Relatório de Fisiologia

Trabalho gentilmente cedido por Telmo Carlos Pereira e sua Equipe (alunos do 3º Ano de Odontologia da Universidade São Francisco)


RELATÓRIO - AULA PRÁTICA

REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CÃO

 

1 - INTRODUÇÃO:
O animal já estava anestesiado com solução de uretana a 26% (5 ml/Kg peso) por via intraperitoneal. Após a anestesia, foi fixado na goteira e feita a tricotomia da região anterior do pescoço e em seguida uma incisão longitudinal na pele. Para isolar a traquéia divulsionou-se os músculos anteriores, e em seguida afastou-se os tecidos em torno da mesma. Passou-se um pedaço de cordone por trás da traquéia.
A traqueostomia foi feita efetuando-se um corte no sentido transversal e um no sentido longitudinal, de maneira que se pudesse em seguida introduzir a cânula endotraqueal, que deveria ser amarrada dentro da traquéia com a linha cordone.
Em seguida, divulsionando os tecidos, isolamos os nervos vago e o simpático cervical bilateralmente, passando em torno dos mesmos uma linha de costura, sem amarrar.
Procedeu-se da mesma forma para isolar as artérias carótidas.
Com uma carótida isolada, amarramos sua porção mais superior para evitar eventual refluxo de sangue. Em seguida, pinçamos sua região mais inferior e foi feita uma pequena incisão com tesoura na iris no terço superior da artéria exposta, através da qual foi introduzida a cânula de polietileno no sentido do coração e foi amarrada firmemente, de forma que a parede da carótida envolvesse a cânula. Após canular, foi retirada a pinça de forma que a pressão arterial seria exercida sobre a coluna de mercúrio do manômetro, podendo ser registrada no papel esfumaçado do cilindro do quimógrafo.
A preparação foi mantida umedecida com solução fisiológica.
2 - OBJETIVOS:
* Observar a resposta cardiovascular na estimulação e secção do nervo vago.

3 - MATERIAL UTILIZADO:
* Goteira
* Seringa de 30 ml
* Caixa de material cirúrgico
* Tesoura fina
* Tesoura romba
* Cabo de bisturi
* Lâmina de bisturi
* Pinça dente de rato
* Pinça antômica
* Pinças Kelly reta
* Bastão de vidro para isolar nervo
* Tentacânula
* Algodão e gaze compressa
* Solução fisiológica
* Pipeta de pasteur
* Linha de costura número 10
* Manômero de mercúrio
* Cânula arterial de polietileno
* Quimógrafo elétrico
* Cilindro com papel esfumaçado
* Estimulador elétrico com eletrodo bipolar para estimulação
* Cânula traqueal
* Pedra de gelo
* linha cordone
* 1 tesoura de cortar frango

4 - MÉTODO:
1 - Registrar no papel esfumaçado a pressão arterial normal e observar a freqüência cardícada. Efetuar os procedimentos seguintes sempre avaliando esses parâmetros.
2 - Colocar sobre os nervos vagos de ambos os lados uma pedra de gelo.
3 - Seccionar o nervo vago bilateralmente, segurando os cotos centrais e periféricos por meio de uma linha de costura.
4 - Determinar o limiar para estimulação elétrica num músculo exposto.
5 - Estimular eletricamente os cotos periféricos do nervo vago em freqüência crescente.
6 - Estimular prolongadamente e em alta freqüência os cotos periféricos do nervo vago, um de cada vez.
7 - Ocluir a cânula endotraqueal por aproximadamente 30 segundos
8 - Sacrificar o animal por meio de uma injeção intratoráxica

5 - RESULTADOS:
Nesse experimento obtivemos o registro normal da Pressão Arterial, o efeito do resfriamento e da secção do nervo vago, a estimulação elétrica do coto central e do coto periférico do nervo vago e o efeito da regulação química sobre a pressão arterial.
O nervo vago, ao ser resfriado, causou alteração da Pressão Arterial, por alterar sua temperatura. O resfriamento diminuiu a cinética, portanto aumentou a Pressão Arterial, pois alterou o parassimpático. A estimulação elétrica do coto central (fibras aferentes sensoriais) fez com que ocorresse estimulação do reflexo Barorreceptor que promoveu inibição do Centro Cardio Acelerador e estimulação do Centro Cardio Inibidor, diminuindo a freqüência cardíaca, o débito cardíaco e por conseguinte também diminuindo a Pressão Arterial.
A estimulação elétrica do coto periférico (fibras eferentes) também levou à queda da Pressão Arterial.
O fechamento da cânula endotraqueal fez com que se bloqueasse a passagem de O2 e aumentasse a concentração de CO2.
Receptores químicos presentes nas principais artérias forma estimulados para aumentarem a Pressão Arterial para que se pudesse transitar mais sangue contendo mais oxigênio. Percebemos aqui a dificuldade do cão em seus movimentos respiratórios.

6 - CONCLUSÃO:
A estimulação dos nervos parassimpáticos sobre o coração (vagos) produz o hormônio acetilcolina que é liberado nas terminações vagais.
Esse hormônio tem dois efeitos principais sobre o coração. Primeiro diminui a freqüência rítmica do nódulo Sino Atrial e, segundo, diminui a excitabilidade das fibras juncionais atriventricular entre a musculatura atrial e o nódulo atriventricular, tornando, assim, mais lenta a transmissão do impulso cardíaco para os ventrículos. Uma estimulação muito forte dos vagos, pode interromper por completo a contração rítmica do nódulo Sino Atrial ou bloquear inteiramente a transmissão do impulso cardíaco através da junção atriventricular. Em qualquer caso, os impulsos rítmicos não são mais transmitidos para os ventrículos. Os ventrículos param de bater durante 4 a 10 segundos, mas então, em algum ponto das fibras de Purkinje, geralmente no feixe atriventricular desenvolve-se um ritmo próprio que produz contração ventricular na freqüência de 15 a 40 batimentos por minuto. Esse fenômeno é chamado de escape vagal.

7 - BIBLIOGRAFIA :
GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1997.

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