Apresentação

Apresentamos aos nossos leitores e simpatizantes a quarta edição da revista Marxismo Revolucionário, nesta edição dedicada quase totalmente à análise da luta de classes no continente latino-americano.

Os chamados planos de "ajuste", orientados pelo FMI e o Banco Mundial, como receita para sanar a crise econômica periférica, têm castigado enormemente as massas latino-americanas, gerando uma heróica resistência e luta contra as burguesias nativas, marionetes do imperialismo ianque. Estas mobilizações multitudinais contra os governos burgueses latino-americanos, de diversos matizes políticos, têm em alguns casos, colocado a questão do poder na ordem do dia, como foi a recente greve geral que sitiou o palácio do governo em Quito, no Equador. Mas, de um modo geral, pela ausência de uma direção revolucionária a frente das massas, essas mobilizações de resistência contra o imperialismo têm sido derrotadas ou mesmo contidas nos estreitos marcos dos regimes democráticos burgueses. As classes dominantes latino-americanas contam para o êxito desta "operação" com a colaboração direta dos partidos sociais-democratas, stalinistas e nacionalistas burgueses, comprometidos até a medula com a manutenção do regime capitalista da propriedade privada, buscando a substituição do chamado modelo neoliberal, por um outro capitalista, com verniz "nacional" e "desenvolvimentista".

Passados quase vinte anos do processo de "redemocratização" do continente latino, os novos regimes políticos, paridos desta transição, conduziram seus países à mais completa bancarrota econômica e social. Muitas conquistas operárias foram suprimidas, aumentaram enormemente os índices de desemprego e a miséria absoluta (falta de acesso às questões básicas da existência como saúde, habitação, educação etc.) já atinge quase 1/3 de todo o contingente humano de nosso continente. É este o "saldo" histórico da instauração da democracia burguesa, tão reverenciada por todos os intelectuais da burguesia e os reformistas das mais variadas linhagens políticas, inclusive os de armas em punho. Somente a revolução socialista poderá significar um passo realmente progressivo para a classe operária e as massas latino-americanas. Ou o socialismo libertará nosso continente das agruras mais terríveis, como a fome, a miséria, a falta de emprego, o banditismo etc., ou a barbárie capitalista o sucumbirá inteiramente em uma grande vala onde se desaguará os dejetos do imperialismo ianque.

Nós, da Liga Bolchevique Internacionalista, com a elaboração deste número da revista Marxismo Revolucionário esperamos estar contribuindo para a formulação de um programa revolucionário, que compreenda os principais fatos políticos da luta de classes na América Latina. É uma contribuição internacionalista modesta, mas importante como um primeiro passo para a construção de um genuíno partido revolucionário, como seção da Quarta Internacional, reconstruída e com vigor político para conduzir as massas latino-americanas e de todo o planeta para as próximas vitórias que se fazem necessárias.



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