Filhos: Como Evitar Remorsos?

Extraído do livro O Homem de Hoje, de Patric M. Morley, 1989/92, ed. Mundo Cristão.


"Outro dia mesmo vi meu filho chegar;
veio ao mundo como todos os outros.
Mas havia aviões a apanhar e contas a pagar;
enquanto eu estava fora ele aprendeu a andar."

Música "Cat´s in the Cradle", de Sandy e Harry Chapin, 1974, Story Songs Ltd.

"Vós, pais,
não provoqueis vossos filhos à ira,
mas criai-os na disciplina
e na admoestação do Senhor."

Efésios 6:4

Não existe substituto para o tempo

Outro dia estava refletindo que minha filha de doze anos estaria na faculdade com dezoito, portanto dois terços do seu tempo com a mãe e comigo já se foram. Então ocorreu-me que, aos doze anos, ela passava mais tempo com os amigos do que com a família.

Quando pensei mais a respeito, percebi que 85-90% do nosso tempo juntos já passou. É melhor aproveitar agora mesmo o tempo com os filhos, porque as semanas se transformarão em anos mais depressa que a velocidade de uma bala disparada, e então os amigos se tornarão muito importantes para eles.

Se acabarmos com remorso por tempo que não demos aos nossos filhos, essa é uma dor que jamais desaparecerá, como ilustra esta carta tirada da seção de 1988 da colunista Ann Landers.

Onde foram parar os anos?

Lembro-me de uma conversa com meu amigo, diversos anos atrás, a respeito de nossos filhos. Os meus tinham 5 e 7 anos naquela época, exatamente as idades nas quais seus papais significam tudo para eles. Gostaria de ter podido passar mais tempo com os meus garotos, mas eu estava ocupado demais com o trabalho. Afinal de contas, eu queria dar-lhes todas as coisas que nunca tive quando estava crescendo.

Como eu gostava da idéia de chegar em casa e fazê-los sentar-se no meu colo e contar-me a respeito do seu dia!

Infelizmente, a maior parte do tempo eu chegava a casa tão tarde que apenas conseguia dar-lhes um beijo de boa noite depois que eles já tinham adormecido.

É incrível a rapidez com que as crianças crescem. Antes que eu percebesse, eles estavam com 9 e 11 anos. Deixei de vê-los atuar nas peças da escola. Todo mundo dizia que eles eram formidáveis, mas as peças sempre pareciam ser apresentadas quando eu estava viajando a negócios ou preso com alguma conferência especial. Os meninos nunca reclamaram, mas podia ver o desapontamento em seus olhos.

Eu vivia prometendo que teria mais tempo "no ano seguinte". Mas quanto mais alto eu subia os degraus da companhia, menos tempo parecia existir.

De repente, eles já não estavam com 9 e 11 anos. Estavam com 14 e 16. Adolescentes. Não vi a minha filha na noite em que ela saiu com um rapaz pela primeira vez, ou o jogo do campeonato de bola ao cesto do meu filho. A mãe apresentava desculpas e eu dava um jeito de telefonar e falar com eles antes que saíssem de casa. Eu percebia o desapontamento em suas vozes, mas explicava da melhor maneira que podia.

Não pergunte onde os anos foram parar. Aqueles garotinhos estão com 21 e 19 anos agora, e na faculdade. Mal posso acreditar. Meu trabalho exige menos e eu finalmente tenho tempo para eles. Mas eles têm os seus próprios interesses e não há tempo para mim. Para ser perfeitamente franco, estou um pouco magoado.

Parece que foi ontem que eles estavam com 5 e 7 anos. Eu daria tudo para viver esses anos de novo. Pode apostar sua vida em que eu faria as coisas de maneira diferente. Mas agora eles se foram, e com eles a minha oportunidade de ser um pai de verdade.

Conforme ressalta Lee Iacocca, no leito de morte ninguém diz: "Gostaria de ter passado mais tempo com o meu negócio".


By Edemar A. Santos [mail], atu.12-jan-98. [home]
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