Limites

Muitos pais procuram compreender a medida certa de oferecer limites para seus filhos. Sabemos que caminhamos muito da educação autoritária do passado, onde a criança devia obedecer sem oportunidade de diálogo; fomos para uma educação de décadas atrás onde se acreditava, que dar limites causaria traumas, com ampla permissividade. Estes extremos causaram sérios problemas para o desenvolvimento infantil, desde o medo, o temor pelos pais até o extremo oposto de uma educação tão permissiva que criava expressões de birra, desrespeito ao outro e em alguns casos transtornos de conduta. Atualmente estamos percebendo a importância de uma posição de maior equilíbrio, onde educar para a cidadania é fundamental, enxergar o outro, aprender a lidar não só consigo próprio, mas com as emoções dos outros. O mundo não é um vale tudo, nem todos desejos devem ser realizados.

Disciplinar atividades e tarefas garante a produção infantil. A criança com limites constrói organização, cria foco e torna possível a auto-realização.

Aprendemos também que o limite deve ser dado com clareza para a criança sem atitudes contraditórias, com generosidade e firmeza. A frustração, quando necessária, deve ser acompanhada de uma explicação com significado; permitindo a criança compreender o sentido da impossibilidade de viver seu desejo. É possível educar com limites de maneira democrática, valorizando a criança sem perder de vista a dimensão social e nosso compromisso de construir uma comunidade mais humana e fraterna. Entretanto é preciso dar um novo passo, aprender a dar limites através do elogio, assinalar o erro, pode ser necessário algumas vezes, contudo se elogiarmos nossas crianças quando acertam com comportamentos pró-sociais, com auto-estima, com atitudes éticas, perceberemos uma eficácia muito maior no aprendizado de limites, devemos ser calorosos em elogios para modelos positivos socialmente que possam influenciar de forma saudável e positiva as crianças. Assinalando os estilos de vida onde a satisfação pessoal e o compromisso social estejam assegurados. O exemplo tem uma força de convencimento extremamente mais persuasiva, que o discurso extremado.

Oferecer o elogio aberto, sincero, honesto para as crianças é garantir a experiência de reconhecimento. E receber reconhecimento consistente e significativo é condição fundamental para o desenvolvimento autoconfiante e com estima pessoal.

Em nosso Consultório de Psicologia e Resignificação Humana aprendemos nestes anos que podemos acelerar a melhora psicológica e psicopedagógica de nossos clientes crianças e adolescentes se soubermos valorizar seus recursos pessoais e ajudar seus pais a perceberem a importância de praticarem esta forma de educação, fundamentada no elogio transformacional. Um passo além do que falta, do apontar sistematicamente o erro. A percepção clara e corajosa do que foi conquistado e do que poderá ser aprendido. Desenvolver auto-estima é ajudar as crianças a descobrirem bons motivos de gostarem de si mesmas. Nossos profissionais procuram ser eficazes na promoção da melhoria pessoal, aliada a construção de valores éticos-sociais. 

Alexandre Rivero

Psicólogo CRP-06/8815

Publicado em www.oconsultorio.com

 
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