Editorial
Saúdos,
Voltamos à carga depóis de messes. Neste
tempo foi-se perfilando a idea e o anelo de retomar a actividade teórica
dirigida ao ámbito lusófono. Mas nom por motivos nacionais, nem sequer na forma.
Aos factos remetendo-nos, este boletim e as nossas ideas tenhem sido recebidas
com significativo interesse fóra da Galiza e em especial no Brasil, o que
contrasta e muito coa situaçom na Galiza -que já motivara que dessistiramos de
fazer um boletim periódico e impresso. Esta circunstáncia exterior nom vêm soa
tampouco; supóm toda umha série de aportaçons teóricas que, à marge de aportar
ou nom elementos “novos” de reflexom e orientaçom política, si expressam umha
corrente viva e persistente, por mais que minoritária e flutuante. Por essa
razom era o momento de fazer um boletim que representasse essa realidade, em
lugar de encher a publicaçom com artigos próprios (que tampouco corriam
pressa). Esta mesma linha é a seguida tamém no suplemento deste número,
monográfico dedicado ao teórico conselhista brasileiro Nildo Viana.
Acerca do momento actual na Galiza, pouco
podemos dizer. O que tem fazer análises de calado histórico é que, mesmo as
editoriais de hai mais de um ano, cobrem ainda as questons de fundo da situaçom
actual (veja-se a editorial do nº 5, de dezembro do 2005). E o que nom, foi
tratado já em passados artigos. A cousa pode ressumir-se fácilmente: no
político, oportunismo rampante; no laboral, a mesma precariedade ou mais, e a
mesma conivência sindical; no intelectual, a mesma mediocridade de sempre.
Somentes destacaremos o xurdimento, a meiados do ano passado, de dous
agrupamentos focados para a luita contra a precariedade -ainda que, dadas as
circunstáncias, tenhem-no difízil (aguardamos que nom sigam o destino da
temperá tentativa que fixeramos nós quando o GAPP, veja-se o artigo do Igneo
nº1 sobre Cooperación Obreira).
Trata-se da Assemblea “Precarias en loita” de Vigo e da Assembleia de Precári@s de Compostela.
Embora, sinalamos que estas iniciativas
carecem todavia dumha posiçom radicalmente distanciada do sindicalismo, em
coerência co facto mesmo de ter que canalisar a actividade polos seus objetivos
fóra das estruturas sindicais. Esperamos que est*s companheir*s avancem nesta
linha revolucionária, pois de outro modo cairám finalmente numha dependência
dos sindicatos “combativos”, ou bem nom serám capazes de desenvolver umha
focage própria que lhes permita extender o seu projecto de agrupamento. Esta
carência crítica tem-se manifestado nas posiçons sustidas -polo primeiro dos
colectivos mencionados- quando a folga do naval em Vigo em Maio do ano passado,
onde era evidente que havia que afirmar a contraposiçom entre a classe obreira
e os sindicatos e a necessidade de auto-organizar-se autónomamente. Além,
respeito a isto estamos a falar da nossa própria experiência e dumha
auto-crítica pola que tivemos que passar tamém. Os agrupamentos autónomos, ou
se desenvolvem como tais, ou desaparecem, sendo recuperados ou acabando por se
descompor. Mas aí vam os nossos ánimos incondicionais, pois pensamos que é na
precariedade -nom só no trabalho, mas na vida toda- onde se condensa o
antagonismo com esta sociedade e onde se acha, por tanto, com mais claridade a
experiência necessária para superar as práticas, as teorias e as formas de
organizaçom da esquerda do capital.
A luita final é agora !
Revoluçom ou regressom !!!