Evolução das grutas:


A gruta não é produto de um fenômeno estático. Tem seu nascimento e evolução até alcançar a maturidade, quando entra em processo destrutivo até desaparecer. Em cada uma de suas fases evolutivas, temos um tipo característico da morfologia. Em sua infância, quando ainda não é uma gruta, a corrosão terá um papel predominante, daí existirem grutas nas rochas suscetíveis de sofrer dissoloção.

Para cada uma dessas fases de evolução há uma morfologia específica. Na infância, predominará a corrosão. E para exercer a ação corrosiva a água necessita estar impregnada de CO2, e de tempo, pois uma circulação rápida produz erosão e não corrosão.

Com a erosão aparecendo, vem a fase juvenil, atuando, aí a erosão livre, turbilhante. A gruta aumenta suas dimensões. Começa a se produzir em superposição de formas, aparecem galerias de conjugação, a água circula livremente e a erosão é exuberante. Aparece a morfologia de afundamento. A gruta atinge a maturidade.

Enquanto se formam os primeiros espeleotemas a água, com grande poder dissolvente, chega às fendas carregando carbonato de cálcio suficiente para iniciar as primeiras formas de reconstrução. Aí surgem os estalactites. Os estalagmites vem depois, pois dependem da circulação inferior.

As águas abandonadas iniciam um novo ciclo de evolução. Esse abandono de água pode ser provocado por elevação da região. Na gruta primitiva abrem-se poços e a água é expulsa. A gruta entra na última fase evolutiva e aparece a mofologia senil. Diz-se que tal gruta foi fossilizada. Essa fossilização é o seu fim natural.

Esse ciclo descrito anteriormente nem sempre se apresenta completo: juvenil,madura, senil e fóssil. Às vezes uma fase deixa de se apresentar. Entretanto, o ciclo morfológico de uma gruta é de suma importância para o seu estudo espeleológico e pode gerar três fases: morta, senil e fóssil.

Morta - quando a água (agente formador) deixou de circular e isso depende da morfologia apresentada.

Senil - apresenta abundantes espeleotemas, mostrando o fenômeno da reconstrução.

Fóssil - completamente preenchida de depósitos de carbonato de cálcio, argila, aluviões e com isso, dixa de ser uma gruta.

Vimos, então, que se o ciclo se desenvolvesse perfeitamente de acordo com a morfologia, uma gruta chegaria ao estado de gruta morta com uma morfologia senil e esta finalmente conduziria a uma fossilização.

Entretanto, uma gruta pode ser abandonada pelas águas na fase juvenil, antes de entrar na maturidade. Então teremos uma gruta morta mas com morfologia juvenil. E assim outros casos, como uma gruta em fase juvenil se fossiliza por aluviamento. Ela chegará ao estado fóssil sem haver passado por maturidade e senilidade.

Quanto maior o número de ciclos passados na vida uma gruta, maior dificuldade se tem para distinguir os vestígios deixados pelos primeiros. Podem existir, portanto, grutas fossilizadas no estado juvenil, ou com morfologia de maturidade.


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