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MODO DE TENGWAR PLENO PARA O PORTUGUÊS

Uma Proposta [Versão 2]


 

MODOS DE TENGWAR

 

Quando se fala dos tengwar, os caracteres de escrita criados pelos elfos, pode-se distinguir dois grupos de modos: modos de tehtar, onde as vogais são representadas por tehtar, sinais diacríticos acima, abaixo e às vezes no interior dos tengwar, e modos plenos, que possuem um tengwa, ou caracter, separado para cada vogal. Tanto os modos de tehtar quanto os plenos fazem uso de outros diacríticos para funções não-vocálicas, como a indicação de consoantes duplas ou precedidas de uma nasal homorgânica; também os "ganchos de -s" apensos aos tengwar são comuns a ambos os grupos de modos gráficos.

 

Ademais, quando um modo de tengwar é usado para escrever uma língua moderna - em contraste com seu uso para o élfico, a Língua Negra etc. - é necessário distinguir entre modos fonêmicos, que no caso ideal possuem um tengwa ou tehta para cada fonema do idioma, e modos ortográficos, que representam com cada tengwa ou tehta um caracter (símbolo escrito, ou "letra") do idioma, ou possivelmente um dígrafo ou trígrafo (combinações fixas de letras, tais como ch em português).

 


 

MTPP

 

O modo aqui proposto é um caso especial destinado à língua portuguesa: o Modo de Tengwar Pleno para o Português, de natureza fonêmica, inspirado por um lado no Modo de Beleriand usado (em Sindarin) na inscrição do portão de Moria (O Senhor dos Anéis, Livro II, capítulo IV - "Uma jornada no escuro") e por outro nos diversos modos plenos fonêmicos que o próprio J.R.R.Tolkien usou para escrever o inglês. Os nomes dos tengwar - grafados em versaletes neste estudo - são os que constam do Apêndice E - "Escrita e ortografia" - do Senhor dos Anéis, ou nomes convencionais para aqueles que não aparecem na clássica tabela de 36 letras.

 

Qualquer modo que pretenda representar fonemicamente a língua portuguesa do Brasil - e é dela que se trata - deve levar em conta alguns fatos:

 Diante disto, cada um dos fonemas mencionados acima deve receber seu próprio tengwa ou combinação de tengwa e tehta.

 

As vogais a, ê, i, ô, u são simbolizadas por vilya, yanta, suporte breve, anna e úre, semelhantes ao Modo de Beleriand. Para os fonemas abertos é, ó usam-se o tengwa-c (um arco [lúva] sem haste [telco]) e o tengwa-2, este último por sua semelhança com um anna girado e refletido.

 

Os ditongos decrescentes em -i e -u são grafados com tehtar: um trema e um til invertido. O i- e o u- dos ditongos crescentes são grafados com o suporte longo e vala respectivamente.

 

Vogais e ditongos nasais são grafados com um til inferior.

 

Um til sobreposto designa uma consoante precedida da nasal homorgânica (nd, mb, nk etc.).

 

Foi mantida a distinção entre óre (que em Quenya designa r não seguido de vogal) e rómen (r com vogal em Quenya), aqui usados para r e rr respectivamente.

 

Os fonemas kw e gw (k e g labializados) usam uma notação semelhante à dos ditongos em -u: quesse e ungwe com um til invertido.

 

Os tengwar ngoldo e alda representam nh e lh.

 

Em geral, tengwar com lúva simples designam fonemas surdos, e com lúva duplo fonemas sonoros. O andaith ("sinal longo", em forma de acento agudo, que em Sindarin denota as vogais longas) foi empregado para assinalar a vogal tônica de palavras que têm parônimos com a mesma vogal átona, e que portanto poderiam ser confundidas na escrita (como Pará e para). O gancho-s pode ser usado como alternativa ao silme final, especialmente nas palavras plurais; ele possui no mínimo duas variantes gráficas. Seguindo o exemplo de Tolkien para the, of e of the em inglês, e o uso comum das abreviaturas p/, c/ e s/, dois tengwar - parma e quesse com telco estendido (superior e inferior) - foram alocados às palavras comuns para e com, e a palavra sem pode ser grafada simplesmente com silme nuquerna.

 

A tabela abaixo mostra os tengwar e diacríticos alocados aos fonemas do português neste modo, bem como alguns sinais de pontuação. Os algarismos decimais estão listados em uma tabela separada; recomenda-se usá-los como no português escrito em caracteres latinos, isto é, com as unidades à direita.

 


 

CARACTERES DO MTTP

 

 

 


 

EXEMPLOS

 

O Poema do Anel, escrito em duas fontes diferentes, exemplifica a maior parte do que foi dito acima:

 

 

 

Certur Harmatir (Ronald Kyrmse)

Versão 2 - Novembro de 2003

 

A fonte usada nesta página é Tengwar Elfica - a 2ª versão do poema está em Tengwar Parmaite

Versão PDF deste texto


O programa TengScribe de Måns Björkman permite a transcrição de caracteres latinos para diversos modos de tengwar. Com este arquivo ZIP (Versão a, ainda incompleta) é possível aplicar o MTPP no TengScribe.



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