Jean Barrot e François Martin :

Eclipse e Reemergência do Movimento Comunista

 

  A proposta dos compas do Grupo Autonomia, para difundir a sua importante traduçom da obra de Gilles Dauvè (alias Jean Barrot) e François Martin, Eclipse e Reemergência do Movimento Comunista -obra publicada originalmente em 1972 e revisada em 1997-, colgamos aqui um link à sua página e acrescentamos umha versom em word:

 

 

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  Eclipse e Reemergência constitue todo um balanço sintético do período entre a fim da I Guerra Mundial e o ascenso das luitas nos 70. A sua importáncia para situar-nos teóricamente nas problemáticas que, desde entom, se desenvolveram, especialmente no ámbito da esquerda revolucionária, é induvitável. Ora bem, nós pensamos que a sua crítica do comunismo de conselhos deve acolher-se com reservas.

 

  Temos estudado amplamente as aportaçons dos teóricos conselhistas, das que nos últimos anos contribuimos a difundir amplamente os seus textos em galego-português e espanhol -com quase a única exceiçom significativa do grosso da obra económica de Paul Mattick. Além, os nossos pontos de vista tenhem como apoio o facto de nós nom ter “arrincado” do “conselhismo”, senom chegado a el por umha evoluçom autónoma e confluente. Assi, podemos afirmar que a crítica ao comunismo de conselhos que realizam os autores de Eclipse e Reemergência  é em excesso reducionista e simplificadora -tanto a nível teórico como a nível práttico- e muitas das vezes está, quando menos, insuficientemente argumentada. Parece-nos que, muitas das vezes, é-lhe aplicável o mesmo argumento geral que emprega contra o comunismo de conselhos: criticar do ponto de vista da forma -e do conteúdo da forma-, mais que do ponto de vista dos conteúdos de fundo.

 

  As deficiências da análise de Dauvé e Martin arrincam do próprio contexto histórico no que se situavam. A sua visom de conjunto do comunismo de conselhos semelha mais um reflexo dos grupos e individuos “conselhistas” da sua época, nos quais, mais que ser umha concepçom da praxis revolucionária, a teoria do marxismo conselhista ficava reduzida a umha ideologia simplista que pivotava em torno ao fetichismo da forma conselho e, por extensom, das “formas autónomas”. Nom resulta extrano, depóis de lêr as obras de Dauvè, que Paul Mattick nom mostrasse interesse pola sua visom.

 

  Muitas das críticas particulares e afirmaçons de Dauvè e Martin -na crítica da posiçom conselhista sobre a forma partido, na valoraçom da importáncia e singularidade da experiência das Unions Obreiras na Alemanha ou na questom da autogestom obreira- som superficiais e óbviam aspectos fundamentais do pensamento conselhista. @s comunistas de conselhos clássicos, antes do que outr@s, criticaram o bolchevismo como “conteúdo” e nom somentes como “forma”. Opuxeram-lhe a este a organizaçom autónoma e a “autogestom”, mas nom como “formas”, senom como “conteúdo” (veja-se, para aprofundar isto, o artigo de Nildo Viana sobre o tema que publicamos neste número). A proposta conselhista nom eludiu nunca a acçom das minorias avançadas; limita-se a questionar cómo a entendem @s defensore/as da forma partido. A nossa concepçom da autogestom sitúa o seu fundamento na supressom do trabalho assalariado e, por conseguinte, deve entender-se como relaçom de produçom (subordinaçom do trabalho acumulado ao trabalho vivo) e nom como simples forma de gestom. Outros problemas, como o da contabilidade do trabalho social baseada na medida do tempo de trabalho meio invertido nos produtos, nom se tratam em Eclipse e Reemergência de maneira consistente e cumha perspectiva histórico-prática.

 

  O que nós pensamos, pois, é que esta obra cumpriu -e pode seguir parcialmente a cumprir- um balanço histórico e político, e umha crítica das simplificaçons e fetichismos formais que durante décadas fixeram do comunismo de conselhos umha simple ideologia de ultra-esquerda.

 

Comunistas de Conselhos da Galiza

 

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