Tratamento do húmus de
Minhoca: como fazer
O "tratamento"
dá um pouco de trabalho, mas rende bastante. Se fizer com quantidade
pequena, mais rapidamente estará feito; mas se fizer com quantidade
maior, rende mais, porque dá para guardar o excedente (depois de seco ao
sol) por muito tempo, e depois usar quando precisar.
Materiais:
· um recipiente para
efetuar as lavagens e fervura: balde de alumínio é o mais indicado
· húmus de minhoca puro
(sem aditivos);
· água limpa (de
torneira);
· um fogão ou fogareiro
Método:
1)Adquira
húmus 100% puro, sem fertilizantes, conservantes etc; você o encontra
desde floriculturas e floras, até em alguns grandes supermercados;
2)Dê
uma primeira lavada, da seguinte forma: encha o recipiente até a boca,
sem deixar vazar; mas agitando com a mão enquanto enche – vá
desmanchando torrões e aglomerados; depois disso feito, espere uns
minutos e com muita delicadeza, vá entornando o balde lentamente, de modo
que apenas a água com o material em suspensão seja jogada fora (a
"água suja"); pode repetir isso mais uma ou duas vezes,
eliminando tudo aquilo que flutue;
3)Com
água cobrindo no mínimo 3 cm acima do material, ferva-o por cerca de 10
- 15 minutos; cuidado que pode formar-se espuma e transbordar, então
nunca encha de água até as bordas do balde;
4)Espere
dar uma esfriada (não vá se queimar !!! Cuidado !!!), e então comece a
lavar da mesma forma que foi descrito no item 1; lave bastante (várias e
várias vezes), eliminando todo o material mais leve e que turva a água e
permaneça em suspensão depois de 1 a 2 minutos depois que você cessa de
agitar;
5)Ao
final dessas lavagens não se deve perder mais que 30% do volume original
do húmus; o que está sendo "perdido" é apenas a maior parte
da matéria orgânica e material microparticulado que pode vir a
facilmente turvar a água do aquário.
Dica: você pode regar
plantas com a água que vai ser eliminada nessas lavagens, pois a mesma é
um "caldo" rico em nutrientes.
6)A
hora de parar de lavar: é difícil esclarecer isso por palavras. Tenho
feito isso a partir do ponto em que a água dentro do balde, mesmo turva,
começa a dar alguma visibilidade – pode-se ver a mão mergulhada a 10
– 15 cm de profundidade; também não deve mais haver materiais grandes
(pedacinhos de galhos, folhas ou ovos de minhoca) que flutuem. O material
final deve conservar textura semelhante ao húmus original, com certa
aglutinidade e, em aparência, igualmente semelhante ao húmus original,
de cor marrom escuro.
O ideal é ainda
colocá-lo em camada não espessa, em bacias ou folha de plástico
(pode-se cortar um saco, abrindo-o e estendendo-o) sob sol forte para que
seque de uma vez. Assim, esse material pode ser guardado por muito tempo
(mais de ano), e facilita demais o seu emprego na composição de novos
substratos (facilita misturar à areia).
Mas se não puder
secá-lo, ou estiver com muita pressa, já pode aplicar direto no
aquário, mas nunca direto na água: é na montagem inicial (em aquários
já montados, pode-se usá-lo usando técnicas descritas abaixo).
Dosagens
Sugiro sempre que faça o
uso do húmus de minhoca com moderação. Também recomendo que o use
"diluído" com areia grossa já lavada (granulometria 1 a 3mm),
de preferência nas proporções de 50% de areia e 50% húmus.
As quantidades devem ser
entre 1 a 2 Kg de húmus já tratado para cada 50 litros do volume bruto
do aquário; por exemplo, num aquário de 100 litros recomendo usar entre
2 e 4 Kg de húmus.
Procure evitar usá-lo na
camada mais profunda do substrato, especialmente se esse for muito espesso
(mais de 10cm); o melhor é colocá-lo devidamente misturado a material
inerte (areia), compondo uma camada intermediária do substrato, e sempre
coberto por uma última camada de no mínimo 3-4cm de areia pura, de modo
que essa isole as demais camadas da coluna d’água.
Em aquários já montados
dá para usar o húmus tratado colocando-o em vasos a serem enterrados no
substrato (não esqueça de, nos vasos, colocar uma camada de areia por
cima antes de inserir o vaso no aquário).
Uma técnica também é
possível, e que já usei bastante, são os "pacotes" de
refertilização. Com o húmus seco, o misturamos à areia (50 a 50%) e/ou
outros materiais (outros fertilizantes, argila etc). Essa mistura deve,
então, ser envolvida / embrulhada com papel manteiga, do usado em
culinária. Não use muito papel, apenas o suficiente para fazer o
embrulho. Para fechá-lo, faça dobraduras no papel.
Para colocar o embrulho
no substrato faz-se assim: previamente, limpe a área a ser refertilizada,
se necessário desenterrando plantas; afaste parte do substrato, fazendo
ou cavando uma cova, onde o embrulho será depositado; seja rápido, mas
delicado, ao colocar o embrulho, pois o papel logo pode se desfazer; por
fim, cubra novamente a "cova" com o embrulho. Se quiser acelerar
o processo, você pode furar o embrulho com alguma haste longa e fina –
mas não se esqueça, sempre faça isso apenas depois de enterrado o
embrulho !!!!
Outra forma um pouco mais
trabalhosa é colocar o húmus tratado seco e puro em cápsulas
gelatinosas (dessas usadas com medicamentos), que serão então enterradas
junto das raízes das plantas.
E uma última opção é
fazer bolotas de argila com recheio de húmus, cozendo essas bolotas em
forno até ficarem secas e duras, e então proceder como no caso das
cápsulas – enterra-se junto às raízes das plantas.