APRESENTAÇÃO Esta sétima
edição da revista Marxismo Revolucionário presta uma homenagem a V.I. Lênin
por ocasião do 80º Aniversário de sua morte, contendo um extenso artigo político-biográfico
da vida do extraordinário e genial dirigente marxista, fundador do Partido
Bolchevique e timoneiro do primeiro Estado operário do planeta: a ex-URSS.
Reafirmar, hoje, o legado teórico e a práxis de Lênin, longe de ser um exercício
de saudosismo inócuo ou mesmo uma reverência formal “obrigatória”, como
para alguns falsos ortodoxos, representa a necessidade viva de pôr de pé a
estrutura bolchevique do Partido Revolucionário, sintetizada na concepção
leninista de organização. Em especial hoje no Brasil, a esquerda revisionista
debate com intensidade a necessidade da construção de um “novo partido
socialista”, e não por acaso o alvo central de ataque dos pseudotrotskistas
envolvidos nesta “tarefa” é justamente o leninismo. A plêiade de
revisionistas de todos os matizes (morenistas, lambertistas, mandelistas etc.)
pretendem reproduzir em seu “novo projeto” a mesma estrutura
social-democrata do “PT das origens” para abraçarem a mesma estratégia política,
ou seja, a “democracia” como regime institucional e o “capitalismo humanitário”
como modo de produção. Os marxistas revolucionários reivindicam e praticam o
leninismo como uma necessidade vital de sua estratégia programática, ou seja,
a revolução socialista e a instauração da ditadura do proletariado como início
da transição internacional para o comunismo. Como nos ensinou Trotsky, forma e
conteúdo fazem parte de uma mesma unidade dialética. Nada mais coerente para
os reformistas de plantão do que abjurarem o leninismo como o grande “demônio”
do marxismo, supostamente responsável por todos os “males” do socialismo.
Para os genuínos trotskistas, Lênin e todo seu legado teórico e político
continua vigente historicamente como uma verdadeira bússola que conduz a ação
revolucionária da vanguarda marxista. Também nesta
edição da Marxismo Revolucionário, trazemos uma abundante análise passo a
passo do primeiro ano de governo da Frente Popular no Brasil, encabeçada por
Lula. Confirmaram-se plenamente nossos prognósticos que o governo do PT seria a
continuidade política dos mesmos setores da classe dominante, ligadas ao
capital financeiro internacional que há anos controlam o aparelho de Estado. A
roupagem de “esquerda” e “nacional-desenvolvimentista” veiculada pela
campanha eleitoral do PT estraçalhou-se por inteira na medida em que Lula
seguia como fiel vassalo as ordens vindas de Washington. Foi assim que o governo
da Frente Popular aprofundou a recessão no país (o crescimento do PIB em 2003
foi de zero!), renovou o acordo com o FMI e firmou a implantação da ALCA para
2005, além de submeter a classe trabalhadora ao pior arrocho salarial dos últimos
15 anos, segundo dados do próprio DIEESE. Por fim,
Marxismo Revolucionário aborda a conjuntura latino-americana e mundial, com ênfase
na recente crise política boliviana (a ausência de uma direção revolucionária
mostrou-se mais uma vez o principal paradoxo da humanidade) e na ocupação
militar anglo-ianque sobre o Iraque, principalmente na heróica resistência
militar e política das massas, apesar da capitulação vergonhosa dos
representantes do velho regime burguês. Esperamos que
nossos leitores e simpatizantes possam abstrair nossas análises e proposições
políticas e programáticas inseridas concretamente em todos os artigos desta
revista da maneira mais lúcida possível, para avançarmos coletivamente no
paciente exercício teórico, não acadêmico ou intelectual pequeno-burguês,
do verdadeiro Marxismo Revolucionário. Os Editores
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