LBI elege delegação combativa da Oposição Bancária de São Paulo para
o I Congresso da Conlutas

No dia 15 de maio realizou-se no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, a Convenção da chapa da oposição para disputar a eleição à diretoria do Sindicato dos Bancários e a assembléia para a escolha de delegados da Oposição Bancária do estado para o I Congresso da Conlutas. Estiveram presentes cerca de 100 ativistas bancários. Estavam lutadores do Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Nossa Caixa etc., que se enfrentam com Lula, Serra, seus testas-de-ferro no Sindicato e a exploração dos banqueiros no reduto maior do capital financeiro no país. Impulsionaram as atividades, militantes do PSTU, LBI e Espaço Socialista da categoria.

A Convenção da chapa foi cruzada pela demissão política do companheiro Dirceu Travesso, dirigente da Conlutas e coordenador nacional do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB) pelo Banco Nossa Caixa. Dirceu foi alvo das perseguições de Serra interessado na privatização do Banco. Não por acaso, a demissão deste ativista que encabeçou a chapa da oposição em 2005 ocorreu dez dias antes do fim do prazo para a inscrição das chapas para a disputa da diretoria do Sindicato. Estranhamente se trata de uma medida sem dúvida bastante oportuna para a burocracia cutista, arquipelega do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Em 2005, a Articulação venceu nas urnas, mas sofreu uma tremenda derrota política para a Oposição Bancária, conformada pelo PSTU, LBI e independentes que obteve 10.227 votos (35,24%). Lamentavelmente, nestes últimos anos a política do PSTU impediu que a oposição capitalizasse este resultado vitorioso. A política de defender o rebaixamento de índices de reajuste salarial alimentando a ilusão de facilitar as negociações com os banqueiros e a divisão da categoria em assembléias por bancos só serviram para que o PT pudesse liquidar as combativas greves nas campanhas salariais dos últimos anos. Em 2008, a chapa defende a estatização do sistema financeiro, o não pagamento da dívida externa e a desfiliação do Sindicato da CUT. Intervindo para que os setores organizados que fazem oposição ao peleguismo cutista na categoria façam um profundo balanço da política do PSTU na categoria, acreditando que são entre os ativistas combativos da base da Conlutas e do MNOB que estão os melhores lutadores, é que a LBI apóia criticamente esta chapa da oposição.

Logo após a Convenção, a assembléia com a presença de 68 companheiros, fórum maior da oposição, elegeu os 33 delegados que a oposição tem direito a levar ao I congresso da Conlutas conforme os critérios da entidade. Lançaram-se três chapas com programas distintos. Primeiro houve a apresentação das teses e, em seguida, a votação para a escolha dos delegados que teve como resultado: a chapa da LBI elegeu 2 delegados. A do Espaço Socialista elegeu 3, e o PSTU elegeu 28 delegados, como mostra o quadro abaixo:

CHAPA

Nº votos

% sobre os 33 delegados

Delegados

LBI

3

1,45

2

Espaço Socialista

7

3,39

3

PSTU

58

28,14

28

Total

68

                     33

Na defesa de tese, a chapa do PSTU reivindicou a política da direção majoritária da Conlutas que faz oposição sindical ao governo sem romper com os limites impostos pelo regime democrático burguês, uma orientação oposta ao classismo e à independência de classe dos trabalhadores, de lobbies parlamentares centrada nas marchas à Brasília, de recorrer ao Estado capitalista para resolver os impasses em campanhas salariais (bancários em 2004) e disputas sindicais (correios/SP), no apelo para que a justiça dos patrões regulamente o direito de greve dos trabalhadores, o que culminou com a proibição deste direito ao funcionalismo público em todos os níveis (Sinjep), no enquadramento da Conlutas à Lei das Centrais, na subordinação das lutas ao calendário eleitoral e à política frente populista da “Frente de Esquerda” etc.

O Espaço Socialista defendeu a vergonhosa política de unidade da Conlutas com a para-governista Intersindical que nestas eleições do Sindicato dos Bancários está na chapa da Articulação.

A LBI defendeu a tese oposta de que para romper com a trégua social imposta pela frente popular no movimento de massas não dá para esperar pelos efeitos da crise econômica mundial sobre o país, ou esperar castigar o governo nas urnas como defende o PSTU e sua frente de esquerda com o oportunista PSOL. O orador da LBI caracterizou que a crise mundial capitalista é produto da quebra das expectativas de lucro com as derrotas militares do imperialismo no Oriente Médio. Fez uma vigorosa delimitação política com a democracia dos ricos, denunciando as fraudulentas eleições municipais como mais uma válvula de escape deste regime infame. Para isto é contra a fusão sem princípios entre a Conlutas e a Intersindical, defende um programa revolucionário que imponha a escala móvel de horas de trabalho e salários contra o desemprego e a inflação, um freio às metas extenuantes e o assédio moral do capital financeiro sobre os bancários, a expropriação e estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores, a incorporação dos terceirizados ao quadro de funcionários do banco, a criação de uma Central operária, camponesa, estudantil e popular para organizar as massas para a revolução socialista.

 

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