Não há infelicidade neste mundo, aos que privam-se dos excessos. A vida no campo,
dos doces, das conversas ao fogão, dos tios tocando violão, é bela porém não são
menos mágicas as festas juninas nas escolas, a participação em grêmios estudantis,
associação de pais e mestres, as festas dos clubes sociais da atualidade.
As pessoas não pararam de se comunicar, pelo contrário, hoje, em casa, em pleno
inverno, ligam seus micros e acessam tantos outros viventes, prontos para trocar
experiências.
As crianças não perderam a capacidade de imaginar, de produzir brinquedos, basta
vermos os trabalhos escolares, as pequenas peças teatrais, as feiras de livros,
os ótimos jogos de computadores, onde a criança aprende a somar, a falar outras
linguas, a reconhecer formas.
Este mundo não está perdido e repleto de pessoas sem costumes e coração. Talvez
o que esteja faltando seja o reconhecimento dos benefícios de cada época. Caso
venhamos a usar os tais benefícios tecnológicos, como a tv, o micro, parcimoniamente,
veremos um caminho onde haja bons momentos.
Tenho saudades das noites frias no campo, onde meus tios tocavam violão e gaita
à luz de lampiões, mas futuramente também terei saudades das noites atuais em que,
durante o jantar com a família, todos conversam sobre seus estudos, experiências do
dia, sobre revistas e jornais lidos.