Encontro Nacional da Conlutas não arma os trabalhadores frente à ofensiva do governo Lula-FMI O Encontro Nacional da Conlutas, ocorrido neste domingo, dia 30, em Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial, revelou-se uma atividade controlada totalmente pelos aparatos sindicais de “esquerda”. Seu objetivo foi arrefecer as tendências de ruptura com a CUT “chapa branca” a serviço do governo Lula para domesticar a insatisfação da vanguarda classista. A direção da Conlutas buscou desde o princípio impor um controle burocrático sobre o encontro, bloqueando a todo custo o debate democrático acerca da construção de uma nova central. Não bastasse ter consumido a maior parte do tempo com a intervenção apenas das entidades que dirigem a Conlutas e sindicatos sob sua influência, o PSTU tentou impedir o direito de defesa das teses inscritas. Essa manobra só não obteve pleno êxito porque os militantes da LBI denunciaram-na em plenário, o que forçou a mesa a garantir a defesa das teses. A conduta burocrática da mesa chegou a ponto de cassar a falação de 60 ativistas alegando que o “encontro era de entidades e não de correntes políticas”. Longe de apontar um programa que armasse a classe trabalhadora no combate ao governo Lula e suas reformas capitalistas, a direção da Conlutas acovardou-se frente à tarefa inadiável de construir uma nova central cujo caráter de frente única representasse uma ferramenta de classe na luta por centralizar as mobilizações no país. A polêmica central do Encontro foi impulsionada pela LBI ao defender a realização de um congresso nacional de base do movimento operário e popular, amplo e democraticamente convocado, com delegados eleitos nas assembléias de base para o mês de setembro com o objetivo de criar uma central que agrupe todos os setores explorados do país, enfrentando assim a própria reforma sindical e trabalhista em curso. Ao contrário de uma série de grupos satélites do PSTU que estabeleceram um consenso em torno de um plano de lutas limitado a marchas lobistas a Brasília e a um outro encontro nacional nos moldes dos anteriores, ou seja, sem delegados eleitos na base das categorias, as intervenções da LBI estiveram voltadas a denunciar que o calendário consensuado subordina-se ao ritmo das negociações e acordos diplomáticos oportunistas com a “esquerda” vendida da CUT, mais particularmente o P-SOL. Esta orientação acaba por desarmar o combate ao governo Lula, sendo a melhor expressão dessa política claudicante o indicativo de convocar um congresso apenas em 2006, caso avancem os acordos com a chamada esquerda da CUT. A LBI defende que frente a capitulação do PSTU e da direção da Conlutas é necessário travar uma dura delimitação programática no sentido de constituir um pólo revolucionário e classista para se alçar à condição de uma verdadeira alternativa de direção à CUT governista e à burocracia sindical de “esquerda” que resguarda o governo burguês da frente popular. Porto Alegre, 30 de janeiro de 2005.
|