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Mateus Carneiro

Sem muitos porques
Deixei de procurar razões
Há muito tempo atrás
Hoje procuro mãos
Que se encaixem nas minhas
Como um dia eu tinha outras mãos
Hoje eu procuro no meio da noite um sorriso
Um andar impreciso
De quem sabe que a hora certa vai chegar
Sem muitas exclamações
Hoje sou mais vírgulas
Que quando era ponto final
Hoje espero
Hoje tenho a paciência
Que me pediam a pouco tempo
Mas não tenho mais
Paciência de olhar pra trás
E esperar que o mundo gire ao contrário
Prá me deixar acertar onde eu errei
Hoje não tenho muitos desejos
Apenas sonhos incompletos
Que procuro nas mesas e nos copos
De um bar qualquer
Onde todos os porques, vírgulas e pontos finais
Se encontram na voz rouca que a madrugada
Insiste em me dar...