E. F. AMAPÁ

A Estrada de Ferro Amapá no ano 2.000

Texto enviado por Sérgio Martire.

O logotipo utilizado pela ICOMI, circulo com o mapa do estado do Amapá nos da uma idéia do que é a ferrovia, situada no Estado do Amapá, antigo distrito do Estado do Para.

Separada do restante do Brasil, somente prosperou devido a fome mundial do manganês que se seguiu após a 2a Guerra Mundial.

O manganês era na década dos anos 50/60 o principal redutor para a fundição do aço, fazendo com que este ( o aço ) não necessita-se de tanto calor para derreter, assim como o aço que obtinha-se era o mundialmente necessário a reconstrução da Europa devastada pela guerra.

A concessão da lavra deu-se aproximadamente no final da década de 40 e por 50anos . O complexo industrial reunia , a lavra ( as minas ) o transporte ( a ferrovia ) e o embarque ( o porto ) que deveriam ficar sob um só concessionário.

O grupo brasileiro procurou sócio para tal encontrando na US BETHLEHEM STEEL o seu parceiro ideal e principal comprador, o qual forneceu toda a infra estrutura ferroviária.

Atualmente as minas ainda apresentam alguns veios de manganês porem a ele associado existem muita matéria inservivel para tornar-se economicamente viável a prospeção a céu aberto.

As grande montanhas existentes de minério em Serra do Navio apresentam o teor de 36% de manganês, tornando-se uma grande montanha de rejeitos não padronizados de minério .

O movimento na ferrovia resume-se na remessa semanal de 2 composições de 20 vagões de cromita que é extraída a 40 Km de Cupixi,, sendo transportado via rodovia para essa cidade, ali transferida para a ferrovia e levada ao terminal marítimo em Santana,

O outro serviço prestado pela ferrovia são os 6 horários semanais de trens de passageiros entre o porto e a serra, serviço esse de ação social pois para viajar-se 193 Km paga-se a importância de R$2,00 ( Dois reais ) não sendo por tão pequena quantia que encontramos os carros em mau estado ou apresentam enorme quantidade de detritos após cada viagem. Não, o cidadão sabe a ação social da ferrovia e portanto não a castiga com os seus problemas pessoais, não destruindo os bancos dos carros ou atirando detritos neles .

A cidade de Santana, tornou-se município, e é um dos maiores atracadouros tanto marítimo como fluvial do Rio Amazonas, deslocando o polo econômico de Macapá que não oferecia bom ancoradouro para as suas modernas instalações. Quase toda navegação fluvial no Rio Amazonas parte dela.

A cidade de Serra do Navio, tornou-se inexpressiva, pois as minas fecharam e os funcionários foram demitidos. O complexo existente na cidade continua a ser de propriedade da ICOMI, porem o governo do Estado, vai aos poucos tentando melhorar e dar a cidade algo com que ela possa sobreviver.

Do grande império que a Estrada de Ferro Amapá fazia parte vemos ao longo de suas linhas as tentativas de procura de uma alternativa, grandes clareiras na floresta atestam o investimento sem retorno que foram as tentativas para a implantação do arroz, da mandioca, da cana de açúcar e do óleo de dendê

Somente a floresta artificial, composta de Pinus e Eucalipto sobreviveu nos primeiros quilômetros da ferrovia e hoje o eucalipto e abatido, descascado e enviado a Santana para tornar-se pequenos pedaços para a produção de celulose no Japão, para onde e transportado via marítima em containers .

A operação na mina, que encontra-se fechada, na ferrovia e no porto, de embarque de minério, hoje estão divididos e tercerizados em suas operações cabendo a Icomi a fiscalização dos serviços.

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