LIT - WI (WRP) – Polêmica com o PSTU Uma nova "fusão" sem princípios Artigo extraído do JLO nº 07 (janeiro/96) Mais uma nova fusão política se delineia no horizonte do chamado campo das organizações pseudo-trotskistas. A principal protagonista desta operação é a LIT, muito conhecida pelos seus malabarismos em anunciar grandes fusões como sendo acordos programáticos ‘graníticos’ que se desfazem como fumaça logo no primeiro embate da luta de classes. A última fusão operada pelos morenistas, logo após sua retirada em longa temporada no interior do SU, no começo da década de 80, foi com o Partido Comunista Internacionalista (PCI) dirigido por Pierre Lambert, desfeito um ano depois de terem proclamado "a elaboração de um programa mais importante que o Programa de Transição" (Correspondência Internacional, nº1) mas que não resistiu à vitória da frente-popular, encabeçada por Mitterrand, que recebeu a adesão integral dos chamados ‘lambertistas’. Desta vez, o anúncio da constituição de um Comitê de Ligação entre a LIT (MAS e PSTU) e WI (WRP inglês, Partido Operário Revolucionário) é marcado pela necessidade de sobrevivência política de ambas as organizações, não por coincidência, castigadas por duríssimas crises internas no último período. A LIT praticamente reduzida à seção argentina (MAS) conta agora com a filiação do PSTU, passando a representá-la no Brasil. O grande partido-mãe (outra concepção comum tanto à LIT como à WI) da LIT já não mais existe, não pela superação da sua concepção nacional-trotskista, mas pela crise que consumiu o MAS a partir de 91, em função de sua resposta criminosa aos processos que levaram à destruição da URSS e dos Estados operários do Leste, fazendo-o fracionar em pelo menos quatro organizações, levando a desmoralização de centenas de quadros militantes. Longe de aprender com os erros do passado, a LIT hoje vê-se envolvida com um duplo e desastroso objetivo para tentar salvar-se da desagregação: o primeiro, é a "indicação" de um novo "partido-mãe" da atual disputa interna entre o que sobrou do MAS e o PSTU e, o segundo, é a fusão com outra organização internacional para aparentar um fictício crescimento internacional, em razão da debandada de muitas de suas seções. Neste sentido, a LIT tem procurado acordos com diversas organizações completamente antagônicas, como é o caso da WI e do CIO (The Militant inglês) que acusam-se mutuamente de contra-revolucionários na Inglaterra. A Internacional Operária (WI) tem sua intervenção reduzida exclusivamente na Europa ou, mais concretamente, ao que restou do WRP na Inglaterra. Esta organização vem da explosão do auto-intitulado Comitê Internacional (CI), dirigido pelo legendário Guerry Healy, expulso de sua organização no ano de 85. O Comitê Internacional (IV) deteve um papel de destaque nos anos 50 na luta contra o revisionismo pablista, embora nunca tivesse a compreensão exata do conteúdo deste fenômeno. A partir da adoção de uma política equivocada nos principais fatos da luta de classes, como por exemplo, a negativa de reconhecer Cuba como um Estado operário, o CI (IV) assiste paulatinamente a redução de suas forças, primeiro com a saída do SWP norte-americano em 63 para os braços do mandelismo e, posteriormente, com a ruptura do PCI francês que constituiu o CORQUI na década de 70. Reduzido unicamente ao núcleo internacional em torno de Healy e Michael Banda, o Comitê Internacional irá adotar posições que oscilam desde um sectarismo irresponsável, como a negativa em defender o Estado operário cubano até a capitulação criminosa ao nacionalismo burguês árabe. O dirigente do Estado burguês líbio, o coronel Kadafi era apresentado pelo WRP como uma "autêntica direção revolucionária das massas árabes" (The News, nº 173) e o próprio Healy era recebido pessoalmente por Kadafi em suas viagens à Líbia. A partir daí, o WRP adentra em um terreno de completa degeneração política, ficando mundialmente conhecido pelas declarações de seu porta-voz, a atriz Vanessa Redgrave que se utilizava de sua fácil inserção na imprensa para acusar de agentes da CIA e responsáveis pelo assassinato de Trotsky os dirigentes do SWP norte-americano (Cannon e Hansen), e pelas suas campanhas em defesa de Kadafi. Com a expulsão de Healy em 85, sob a acusação de violência sexual contra militantes e corrupção, o CI deixaria de existir, mergulhando em uma profunda crise. Uma de suas diversas frações, o atual WRP inglês tentará um acordo com a LIT no ano de 87, o que fracassa devido a profundas diferenças políticas além do fato da LIT ter "armado" uma fração no interior do WRP, gerando posteriormente um reduzido racha em seu interior. Alguns anos mais tarde o WRP nivelará a LIT pelos "métodos stalinistas das lideranças degeneradas de Pablo, Healy, Lambert e Moreno" (The International, nº1). Fracassada a tentativa de fusão com a LIT, o WRP procura sua tábua de salvação no epicentro do revisionismo trotskista, ou seja, o mandelismo e o seu SU. Em outubro de 89, lançou uma carta aberta ao SU onde afirmava: "estamos mais do que nunca convictos de que existem aqueles nas fileiras do SU que lutam para construir, contra o stalinismo contra-revolucionário, o partido mundial da revolução socialista" (The International, nº 5). Nada mais falso e grotesco. O SU não só abandonou por completo a luta pela revolução mundial, como também o próprio método para alcançá-la, o Programa de Transição e a IV Internacional. Sem perspectiva de fusão com outros troncos do pseudo-trotskismo em processo de auto-dissolução (Mandel, Lambert), o WRP volta a bater às portas da LIT, desta vez em condições mais equivalentes em termos de aparato, para afinal, tentarem reeditar mais uma vez o acordo político sem os mínimos princípios revolucionários. Senão, vejamos. O fim da URSS e a suposta ‘revolução das massas’ O que há de mais homogêneo na Declaração do Comitê de ligação entre a LIT e o WI (WRP) apresentada na revista Correio Internacional nº 67 é a compreensão absolutamente antimarxista e, portanto, antitrotskista que ambas as organizações apresentam sobre os processos que levaram à destruição da URSS e dos Estados operários do Leste Europeu. "A queda das burocracias, através da ação revolucionária das massas, foi um desenvolvimento altamente positivo porque destruiu o aparato central do stalinismo mundial, embora o processo não tenha se completado com a destruição total da burocracia e a tomada do poder pela classe operária através de seus organismos" (Correio Internacional, nº 67, pág, 54). Marx definia um processo revolucionário como sendo "um passo progressivo dado na roda da história". Vejamos qual foi o grande "progresso" da classe operária na Alemanha ou na ex-URSS, onde suas conquistas históricas como pleno emprego, habitação gratuita, saúde, etc. foram completamente dizimadas pela restauração capitalista. Os índices de desemprego e miséria social na URSS já se aproximam aos de países como a Índia! Mesmo na ex-Alemanha Oriental, apesar dos enormes subsídios estatais da RDA para amortizar o choque social produzido pela anexação, os níveis de desemprego superam em três vezes os níveis médios dos países capitalistas europeus. Mas naturalmente, os sábios da LIT e do WI nos dirão: Sim, a classe operária da ex-URSS está na completa miséria e desagregação social mas se livrou do seu pior inimigo, o stalinismo mundial e agora está em melhores condições de lutar! O que é afirmado em outras palavras: "a queda do stalinismo não é uma vitória do capitalismo" (Idem, pag, 52). Trotsky definiu o stalinismo como um fenômeno diretamente ligado à degeneração do Estado Operário soviético, uma casta que parasitava as enormes conquistas da revolução de Outubro como a estatização e a planificação da economia. Neste sentido, o combate mortal dos revolucionários ao stalinismo se desenvolveria nos marcos da defesa incondicional do Estado operário, ou seja, eliminar o câncer que o acometeu preservando a vida do paciente, no caso, a própria URSS. A tarefa central do proletariado era o de restabelecer seu poder através de uma revolução política que de forma alguma alteraria as bases econômicas do Estado soviético conforme afirmou o próprio Trotsky da seguinte forma: "Frente à URSS, um operário tem o direito de dizer que os bandidos da burocracia transformaram o Estado operário em algo que só o diabo saberá dizer o que é isso! Porém, quando passa a sua reação explosiva para a solução do problema político, vê-se obrigado a reconhecer que tem diante de si um Estado operário estropiado, cujo motor econômico está danificado, mas ainda continua funcionando e que pode ser completamente recondicionado com a substituição de algumas peças" (Em defesa do Marxismo, Léon Trotsky). Para os autênticos trotskistas a liquidação da burocracia stalinista levada a cabo não pela classe operária e seu partido revolucionário, mas sim por um setor da própria burocracia, apoiada diretamente pelo imperialismo, que se lança como classe capitalista para apropriar de forma privada os meios de produção, destruindo assim o próprio Estado operário e todas as conquistas da Revolução de Outubro jamais poderá ser qualificada de uma "revolução operária democrática" ou qualquer outro termo inventado pelos morenistas. Quanto à tentativa nada original da LIT e da WI de identificar, através de uma fraseologia bombástica, o stalinismo como pior inimigo da classe operária, acima inclusive, do imperialismo, justificando dessa forma, como progressista ou revolucionária sua destruição, mesmo que em sua morte levasse consigo o fruto da Revolução de Outubro, o Estado operário soviético. Trotsky a rechaça categoricamente em seu combate a posições pequeno-burguesas no interior do SWP norte-americano: "uma coisa é solidarizar-se com Stalin, defender sua política e outra é explicar à classe trabalhadora mundial que apesar dos crimes de Stálin não podemos permitir que o imperialismo mundial esmague a União Soviética, restabeleça o capitalismo e converta a terra da Revolução de Outubro em uma colônia. É por isso que é preciso derrubar a camarilha stalinista, mas é o proletariado que deve derrubá-la. Não pode confiar essa tarefa aos imperialistas" (Idem). O Programa de Transição da Quarta Internacional encerra esta questão de forma cabal, determinando as duas possibilidades para a URSS, revolução política, ou contra-revolução social: "O prognóstico político tem um caráter alternativo: ou a burocracia, tornando-se cada vez mais o órgão da burguesia mundial no Estado operário, derrubará as novas formas de propriedade e lançará o país de volta ao capitalismo, ou a classe operária destruirá a burocracia e abrirá uma saída em direção ao socialismo" (Programa de Transição, León Trotsky). A apresentação de uma "revolução democrática das massas", dirigida pelo bloco mafioso de Yeltsin que longe de reconduzir a classe operária ao poder, na rota do socialismo, a mergulhou no desemprego, na fome e na desagregação social, através da privatização massiva dos meios de produção, por meio da pilhagem e banditismo (cerca de 70% da economia russa hoje é privada), foi prognosticado por Trotsky como a variante oposta à revolução política. O que vemos hoje é o que o fundador da IV Internacional definiu como o ‘caos capitalista’. A fragilidade das posições deformadas pela LIT-WI não resistem a uma análise mais rigorosa, através de suas próprias contradições. É afirmado que "as revoluções de 89 e o colapso da burocracia stalinista... constituem um processo complexo e sem precedentes..." e que "hoje é absolutamente necessária uma campanha poderosa em defesa do socialismo, contra a ofensiva ideológica do capitalismo" (Correio Internacional nº 67, p.54). Pela primeira vez, na história da luta de classes, assistimos, seguindo a linha de raciocínio dos sábios dirigentes da LIT/WI, a uma "ação revolucionária" das massas seguida de uma "derrota do capitalismo mundial" que estranhamente dá origem a uma estrondosa "ofensiva ideológica do imperialismo". Para nós, trotskistas, as ofensivas ideológicas do inimigo de classe são resultado de etapas permeadas por derrotas da classe operária. Foi assim no esmagamento da comuna de Paris, na deflagração da I Guerra Mundial, na derrota da revolução alemã e espanhola, dando origem ao nazi-fascismo, etc. Quando, ao contrário, é o capitalismo mundial que é derrotado, segue-se um período de ofensiva ideológica da classe operária, como na Revolução de Outubro, na queda do nazi-fascismo, na derrota do imperialismo no Vietnã, só para citar alguns exemplos. Mas a atual etapa, marcada, isto sim, pela derrota da principal conquista da classe operária na fase superior do capitalismo, os Estados operários, apesar do stalinismo, não se resume apenas em ofensiva ideológica do imperialismo, sua ofensiva é muito mais ampla, estende-se no campo econômico e militar em todo o planeta. Desde o fim da URSS em 1991, os ritmos de produtividade industrial elevaram-se em cerca de 30%, significando um aumento brutal na extração da mais valia absoluta da força de trabalho operária, além do aumento vertiginoso dos níveis de desemprego, os processos de privatização massiva não só ocorrem nos antigos Estados operários, como também nos próprios países imperialistas e imperializados. No campo militar, o imperialismo ianqui hoje tem as mãos livres para intervir militarmente em qualquer parte do globo: Iraque, Haiti, Somália, ex-Iugoslávia, o que seria impensável no período de existência da URSS. O que afirmamos é que a tentativa de passar a idéia de uma "vitória revolucionária" da classe operária nos processos do Leste europeu, longe de ser uma afirmação na firmeza da convicção do socialismo, é uma fonte de desmoralização da vanguarda revolucionária, o que vem produzindo crises permanentes em organizações como a LIT e a WI que sustentam tais posições. "Olhar a realidade de frente, chamar as coisas pelo seu nome, dizer a verdade às massas por mais amarga que seja", este é o verdadeiro método dos trotskistas. Converter derrotas em vitórias, como forma de ‘euforizar’ artificialmente a classe operária, é próprio dos stalinistas e seus similares centristas. Reconhecer uma derrota não significa, de forma nenhuma, a defesa da prostração política, mas sim, a necessidade de preparar a classe operária para novos embates. Os que se alinharam com Yeltsin e o imperialismo para festejar a destruição dos Estados operários, em nome do fim do stalinismo, não souberam honrar o legado de Trotsky, tampouco estão aptos a credenciarem-se junto à classe operária soviética e internacional como sua ‘nova’ direção revolucionária, já que não postularam a mais elementar condição de um revolucionário, a defesa das conquistas históricas da revolução russa. Contra os povos oprimidos, com o imperialismo e as frentes populares Em um dos pontos da referida declaração de ligação entre a LIT e a WI (WRP), "com os Povos Oprimidos contra o Imperialismo" lê-se o seguinte: "estamos incondicionalmente ao lado das nações oprimidas quando estas são atacadas" e, mais adiante, "assumimos, principalmente a defesa daqueles que se encontram sob ataque militar direto ou sob ameaça de intervenção militar do imperialismo". Certamente, a estréia do Comitê de Ligação estabeleceu-se a partir de sua posição na guerra da ex-Iuguslávia, ao lado da fração restauracionista muçulmana bósnia, apoiada pelas burguesias árabes, como os aiatolás do Irã, passando hoje pelo imperialismo ianqui, contra a fração burocrata e também restauracionista de Milosevic, apoiada pela Rússia. O mais surpreendente é que, quando os aviões da OTAN descarregavam suas bombas contra os sérvios bósnios, a LIT reivindicava dos países imperialistas posições ainda mais duras contra os sérvios, além de festejar os ataques da OTAN nas semanas dos bombardeios: "Bósnios reagem e contra-atacam" (Jornal do PSTU, nº 55 ). A política de ‘fingir-se de louca’ diante das evidências mais cruentas da luta de classes parece que será o timbre original do acordo LIT/WI. Hoje, quando o imperialismo ianqui está desembarcando nada menos que 30 mil homens, estabelecendo sua primeira base militar em um antigo Estado operário, e a LIT/WI tem o descaramento de afirmar: "na Bósnia, as forças imperialistas da ONU são utilizadas para destruir a independência nacional do povo bósnio". O mais extravagante é que sequer reivindicam as retiradas das tropas da OTAN do território da ex-Iugoslávia, que segundo a LIT/WI estariam a serviço... dos sérvios! Novamente, os sábios senhores da LIT/WI não seguem o abc de um revolucionário, apesar de estamparem em suas manchetes essa lição. Defender o derrotismo dos bandos restauracionistas dos Bálcãs na luta pela reunificação operária e socialista da ex-Iugoslávia, assim como estabelecer a unidade militar com os sérvios bósnios quando estes são atacados pelos caças e agora, provavelmente, pelas tropas ianquis em terra firme, é a tarefa da classe operária mundial e seu partido revolucionário. Sem a menor sombra de dúvidas, o ponto de maior tensão no acordo firmado entre a LIT e a WI é sobre a questão da frente-popular. Dois minguados parágrafos são dedicados a este tema de maior relevância para os revolucionários, principalmente tratando-se de um fenômeno tão ligado à conjuntura brasileira, onde a LIT possui sua principal seção, o PSTU. A declaração afirma "que os governos de frente-popular... (como o que tentou construir Lula no Brasil) são governos burgueses e como tal contra-revolucionários" (Idem, 56). O erro desta resolução começa pelo reducionismo que comete diante da frente popular, como um fenômemo exclusivamente estatal, ou seja, a constituição de governos burgueses de colaboração de classes. As frentes populares, é bem verdade, postulam-se como alternativas de gerência do Estado burguês, em momentos de crise e instabilidade, constituindo-se como os "últimos recursos políticos do imperialismo na luta contra a revolução proletária" (Programa de Transição). Trotsky combatia as frentes populares sempre a partir da sua "política conciliadora que condena a classe operária a impotência" (Idem), isto é, antes mesmo que se concretizem como governos de "colaboração de classes" já cumprem um papel contra-revolucionário pela política que semeiam como direção real do movimento de massas. Talvez seja por isso que o PSTU sente-se completamente à vontade para apoiar e integrar organicamente a frente popular de Lula, afinal, ela não chegou a ser governo e, portanto, o PSTU não estaria com suas mãos sujas pela política de colaboração de classes. Nada mais enganoso, a política das FP’s não é criminosa somente a partir do dia de posse à frente do Estado burguês. Mesmo quando não chega a tal posição, as FP’s também são responsáveis por derrotas históricas do proletariado como na Argentina em 1976, ou em El Salvador em 89. Por acaso, a política frente-populista do PT e da CUT no Brasil não é responsável pela paralisia do movimento operário diante dos ataques que a burguesia descarrega sobre os trabalhadores? "Pôr os traidores no poder para só então desmascará-los"? Em outro parágrafo essa concepção é revelada de forma ainda mais cristalina: "as direções traidoras, ao se colocarem à cabeça do governo burguês, podem, com mais facilidades, ser desmascaradas frente às massas como o que realmente são: agentes da contra-revolução" (Idem). Não é aleatório o fato de, enquanto, estas "direções traidoras" não alcançarem "a cabeça do governo burguês", o PSTU ou o MAS seguem como conselheiros de "esquerda" da frente popular, sua ala "combativa", como foi o caso do POUM na Espanha, sempre com a justificativa de acumular forças, ou melhor, cargos no parlamento, esperando o momento "ideal" para a grande "ruptura". Acontece que antes do dia D, geralmente, a contra-revolução chega mais cedo, para aplastar o conjunto do movimento operário completamente desprovido de uma direção que estivesse à altura das tarefas colocadas. A perspectiva geral do acordo estabelecido entre a LIT e a WI (WRP) é de mais uma retumbante frustração para a militância de ambas organizações. As famosas "manobras" morenistas sintetizadas no slogan "fazer grande a LIT" fracassaram todas, somente com diferenças de ritmos e intensidades. A essência destes fracassos reside na ausência da adoção de um programa revolucionário que deve ser o timoneiro de um necessário reagrupamento da vanguarda revolucionária para a reconstução da IV Internacional. As manobras estabelecidas exclusivamente em forma de acordos "empíricos" que têm como objetivo sucessos organizativos, não resistem aos grandes testes da luta de classes mundial, como já demonstrou a própria trajetória da LIT e da WI. Ao contrário, a construção de um genuíno partido revolucionário e internacionalista deve ser assentado em fortes bases programáticas e não em planilhas de números de militantes. Desgraçadamente uma grande parcela da militância da LIT, desconhece esse princípio, revelando um alto grau de despolitização no melhor dos casos, ou mesmo, fortes sintomas de degeneração burocrática nos piores. Para nós da Liga Bolchevique Internacionalista, que recentemente iniciamos um projeto de construção de um novo agrupamento internacional, conjuntamente com o Partido Bolchevique da Argentina, denominado de Corrente Bolchevique pela Quarta Internacional, CBQI, tendo como eixo a defesa incondicional dos Estados operários diante da ameaça restauracionista, assim como o combate mortal às direções frente-populistas, em seus diferentes estágios de desenvolvimento, segue vigente o ensinamento do velho revolucionário León Trotsky: "se nossa Internacional é ainda fraca em número, ela é forte pela doutrina, pela tradição, pelo programa, pela têmpera imcomparável de seus quadros. Aquele que não vê isto hoje, continuará afastado por enquanto. Amanhã, isto será mais visível" (Léon Trotsky, Programa de Transição). |
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