Editorial:

 

 

     

 A verdade está na praxis...

 

«na história da sociedade, os agentes som todos homes dotados de consciência, que agem movidos pola reflexom ou pola paixom, pretendendo alcançar determinadas fins; aqui, nada sucede sem umha intençom consciente, sem umha fim proposta

Friedrich Engels(1)

 

  «...Todo o materialismo precedente... só capta o que toma como seu objeto, a realidade, o sensível, baixo a forma de objeto ou de contemplaçom, nom como actividade sensível humana, como praxis». «É na praxis na que o home deve demonstrar a verdade, é dizer, a realidade e o poder, a terrenalidade do seu pensamento». «Todos os mistérios que seducem a teoria cara o misticismo encontram a sua soluçom racional na praxis humana e na compreensom desta praxis..»

Karl Marx(2)

 

            Estamos nas datas do 1º de Maio. Poucas vezes lembra-se que este dia nom é umha celebraçom da existência internacional da classe obreira, mas a comemoraçom da luita d@s obreir@s contra essa mesma existência. Eram os tempos da luita pola jornada de 8 horas... e seguem a se-lo. Em todas as partes do mundo a jornada laboral tende a extender-se persistentemente desde hai décadas, combinando os mecanismos ilegais e os legais, a coaçom individual e a colectiva, a pressom do desemprego ou o poder dos sindicatos para chegar a "acordos" contra a vontade da classe obreira.

  Nom nos confundamos. A reforma laboral que preparam os representantes do grande capital para @s proletári@s do Estado espanhol nom só suprimirá a já pouca diferência real entre contratos indefinidos e temporáis, geralizando a precariedade jurídica; o verdadeiro objeto desta e outras medidas é a vontade, expressada pola patronal, de "flexibilizar" a jornada laboral. Para isso, por suposto, interessa-lhes tamém "flexibilizar" a negociaçom colectiva, retrotraendo-a até a base da empresa isolada, dividindo ao proletariado para somete-lo melhor. Dixemos no número anterior que a ofensiva capitalista na Alemanha apontava já à necessidade geral do capital internacional, particularmente o europeu, de afrontar umha reestruturaçom nestas linhas para um futuro próximo. A grande burguesia do Estado espanhol, nucleada agora em torno ao governo do PSOE sem distinçons nacionais, pretende adiantar-se aos acontecimentos para que umha crise como a alemá nom lhe colha por surpreesa. Se alguem pensava que as reformas laborais som umha questom de quem governa, está numha ilusom: a reforma laboral contínua nom é outra cousa que a forma política centralizada da ofensiva permanente do capital contra o trabalho, forma à que o capital está obrigado para manter ascendente a sua taxa de benefício na época actual, a época da decadência aberta do capitalismo.

  Esta comemoraçom do 1º de Maio deveria levar a umha reflexom séria sobre isto.

  Todas as formas de parlamentarismo sindical e partidista som inúteis para combater a ofensiva capitalista, somentes alimentam a confusom e a apatia do proletariado. No seu lugar, nós chamamos à unificaçom internacional, à luita pola verdadeira comunidade humana sem classes nem Estados: éste é além o sentido revolucionário do 1º de Maio, nom reivindicar a mera existência da classe obreira, a existência da inumanidade. Somos @s própri@s proletári@s @s que temos que rebelar-nos contra a nossa existência social inumana, contra todas as formas de explotaçom e opressom que integram o capitalismo mundial, contra o reinado na barbárie 'postmoderna'. Pode que hoje em dia tenhamos algo que perder mas, se nom tomamos o nosso destino nas nossas maos, perderemo-lo de todos os modos. Ou sepultamos o capitalismo, ou o capitalismo convertira-se na nossa tumba. Em cámbio, se empreendemos essa luita, esse esforço por conquerir a autonomia, temos um mundo que ganhar.

 

         A luita revolucionária nom é umha luita que se esgote numha fim exterior a nós mesm@s (na apropriaçom dos meios de produçom, na expropriaçom dos expropriadores); o verdadeiro objetivo da nossa luita é a apropriaçom total do processo de produçom e reproduçom real das nossas próprias vidas, a supressom da nossa existência como proletári@s. O antagonismo de classes, no que a desumanizaçom adquire um carácter activo, o carácter dumha força que desgarra todo o nosso ser, é o motor detrás de todas as luitas proletárias, hoje cada vez mais intenso. Namentres, o capitalismo mundial une-nos já numha única classe mundial de despossuid@s e explotad@s. Por isso, o programa do internacionalismo deve ser: desenvolvimento das multiples luitas d@s proletári@s, como momentos dum mesmo movimento mundial; elevaçom da consciência do movimento proletário mundial até a compreensom da sua verdadeira finalidade radical e total, finalidade que já está implícita no seu motor: o antagonismo co capital e o trabalho assalariado e com todas as formas de explotaçom; o antagonismo coa totalidade da vida desumanizada, isto é, alienada material e espiritualmente.

  A revoluçom d@s trabalhadores/as nom é umha idea abstracta; os elementos que a constituem estám já em formaçom, e as crescentes convulsons sociais e intensificaçom da luita de classes em multitude de países som um signo disto. Nom se trata do que a classe obreira pense ou crea, trata-se do que deverá fazer conforme ao seu ser social: nom é a consciência a que determina o ser, senom o ser social o que determina a consciência.

  A classe obreira está ainda maiormente derrotada, sí, mas esta derrota ante a ofensiva do capital é precisamente a condiçom dialéctica da sua vitória. Nom som as conquistas imediatas o que é a medida do progresso do proletariado como classe revolucionária. Ao contrário, o proletariado somentes pode desenvolver-se como classe revolucionária através dumha série de derrotas. Estas derrotas cumprem dous papeis: desfazer-se dos tradicionais apêndizes pre-revolucionários e aumentar a potência do adversário. A classe proletária nom madura reflexionando tranquilamente sobre os seus erros, como predicam @s intelectuais pseudo-revolucionári@s, mas engendrando umha revoluçom pechada e potente, engendrando um adversário em luita contra o qual poda compreender o alcance histórico das suas necessidades e o modo de abrir-se caminho para a sua realizaçom. Nom é a crítica, senom a revoluçom, o que é a força propulsora da história.

 

  Marx vive hoje... no pensamento d@s proletári@s revolucionári@s de todo o mundo. É no proletariado que adquire consciência de que o capital se torna num limite para a sua simples sobrevivência onde o pensamento de Marx está a ser actualizado pola história, nom no cerebro d@s intelectuais, cada vez mais sumido polo poder espiritual do capitalismo. Por isso repetimos as próprias palavras de Marx(3), cuja capacidade para captar a essência do enfrentamento entre o capital e @s explotad@s verifica-se de modo cada vez mais imediato, a medida que o capitalismo cresce em poder e fai patentes os seus limites.

  O facto de que essas palavras foram esquecidas ou abandonadas no seu sentido prático, ilustra até que ponto @s que hoje dim-se "marxistas" som somentes uns usurpadores reformistas. Nom se trata, para nós, de render culto a nengum pensador; a nossa insistência no marxismo original radica na nossa compreensom da situaçom actual da classe obreira e da luita de classes, situaçom e luita das que somos parte, compartimos destino. Mas hoje a resposta a aqueles/as que se dim "marxistas" nom é a resposta que lhes deu Marx na sua época: "Eu nom som marxista!". A nossa resposta tem que ir além, como o foi a história mesma: o "marxismo" existiu duas vezes, a primeira como verdadeira expressom da consciência de classe do proletariado(4), a segunda como falsificaçom desta consciência de classe. O que compre fazer agora nom é reviver o "marxismo", mas supera-lo como tal. Isto require de suprimir a falsificaçom anterior, lavrada pola social-democracia e a sua vertente jacobina, o bolchevismo, para retomar o verdadeiro conteúdo original e poder leva-lo além de si mesmo.

  O comunismo de conselhos é o movimento teórico desta superaçom. Somentes pode ter existência como expressom viva do movimento proletário, formando umha verdadeira corrente organizada, na medida em que a própria classe obreira desenvolva realmente a sua luita de classe num sentido revolucionário. Por isso, na situaçom actual, o nível de desenvolvimento da consciência revolucionária conleva, de modo directamente proporcional, a grupusculizaçom e o isolamento político dos grupos comunistas de conselhos. Namentres, as organizaçons pseudo-revolucionárias existentes nom som mais que a expressom radicalizada do velho movimento obreiro reformista, agora em descomposiçom -é dizer, apêndices pre-revolucionários-.

  O crescimento destas organizaçons, se é que existe como tendência real, é um indicativo do baixo nível de consciência de classe existente e do sentimento de impotência ante a ofensiva permanente do capital. Certamente queda por debaixo delas umha ampla massa, instalada na desorganizaçom, na passividade e na inconsciência, mas esta situaçom nom cambiará graças às práticas e tácticas reformistas que constituem o programa e a vida real da extrema esquerda do capital. Os sectores mais avançados da classe obreira, a vanguarda real além de logotipos ou carnets, nom som os que militam nessas organizaçons pseudo-revolucionárias, mas os que racham com elas, dando-se conta de que nom som portadoras do futuro; mesmo de que nem servem aos seus interesses de classe imediatos(5). A dificultade consiste em que esta minoria avançada vai-se formando esperdigadamente e nom constitue ainda umha força unificada; nom possue todavia as suficientes claridade de ideas e capacidade de acçom, necessárias para afirmar-se frente a todos os aparelhos establecidos -os agentes imediatos do capital na luita de classes-.

  As organizaçons pseudo-revolucionárias nom som, na realidade, mais que o último muro do capitalismo. Um muro co que a luita da classe obreira terá que bater, depois de rebassar suficientemente aos sindicatos e partidos "maioritarios", rebassamento este último que está já a acontecer, ainda que de modo isolado e pontual -resta afortala-lo e geraliza-lo-. A destruiçom deste muro e a destruiçom do capitalismo som igualmente inevitáveis na medida em que o proletariado adquira a consciência da sua situaçom e da sua força revolucionária. Ante a verdadeira autonomia proletária essas organizaçons nom podem ver mais que umha ameaça. A autodirecçom d@s proletári@s da sua própria luita, a sua elevaçom ao pensamento autónomo, significam a fim do velho movimento obreiro. Som, tamém, a condiçom da posta em prática dum internacionalismo real.

 

 Múltiples luitas, um só movimento: a revoluçom d@s trabalhadores/as pola comunidade humana mundial sem classes nem Estados. Esta é, em síntese, a orientaçom do futuro.

  O actual movimento "anti-globalizaçom", na medida em que poda considerar-se um verdadeiro movimento social e nom um cúmulo de organizaçons aderidas ao capitalismo, nom é mais que o precursor utópico da acçom do proletariado como sujeito histórico e mundial(6); é um movimento práticamente orientado ao reformismo, inscrito nos limites que establece o capitalismo, externo à luita de classes real. O internacionalismo proletário, em cámbio, é a supressom revolucionária de todos esses límites, à vez nacional e mundialmente, polo proletariado actuando como classe, nom como servente da pequena burguesia e d@s intelectuais; um único movimento de luita que ataca ao capital em todas as partes e por todas as frentes. O seu desenvolvimento real nom é outra cousa que a revoluçom mundial.

 

      A autolibertaçom do proletariado é o derrube do capitalismo baixo todas as suas formas!

 

Proletários e proletárias do mundo, unamo-nos!!

 

        Revoluçom mundial ou afundimento na barbárie!!!

 

 

* * *

 

  «Exceituando uns poucos capítulos, todos os apartados importantes nos anais da revoluçom de 1848 a 1849 levam o epígrafe de: Derrota da revoluçom!

  Mas o que sucumbia nestas derrotas nom era a revoluçom. Eram os tradicionais apêndices pre-revolucionários, resultado de relaçons sociais que ainda nom se tinham agudizado o bastante para tomar umha forma bem precisa de contradiçons de classe; persoas, ilusons, ideas, projectos dos que nom estava livre o partido revolucionário antes da revoluçom de Fevreiro e dos que nom podia liberta-lo a vitoria de Fevreiro, senom só umha série de derrotas.

  Numha palavra: o progresso revolucionário nom se abriu passo coas suas conquistas directas tragi-cómicas, mas polo contrário, engendrando umha contra-revoluçom pechada e potente, engendrando um adversário em luita contra o qual o partido da subversom madurou, convertendo-se num partido verdadeiramente revolucionário.

  Demonstrar isto é o que se proponhem as seguintes páginas.»

 

Karl Marx, prólogo do livro As luitas de classes na França de 1848 a 1850.

 

  «Hoje a sociedade semelha ter retrocedido mais alá do seu ponto de partida; em realidade, o que acontece é que tem que empeçar por criar-se o ponto de partida revolucionário, a situaçom, as relaçons, as condiçons, sem as quais nom adquire um carácter sério a revoluçom moderna.»

  «...As revoluçons proletárias... criticam-se constantemente a si mesmas, interrompem-se continuamente na sua própria marcha, voltam sobre o que parecia rematado para começa-lo de novo desde o início, burlam-se conscienciosa e cruelmente das indecisons, dos lados frouxos e da mezquindade das suas primeiras tentativas, parece que só derrubam o seu adversário para que este saque da terra novas forças e volva erguer-se mais gigantesco frente a elas, retrocedem constantemente aterradas ante a vaga enormidade das suas próprias fins, até que se cria umha situaçom que nom permite voltar-se atrás e as circunstáncias mesmas berram: Hic Rhodus, hic salta! --Aqui está a rosa, baila aqui! --.»

Karl Marx, O dezaoito brumário, 1851.

 

  «O modo de produçom da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Nom é a consciência do home a que determina o seu ser, mas, polo contrário, o ser social é o que determina a sua consciência. Ao chegar a umha determinada fase de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade chocam coas relaçons de produçom existentes ou, o que nom é mais que a expressom jurídica disto, coas relaçons de propriedade dentro das quais se tenhem desenvolto até ali. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relaçons convirtem-se em travas suas. E abre-se assi umha época de revoluçom social.»

  «...Hai que distinguir sempre entre os cámbios materiais acontecidos nas condiçons económicas de produçom e (...) as formas ideológicas nas que os homes adquirem consciência deste conflito e luitam por resolve-lo. E do mesmo jeito que nom podemos julgar a um indivíduo polo que pensa de si mesmo, nom podemos julgar tampouco a estas épocas de revoluçom pola sua consciência, senom que, polo contrário, hai que explicar-se esta consciência polas contradiçons da vida material, polo conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relaçons de produçom. Nengumha formaçom social desaparece antes de que se desenvolvam todas as forças produtivas que cabem dentro dela, e jamais aparecem novas e mais elevadas relaçons de produçom antes de que as condiçons materiais para a sua existência tenham madurado no seo da própria sociedade antiga. Por isso, a humanidade propom-se sempre os objetivos que pode alcançar, pois, bem olhadas as cousas, vemos sempre que estes objetivos só brotam quando já se dam ou, quando menos, estám a gestar-se, as condiçons materiais para a sua realizaçom.»

Karl Marx, Contribuiçom à Crítica da Economia Política, 1857.

 

  «Os comunistas consideram indigno ocultar as suas ideas e propósitos. Proclamam abertamente que os seus objetivos só podem ser alcançados derrocando pola violência toda a orde social existente. As classes dominantes podem tremer ante umha Revoluçom comunista. Os proletários nom tenhem que perder nela mais que as suas cadeas. Tenhem, em cámbio, um mundo que ganhar.

  PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNIDE-VOS! »

 

Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista, 1848.

 

* * *

 

Notas da Editorial:

 

(1) O texto continua dizindo que isto, que diferência à historia humana da história natural «em nada altera o facto de que o curso da história se rege por leis gerais de carácter interno.» (F. Engels, Ludwig Feuerbach e a fim da filosofia clássica alemá, 1888.). Pouco mais adiante continua:

  «As finalidades dos actos som fruto da vontade, mas os resultados que, na realidade, deles derivam, nom o som e, mesmo quando parecem aplicar-se momentaneamente à fim proposta, acabam por conduzir a consequências muito diferentes das propostas. Por isso, em conjunto, os acontecimentos históricos parecem ser tamém dominados polo acaso. Mas onde, na superfície das cousas, parece reinar a casualidade, esta é sempre governada por leis internas ocultas, e o que é necessário e descobrir tais leis

  «...Se pretendemos investigar as forças motrizes que -conscientemente ou, com muita frequência, inconscientemente- estám por detrás dos móbeis que levam os homes a actuar na história, e constituem os verdadeiros resortes reais desta, nom nos devemos debruçar tanto sobre os móbeis dos homes isolados... como sobre aqueles que movem grandes massas...; e nom momentaneamente, como fugazes fogos de palha, mas em acçons continuadas que se traduzem nas grandes modificaçons históricas

  O critério de compreensom da praxis histórica que se deriva destas citas de Engels, incluida a que encabeça a editorial, é o que precisamos aplicar à história do movimento obreiro e dos esforços polo desenvolvimento do proletariado como sujeito revolucionário.

 

(2) Extratos das «Teses sobre Feuerbach», 1845.

 

(3) Note-se que nos 4 parágrafos precedentes reiteram-se no essencial diversas frases de Marx e Engels, que aquí podem ver-se no seu pleno sentido prático como compreensom da luita de classes real, adequadas às condiçons actuais.

 

(4) Dizemos "verdadeira expressom", nom "expressom verdadeira". Nom dizemos nem muito menos que o pensamento marxiano tivesse a "verdade definitiva" de tudo, somentes que é realmente umha expressom da experiência histórica e dos interesses de classe do proletariado. Nom sobra dizer que Marx nom foi somentes um pensador, foi tamém um militante do movimento proletário, e que desenvolveu o seu pensamento revolucionário em estreita interrelaçom coa classe obreira.

 

 (5) A ineficácia geral das organizaçons existentes reside no próprio reformismo e nom simplesmente na  sua disposiçom ou nom ao combate. A "combatividade" encontra no reformismo limites absolutos. Além, o "interesse imediato" mais importante é a unificaçom do proletariado, no sentido do desenvolvimento da sua autonomia, da constituiçom dumha unidade viva e real, cousa que as organizaçons pseudo-revolucionárias som incapazes de assimilar. A primacia do aspecto quantitativo nas consideraçons sobre a luita de classes é um rasgo inconfundível da mentalidade reformista. O pensamento revolucionário valora os logros quantitativos somentes em funçom da transformaçom da quantidade em qualidade, isto é, na medida em que contribuem ao salto qualitativo à praxis revolucionária.

 

(6) Hai que ter presente que o internacionalismo proletário nom se desenvolveu verdadeiramente até agora a nível dumha luita directamente mundial. Nisto consiste a novidade do movimento "anti-globalizaçom". O internacionalismo proletário nom chegou, na práctica, a ultrapassar significativamente o nível da intercomunicaçom, solidariedade e apoio recíproco entre o proletariado dos diferentes países. O capitalismo actual exige, nom obstante, já a acçom directa e unificada de todo o proletariado mundial. Deste modo, o problema das relaçons internacionais, especialmente nos aspectos relativos à independência ou autonomia nacional, tenhem que ser abordados como o que realmente som: problemas internacionais.

 

 

 

e ab e ab e ab e ab e ab e ab e

 

 

 

C i t a s   d a    c o n t r a p o r t a d a :

 

«...Todas as revoluçons anteriores deixavam intacto o modo de actividade, e só tratavam de lograr outra distribuiçom desta, umha nova distribuiçom do trabalho entre outras persoas, ao passo que a revoluçom comunista vai dirigida contra o carácter anterior da actividade, elimina o trabalho e suprime a dominaçom de todas as classes, ao acabar coas classes mesmas; já que esta revoluçom é levada a cabo pola classe à que a sociedade nom considera como tal, nom reconhece como classe e que expressa já, de por si, a dissoluçom de todas as classes, nacionalidades, etc., dentro da actual sociedade»

 

K. Marx / F. Engels, A ideologia alemá, 1846.

 

É possível esta revoluçom num só país? Nom. A grande indústria, ao criar o mercado mundial, tem unido já tam estreitamente todos os povos do globo terrestre... que cada um depende do que acontece na terra do outro. Ademais, tem nivelado em todos os países civilizados o desenvolvimento social até o ponto de que, em todos estes países, a burguesia e o proletariado erigirom-se nas duas classes decisivas da sociedade, e a luita entre elas convertiu-se na principal luita dos nossos dias. Em consequência, a revoluçom comunista nom será umha revoluçom puramente nacional, mas produzira-se simultáneamente em todos os países civilizados... Exercerá igualmente umha influência considerável nos demais países do mundo, modificará de raiz e acelerará extraordináriamente a sua anterior marcha do desenvolvimento.

É umha revoluçom universal e terá, por isso, um ámbito universal

 

F. Engels, Princípios do comunismo, 1847.

 

 

 

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