Ano III - nº 704 - Terça-feira, 27
de março de 2001
Cesta básica para trabalhador sobe 2,8%
em março
A cesta de alimentação do trabalhador (CAT), indicador
de preços criado pela Faculdade Batista de Vitória (Fabavi),
apresentou um aumento 2,8% em março com relação ao
mês anterior. O preço médio registrado foi de R$ 82,55
- o que equivale a 54,7% do salário mínimo vigente no País,
de R$ 151,00. Entre os 15 produtos que fazem parte do índice, o
leite de caixa e a batata são apontados como os responsáveis
pelo o aumento no período. "O leite foi um dos produtos que
apresentou maior aumento de preço. Subiu 12,9% entre fevereiro e
março. A batata inglesa subiu 8,4%. São itens de grande peso
dentro da CAT", afirmou o coordenador do indicador, o professor de
Economia do curso de Administração Geral da Fabavi, Paulo
Cézar Ribeiro. O CAT é calculado com base na coleta de preços,
em supermercados, de produtos (de marcas mais baratas) considerados essenciais
para a sobrevivência de um trabalhador durante um mês. A metodologia
é baseada no índice calculado pelo Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
A pesquisa divulgada ontem foi realizada em dez supermercados da Região
Metropolitana de Vitória, entre os dias 17 de fevereiro e 17 de
março. O supermercado Ramos, que fica em Cobilândia, em Vila
Velha, apresentou o menor custo para a cesta (R$ 70,94). Em segundo lugar
ficou o São José (do centro de Vitória), com custo
de R$ 75,46. Em terceiro ficou o Carone (de Jardim da Penha e de Santa
Lúcia), com R$ 77,25. Os que apresentaram os preços da cesta
mais elevados foram o Champion (de Jardim Camburi), com R$ 90,68, o Carrefour
(de Vitória), com R$ 88,99, e o Perim (de Vila Velha), com R$ 87,24.
O Boa Praça (Parque Moscoso) apresentou uma cesta de R$ 84,63. O
Extra Bom, com cesta de R$ 81,64, e o Rede Show, com R$ 79,66, ambos na
Vila Rubim, além do Internacional (de Porto de Santana, Cariacica),
com R$ 85,83, foram os que apresentaram custos próximos ao do preço
médio apurado neste mês. "Caso o trabalhador optasse
em adquirir os produtos mais baratos, o preço mínimo da cesta
seria de R$ 60,93, ou seja, 5,6% menor do que o calculado no mês
anterior, mas ele teria de comprar em vários estabelecimentos",
disse o professor. Os itens com custo mais baixo que seriam encontrados
no Internacional seriam a farinha de mandioca, o pó de café,
o óleo de soja e a cebola. No Champion, seria o feijão preto.
No São José, a banana prata. No Ramos, o frango congelado,
o leite em caixa, o arroz, o ovo de galinha e a manteiga. No Rede Show,
a batata inglesa e o tomate. No Carone, seria o pão de forma e o
açúcar refinado. "Incluindo o custo de deslocamento
com ônibus para um trabalhador do centro da capital, o custo mínimo
total com a cesta seria de R$ 66,38, ou seja, 6,9% menor do que a menor
cesta calculada", disse Ribeiro. O salário mínimo regional
para o trabalhador manter sua família (incluindo mulher e dois filhos)
deveria ser de R$ 693,50. A pesquisa de preços é executada
por estudantes do primeiro período do curso de Administração
Geral da Fabavi.
Hérica Lene
hericalene@gazetamercantil.com.br