APRESENTAÇÃO Marxismo Revolucionário (MR) em sua oitava edição está dedicada a um debate vital para o conjunto da esquerda trotskista mundial, a questão da vigência dos sovietes como estratégia da conquista do poder político para a classe operária. Como um verdadeiro fio condutor, MR nº 7 inicia oferecendo aos nossos leitores e simpatizantes um profundo artigo histórico sobre os cem anos da Revolução Russa de 1905. Ignorado pela maioria da esquerda, este fator crucial da história da luta de classes quando é abordado por alguns setores do revisionismo caminha no sentido de uma “prestação de contas com o passado”, como sendo a análise de uma “peça de museu” sem a menor correspondência com a realidade atual, considerada “pós-moderna e pós-industrial” pela academia pequeno-burguesa. Para os bolcheviques leninistas trata-se de demonstrar exatamente o contrário, ou seja, a atualidade da organização soviética do proletariado e sua política militar de conquista do poder do Estado. Há um século atrás, Trotsky com a experiência de dirigir o primeiro soviete surgido na velha Rússia tzarista, já caracterizava a impotência da burguesia em realizar as tarefas históricas pendentes, cabendo ao proletariado inaugurar uma nova etapa histórica da humanidade, o socialismo. Passados cem anos, em plena “era da cibernética”, o capitalismo arrasta a humanidade à barbárie social ainda mais retrógrada e obscurantista do que na idade medieval. As lições da Revolução de 1905 continuam tão vigorosas como há cem anos atrás! Seguindo a trilha, MR trata da reorganização que está ocorrendo no movimento operário brasileiro, com a transformação da CUT em autarquia estatal após o triunfo eleitoral da frente popular nas eleições presidenciais de 2002, sempre na perspectiva de armar a vanguarda classista de um programa que transcenda os estreitos limites sindicais. Travamos um duro combate ao longo destes dois anos no sentido da superação da CUT e da construção de um novo instrumento de luta da classe trabalhadora, uma verdadeira frente única do conjunto dos explorados e oprimidos que tenha capacidade de galvanizar a latente rebelião das massas contida pela política das direções corrompidas pelo governo Lula/FMI. Também nesta questão é candente o debate sobre a forma soviética da organização do proletariado, rechaçada frontalmente pelos morenistas do PSTU como um desvio “ultra-esquerdista”. Por fim, nessa edição MR envereda numa ampla abordagem da questão internacional, desde o resultado da eleições presidenciais no coração do monstro imperialista, passando pela crise política latino-americana e a ascensão de governos de “centro-esquerda” como Chávez, Lula, Tabaré Vásquez, etc., além do barril de pólvora aberto no Oriente Médio com o fracasso político-militar da ocupação anglo-ianque no Iraque. O cenário mundial aponta o lumiar de uma grave crise, resultado da ofensiva guerreirista dos EUA que tende a avolumar-se no próximo período. Mais do que nunca, a questão do armamento do proletariado e a construção de sua alternativa de poder colocam-se como uma necessidade imediata para derrotar, de forma revolucionária, a santa aliança do imperialismo contra os povos. Os Editores,
Fevereiro de 2005.
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