Abaixo a perseguição fascista do Estado espanhol contra o ETA (Batasuna)! O partido Batasuna, braço político da organização separatista basca ETA, foi posto na ilegalidade no dia 26 de agosto com a aprovação de uma lei chamada "Lei dos Partidos" pelo parlamento espanhol, com o consenso da social-democracia. A lei fascistóide foi proposta pelo premier direitista José Maria Aznar (PP) e elaborada pelo juiz Baltazar Garzón. A partir de então, foram proibidas todas as atividades políticas institucionais, orgânicas, públicas ou privadas do Batasuna, foi proibida toda e qualquer propaganda do grupo, bem como foi determinado o fechamento de suas sedes. Como declarou o próprio Batasuna: "Com a proibição de expressar-se, o governo fascista espanhol conduziu 20% [porcentagem dos bascos que votaram pelo Batasuna nas últimas eleições regionais] dos bascos à clandestinidade política" (Boletín info euskal herria nº 15, agosto de 2002). A partir de agora, todos os militantes e apoiadores do Batasuna (200 mil pessoas!!!) podem ser acusados de formação de quadrilha, terroristas e de crimes de lesa- humanidade. Conclui-se a trama do farsante juiz Garzón que nos últimos três anos posou de democrata no cenário internacional, movendo processos judiciais inúteis contra o chacal Pinochet e ex-ditadores argentinos, para agora dedicar-se a processos reais de caráter fascistas-franquistas como o atual, reciclando a guerra suja (iniciada pelo governo "socialista" de Felipe González, 1982/1996) do imperialismo espanhol contra os ativistas bascos. Esta lei fascistóide é mais uma medida da frente "antiterror" encabeçada por Bush, que também conta com a obediência canina de todos os títeres do imperialismo ianque espalhados pelo planeta. Seu objetivo central é aterrorizar a população trabalhadora, os povos oprimidos e suas organizações de luta para que se sacrifiquem ainda mais em favor do imperialismo. Não é por acaso que esta medida que vinha sendo anunciada há algum tempo ocorreu no mês seguinte às greves gerais ocorridas no país basco (19/06) e na Espanha (20/07) contra a precariedade trabalhista. Também é o segundo ataque da recente escalada repressiva aos lutadores bascos, que aprisionou 8 membros da guerrilha antifascista Grapo, 6 militantes do PCE (R) e de 3 membros da comissão de Socorro Vermelho Internacional, detidos incomunicáveis e sem julgamento na Espanha e na França em julho. Com isso, já passam de 500 o número de presos políticos bascos, reféns do imperialismo, que apodrecem nas prisões da Espanha e França. A crise econômica capitalista mundial e, em particular, a do imperialismo espanhol, debilitado com a crise na Argentina (a maioria das estatais argentinas privatizadas foram adquiridas por empresas da Espanha), faz com que a classe dominante do país recrudesça a exploração sobre a população trabalhadora, aumentando consequentemente a opressão nacional sobre o setor mais oprimido dos explorados da península ibérica, os bascos. Votaram pela ilegalização o PP de Aznar e o PSOE. A Esquerda Republicana da Catalunha, o Partido Nacionalista Basco e Eusko Alkartasuna votaram contra. A Esquerda Unida (IU, integrada pelo PCE, rupturas do PSOE, verdes, pelo POR – UIT) e outros agrupamentos de direita se abstiveram. A frente-populista IU quer a ilegalização do Batasuna, mas se absteve porque queria que esta decisão coubesse ao parlamento regional basco sob a condição de que o Batasuna não tivesse direito a voz nem voto. Mais papistas que o Papa, estes canalhas da IU queriam cassar o direito a voz do Batasuna já no próprio país basco. O POR (partido ligado a UIT, ao qual pertence a CST brasileira e o MST argentino) que participa entusiasticamente desta frente, lava a cara da política social-imperialista da IU. Dias antes da votação no parlamento espanhol, o POR falseava em sua página na internet o verdadeiro caráter das posições da IU, afirmando que esta se opunha a ilegalização do Batasuna, chegando até a elogiar os argumentos utilizados pela IU. Além disso, o POR defende que "a paz não se consegue com a repressão e liquidação de direitos, mas, ao contrário, com diálogo e negociação política" (Declaração "No a la ilegalización de Batasuna" na página do POR na internet). A UIT, que uniu-se a frente contra-revolucionária mundial antiterrorista após o 11 de setembro, agora, nutre ilusões na "democracia" imperialista no momento em que este impõe a cassação do Batasuna e a "paz" dos cemitérios sobre a causa basca. Nos delimitamos politicamente do ETA e de sua estratégia limitada às aspirações da burguesia basca, sócia minoritária da exploração hispano-imperialista, incapaz de libertar da opressão nacional e social, como demonstrou a principal reivindicação do LAB (braço sindical do ETA), "por relações trabalhistas num marco basco" (Página 12, 20/06/2002), na greve geral de 19 de julho. Desta forma, o ETA conduz a greve operária a reivindicar o monopólio de sua burguesia para a exploração dos trabalhadores bascos. Entretanto, a LBI brasileira e a OCI argentina colocam-se incondicionalmente ao lado do ETA contra todo ataque desferido pelo imperialismo espanhol e seu aparato estatal terrorista, assassino de ativistas bascos. Estamos contra a ilegalização do Batasuna e em defesa de seus direitos democráticos, contra a criminalização da luta antiimperialista basca, exigindo a imediata libertação de todos os presos políticos da causa basca e antifascista. Consideramos legítimo o combate das organizações separatistas bascas contra o imperialismo espanhol, mas acreditamos que é o "terror" da luta das massas (greves, ocupações e piquetes) que imporá a derrota aos capitalistas e ao Estado espanhol. NOTAS: Artigo extraído do jornal Luta Operária n.º 61, Agosto/2002 |
![]() |
![]() |
![]() |