Minhas primeiras observações, eu creio, não foram diferentes de outros de minha geração. Com aproximadamente doze anos, eu comecei a usar um pequeno refrator (60mm) para observar uma maior variedade de objetos.
Eu fiz observações de meteoros entre 1981 até fins de 1992, desenvolvendo projetos especialmente com o intuito de confirmar "radiantes incomuns" e possíveis descobertas feitas por outros amadores na América Latina. Em 1988 realizei a descoberta de um pequeno radiante na constelação de “Columba” feita em conjunto com observadores venezuelanos (Liada, Universo 33, 1989).
Atualmente concentro minhas atividades na observação de cometas; o interesse começou em 1981 quando observei o cometa "Austin (1982 g = C/1982 M1)". Naqueles dias, informações sobre esta área era algo muito difícil de se obter, as fontes de informações se restringiam as revistas "Sky & Telescope", que chegavam aqui no Brasil com uma demora superior a 30 dias.
Com o passar dos anos (1988), eu passei a visitar regularmente o IAG/USP para copiar as informações das IAUC que lá chegavam mais rápido (com 15 dias de atraso). Então em 1993 fiz uma assinatura anual daquelas circulares.
Em meados de 1995 já com o uso da Internet passei a receber as efemérides, notícias e alertas através do e-mail, bem como enviava minhas observações para o ICQ/CBAT, Morris Comet Page e a BAA, entre outros.
Em todos estes anos, eu usei uma variedade muito grande de instrumentos de observação diferentes: refratores, binóculos, Newtonianos (Dobs.), Maksutovs, Schimidt-Cassegrains, e grandes Cassegrains de 0.50... 0.60-m f/12...
Agora eu me concentro em usar três equipamentos (próprios), um 270mm f/5 Dobs., 11x80 binóculo e uma montagem equatorial germânica, esta última para o registro fotográfico de meteoros e cometas.
Minha atividade secundária é a caça de cometa visual com telescópio e binóculo. Este trabalho começou em 1989 depois de vários contatos com Don Machholz (renomado caçador de cometa) que me ajudou com meus primeiros passos nesta área, ensinou-me parte de seu extenso conhecimento neste assunto. Entre 1995 e 1998, usando metodologia própria e considerando as condições locais, além de dados estatísticos, passei 220 horas observando, destes, 62% nas manhãs. Eu verificava áreas no céu com limite de magnitude de 11.9 com o então telescópio de 230mm, com 36x (1.3 grau de campo) e o 11x80 binóculo, até para uma magnitude de 10.5 (4.5 grau de campo).
Eu uso basicamente 2 (dois) sítios de observação, minha casa localizada em Campinas, e o outro local localizado mais ou menos 40 km de Campinas, em um distrito chamado "Joaquim Egídio", a 1100 metros acima do nível do mar.
Desde janeiro de 1993 eu trabalho para o Internacional Comet Quarterly como coordenador para o Brasil e países vizinhos. Durante estes anos, por pedido do CBAT, tenho ajudado a confirmar a descoberta de novos cometas antes do anúncio oficial.
Igualmente, desenvolvo o trabalho de coordenador da Seção
de Cometas da LIADA (Liga Ibero-americana de Astronomia) desde 1993.