GREVE GERAL NA FRANÇA O fim dos Estados operários e o ataque às nossas conquistas Extraído JLO nº 07 (janeiro/96) Na França, os trabalhadores se levantaram contra os planos de governo de reduzir o déficit público e liquidar as conquistas históricas da classe operária. O principal interesse do Plano Juppé é reduzir os custos trabalhistas e sociais da economia francesa, os chamados encargos sociais. Políticos, economistas e ideólogos burgueses, com soldos pagos pelos capitalistas que passam a vida a saquear o caixa do Estado pelos mais diversos meios, são unânimes em declarar que o "governo não tem recursos e que o sistema de bem-estar social, o celebrado walfare state, que coroou a civilização ocidental, acabou" (Veja, 06/12). As principais e imediatas conseqüências desta investida são o desemprego "que atinge uma média de quase 12% na Europa Ocidental, três vezes mais do que na década de 70" (Idem) e a elevação dos ritmos de produtividade com a superexploração dos trabalhadores nas fábricas e empresas. O mesmo fenômenos é visto em todos os países capitalistas avançados, "as empresas japonesas, depois de uma década garantindo trabalho vitalício a seus empregados, já começam a passar o facão. Na Suécia, o governo eliminou 75% dos gastos com seguro-desemprego, saúde e maternidade. Nos EUA, Clinton mandou para casa 800.000 funcionários públicos federais e avança cortando programas sociais, subsídios à educação e saúde, pensões e aposentadorias" (Idem). E de forma ainda mais dramática a ofensiva patronal recai nos países semicoloniais como México, Argentina e Brasil. Pôr exemplo, aqui não pretendem aumentar para 40 anos a aposentadoria por tempo de serviço como na França, mas simplesmente eliminá-la!!! AS CAUSAS DA OFENSIVA ATUAL Nos últimos cinco anos, "a idéia de que todas as pessoas devem Ter uma vida decente ‘do berço à tumba’ fortaleceu as ricas sociedades do ocidente durante décadas e serviu de contraponto à União Soviética. Agora que a ameaça comunista desapareceu, há uma tendência crescente a achar que a conta está ficando cara demais. No filme ‘Parente é serpente’, do italiano Mário Monicelli, um empregado de uma banca de jornais se queixa de que, pela primeira vez, está sendo obrigado a trabalhar no dia de Natal. Seu interlocutor responde: — Trate de se acostumar. Caiu o muro de Berlim" (Idem). A imprensa burguesa trata de dar nomes próprios aos fenômenos da luta de classes. Apesar disso, o que vemos acima é uma idéia acabada de que os capitalistas arcavam com uma ‘conta cara’ somente enquanto existia a URSS e os Estados operários do Leste, com a sua queda, os custos sociais do ocidente capitalista ‘passaram’ a ser inadmissíveis. Na verdade, os Estados operários, ainda que degenerados, representavam postos avançados do proletariado em quase 1/3 do planeta. A expropriação da burguesa possibilitou aos trabalhadores daqueles Estados conquistas históricas jamais vistas em qualquer país capitalista (pleno emprego, habitação, saúde, educação gratuitas etc.). Por isso a tarefa dos revolucionários é defender de forma INCONDICIONAL os estados operários e suas conquistas históricas. Enquanto haviam expropriado o capitalismo naqueles estados, no resto dos países, o proletariado arrancava direitos sociais aos capitalistas, que se sentiam ameaçados de serem eles mesmos expropriados. Davam os anéis para não perderem os dedos. Aproveitando-se dos isolamento da revolução (por grande responsabilidade das direções sociais-democratas do movimento operário mundial) sob terríveis condições econômicas, uma casta parasitária se instalou na direção no Estado operário, levando uma política suicida de coexistência pacífica com o imperialismo e opondo-se à extensão da revolução sobre o resto do planeta. Esta estratégia reacionária desarmou o proletariado e preparou o caminho para a contra-revolução. A política da burocracia estrangulava as bases econômicas e sociais criadas com a revolução de Outubro e debilitou profundamente os estados operários. Assim, o imperialismo acumulava forças para uma investida mortal contra os estados operários, o que veio a ocorrer fundamentalmente a partir de Ieltsin, diretamente ligado ao capital internacional, tomou o poder na Rússia. Sentindo-se fortalecido diante da recaptura dos estados operários às suas garras e da confusão que estes acontecimentos provocaram na consciência das massas, pela falta de uma direção classista e internacionalista, o imperialismo pretende, além de apoderar-se novamente daquela parte do planeta, arrancar-nos as escassas conquistas que havíamos obtido com nossas lutas. Por isso, os explorados do mundo todo têm a necessidade imperiosa de construírem o partido revolucionários internacionalista, como o Partido Bolchevique da Rússia de 1917, para apontar, sob o balanço dos erros do passado, a perspectiva da revolução mundial, através da luta intransigente contra a política de conciliação de classes e em defesa de nossas conquistas históricas, como também dos estados operários ainda existentes (Cuba, China, Vietnã e Coréia do Norte).Lutar contra a liquidação de nossas conquistas é lutar pela revolução mundial!!! |
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