Assembléia dos trabalhadores da USP aprova a paralisação no dia 17 de abril
e discute greve geral contra os governos Serra e Lula!

Aconteceu neste dia 13 de abril a assembléia geral dos trabalhadores da USP, contando com cerca de 120 trabalhadores. Convocada pelo Sintusp, o sindicato da categoria, esta assembléia teve como finalidade discutir questões específicas, a intervenção direta do governo Serra (PSDB) nas universidades estaduais e aprovar a paralisação da categoria por ocasião do dia nacional de lutas neste dia 17 de abril, em homenagem aos 11 anos do massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás. O eixo das discussões foi justamente como a categoria combaterá os ataques políticos por que vem passando.

Tão logo o governo tucano-“pefelista” assumiu o governo estadual, baixou um pacote contendo cinco decretos que liquidam com a autonomia financeira, administrativa e científica das universidades paulistas, dispondo entre outras coisas que a Secretaria de Ensino Superior intervirá no Conselho de Reitores das Universidades de São Paulo (CRUESP). Significa dizer que o Secretário nomeado por Serra, o tubarão do ensino José Aristodemo Pinotti (antigo PFL), ex-braço direito de Maluf, co-presidente da FMU e antigo empresário do “ramo da saúde”, quem transformará as universidades paulistas em “negócios” ainda mais lucrativos para o grande capital. Estes ataques vêm na mesma esteira das reformas pró-imperialistas colocadas em prática pelo governo Lula, entre as quais a reforma universitária.

Existe uma grande disposição dos trabalhadores da USP a saírem em greve nos próximos dias, tanto para conquistas econômicas, como para barrar a intervenção direta do governo estadual. A Juventude Bolchevique (JB) que atua no movimento estudantil da USP, expressou-se na assembléia, chamando aos trabalhadores a prepararem-se contra a ofensiva reacionária e repressiva burguesa encabeçada pelo governo Lula (controladores de vôo, cassação do direito de greve, reforma da previdência), conclamando-os a não somente paralisarem no dia 17 de abril, mas a estenderem a greve até a vitória sobre Serra e a unificação das lutas rumo a greve geral. Embora a Conlutas tenha deliberado por construir este dia nacional de lutas em conjunto com o MST, ao não convocar uma plenária estadual preparatória para uma intervenção unificada neste dia de luta com todas as categorias que dela participam, propiciou que a burocracia cutista que dirige sindicatos de peso como a Apeoesp (professores) jogasse um papel fundamental na desarticulação da paralisação.

Não passaram mais de dez minutos após a intervenção da JB que chamou os trabalhadores a se organizarem para enfrentar a ofensiva reacionária da burguesia, dois investigadores de polícia adentraram na assembléia para intimar dois ativistas sindicais do Sintusp a deporem na Justiça. O processo judicial está sendo movido pela burguesia sionista de São Paulo contra o sindicato por ter transcendido os limites da luta corporativa para se solidarizar à resistência dos povos libanês e palestino contra Israel no ano passado. Desgraçadamente, no ritmo em que avança o governo de coalizão burguesa, ações policialescas como esta presenciada serão apenas os primeiros passos da escalada da reação. Só uma resposta firme do proletariado brasileiro, com uma medida de força ainda maior que a dos capitalistas e seus representantes, poderá dar uma resposta que derrote os ataques dos governos Lula, Serra e Kassab.

 

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