Clube dos Escritores





Epígrafe





Não quero fazer da minha poesia
o cerne da minha alma inquieta
nem o baluarte das minhas fraquezas

Não quero meus versos redimindo pecados
nem carregando meus fardos
tampouco destilando minhas tristezas

Quero-a leve feito as folhas de outono
dançando ao sabor do vento
compondo poemas onde eu me desnudo

Quero-a como a água cristalina do rio
espelhando meu olhar fito no horizonte
desvendando meu sorriso mudo

E, que ao abater-me o cansaço
de tantas horas e dias, e de tantas poesias
eu me deitar finalmente

que não haja na pedra fria
uma única poesia, que minha seja
que de poeta ilustre me façam honra

Pois, aos meus pobres versos tecidos
em teia e renda simplória
não peço tinta, tampouco glórias

Só que os deixem livres
que eles possam, mesmo que tristes
baterem as minhas asas.







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