Cuti 
Edson Robson Alves dos Santos 
Elio Ferreira
Esmeralda Ribeiro 
Fausto Antônio
Helton Fesan
Jamu Minka 
Lêpe Correia
Luís Carlos de Oliveira 
Márcio Barbosa 
Oubi Inaê Kibuko 
Sidney de Paula Oliveira 
Suely Nazareth Henry Ribeiro

Estou lendo...:

" Ano 309º da Morte de Zumbi"

CONTATO: deoliveir@uol.com.br

lscrlsdlvr@hotmail.com

ICQ: 50182655

"ALUFÁS"

"Lei:Todo negro sem um livro na mão deve ser algemado"

"Palmas para a Platéia"

"Menino Rei e seus Súditos"

Ambiente Familiar

"- Vê se aprende"

"ENTREATO"

"Repreensão Verbal"

"AUTOGRAFIA"

"Ah! Feijoada!!!"

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