1. O FÓRUM ROMANO

O Fórum era o centro do mundo romano. As oito famosas estradas que ligavam a cidade às suas províncias terminavam ali. Durante séculos, aquele espaço foi local de comércio, com mercadores, açougueiros e vendedores nas tabernas. Em 338 a.C., o cônsul Gaio Maenius expulsou os vendedores do fórum, substituindo-os por joalheiros, cambistas, livreiros, que vendiam produtos de odor mais suave. Alguns vendedores de alimentos, entretanto, permaneceram por perto. Os arqueólogos encontraram inscrições identificando locais de comércio de floristas, perfumistas, fabricantes de flautas, além de outros estabelecimentos mais prosaicos. Uma série de quartos estreitos, com camas de alvenaria, sugere que o dono de um bordel fazia animados negócios perto de um dos locais mais sagrados da vida política romana: o Comitium. Esse era o tradicional local de reuniões, lá os cidadãos votavam pela guerra ou pela paz. Ao lado, ficada a plataforma circular conhecida como Rostra, o pódio dos oradores romanos, como Cícero. Mas o fórum era acima de tudo a sede da justiça romana. Os julgamentos se realizavam ao ar livre, nas calçadas ou nos alpendres de vários templos. Vagabundos e ociosos se reuniam em torno, muitas vezes pronunciando seus próprios vereditos antes de o júri fazê-lo. O maior dos fóruns seria construído por Trajano, um grande complexo onde ficava a basílica Ulpiana e grandes bibliotecas de grego e latim. Ao lado da grande construção de 90 metros de comprimento por 60 metros de largura, Trajano mandou construir um grande centro comercial com 150 lojas e armazéns, distribuídos em vários níveis de arcadas, semelhante aos shoppings modernos.

Na figura abaixo, os números representam: 1 e 2 - Mercado e Fórum de Trajano; 3 - Fórum de Augusto; 4 - Fórum de Nerva; 5 - Fórum de Vespasiano; 6 - Fórum de César; 8 - Comitium; 12 - Rostra; 17 e 18 - Templo de Vesta e Casa das Vestais; 22 - Coliseu

2 - A CIDADE DE ROMA

Em 1933, para comemorar os dois mil anos do imperador Augusto, o primeiro de Roma, Benito Mussolini mandou construir uma grande maquete da cidade de Roma na época do reinado de Constantino, quando a cidade atingira o seu apogeu. O arquiteto italiano Italo Gismondi e topógrafo e arqueólogo Rudolfo Lanciani fizeram o projeto, que foi executado pelo modelista Pierino Di Carlo. A enorme maquete tem 17 metros de diâmetro e demorou quatro anos para ser construída, reproduzindo os edifícios na escala de 1:250.

Na imagem abaixo, vê-se uma foto da maquete, tendo como figura principal o Circus Maximus, onde eram realizadas as corridas de bigas. Destaca-se também o Coliseu, no plano superior. Entre os dois, vêem-se os arcos do aqueduto construído pelo imperador Cláudio, para abastecer de água a cidade. Ao lado do Coliseu, ficam os seis fóruns, acima referidos.

3 - O IMPÉRIO ROMANO

O império romano alcançou a maior extensão territorial de todos os impérios da antiguidade. Partindo da Itália, estendia-se ao norte e leste por toda a Europa, ao sul da Itália, a parte norte do continente africano e a oeste da Itália, a Grécia, parte da Ásia e o Oriente Médio. Permeado de um complexo sistema de estradas, construídas pelos legionários, abrigava diversas cidades importantes, verdadeiras pequenas romas, cuja arquitetura imitava a grande metrópole. Pelas ruínas atuais de Afrodísias, Palmira, Leptis Magna, El Djem, Timgad, Volubilis, Éfeso, constata-se a grandeza e a arte dos romanos.

O mapa abaixo mostra o Império Romano no século 2º, com o seu sistema de rodoviário, formado por 80 mil quilômetros de estradas pavimentadas e mais de 300 mil quilômetros de vias secundárias, desde a atual Inglaterra à África do Norte, à Ásia Menor e os desertos da Arábia, da Síria, do Irã e Iraque. A cada milha romana (1.480 metros), havia marcos de pedra indicando a distância para o início da estrada e o nome do imperador que reinava no período de sua construção.

Fonte: Civilizações Perdidas - Roma: ecos da glória imperial, Time-Life Livros, Abril Coleções, RJ, 1998