ACAMPAMENTO INTERNACIONAL DA JUVENTUDE - FSM

A ilha da fantasia do reformismo pequeno-burguês

Os social-traidores promotores do II FSM comemoraram que as tensões existentes no I FSM foram desta vez absorvidas pacificamente. Nem tanto, a brigada militar "cidadã" do governo Olívio atacou violentamente e prendeu jovens, em sua maioria punks e anarquistas, que queriam protestar no MacDonald´s no dia 04/02. Afora este conflito mais grave, o distensionamento entre a juventude com tendências à rebeldia e os organizadores do FSM se deve ao refluxo da chamada "juventude antiglobalização".

A partir da insatisfação contra a frente popular do acampamento da juventude em 2001, foi possível a LBI e outras organizações de esquerda impulsionarem um pólo anticapitalista e um manifesto de denúncia do Fórum e da frente popular que tem o evento como sua vitrine. Em 2002, o acampamento da juventude converteu-se numa ilha da fantasia policiada como um campo de concentração. E, apesar desta presença ostensiva e provocativa da polícia, nenhum movimento pela expulsão da brigada de Olívio ocorreu.

Uma parte considerável da juventude presente no acampamento acreditava que ser rebelde era fumar maconha e aí residia toda sua "desobediência civil". Os revolucionários que são pela descriminalização do uso da maconha, observam também que a história tem mostrado que as drogas são um importante aliado do imperialismo e do Estado capitalista em particular na juventude para desagregá-la e corroer sua rebeldia (vide o exemplo dos Panteras Negras norte americanos que não foram derrotados exclusivamente pela repressão do Estado imperialista mas pela política da CIA de infiltração do tráfico em seu meio). Na verdade, o culto a maconha não passa de uma falsa rebeldia, que serve para quebrar moralmente a juventude, tornando-a refém não só do tráfico burguês mas também do aparato repressivo capitalista.

A LBI foi a única organização que denunciou o ataque policial aos punks e a presença da brigada no acampamento da juventude na rádio do acampamento. Em seguida, participou de uma plenária contra a repressão onde polemizou com o revolucionarismo pequeno burguês e oco dos anarquistas e os antiglobalizadores como a reacionária ONG, Ação Global dos Povos (AGP). No debate, ficou claro como estes movimentos desarmam a juventude contra seus inimigos, deixando-a completamente impotente principalmente quando se trata de organizar a reação, no caso contra a frente popular. Tudo isto, graças a despolitização e apartidarismo cultivado pelo anarquismo, autonomismo e pelo chamado "novo associacionismo crítico" das ONGs patrocinadas pelo imperialismo. Só para se ter uma idéia do reacionarismo destes falsos libertários, uma das preocupações principais da AGP era evitar que nas manifestações as organizações políticas pudessem levar suas bandeiras – "para que ninguém partidarizasse o movimento" – um ataque pretensioso a um dos mais elementares direito democráticos, o de liberdade de expressão política.

O principal inimigo dos neoesquerdistas antiglobalizadores, o partido bolchevique internacionalista, para muitos um demônio mais abominável que o imperialismo, continua sendo a única saída para libertar a juventude da opressão e da exploração capitalistas.


NOTAS:
Artigo extraído do jornal Luta Operária n.º 56, Março/2002


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