Projeto TAMAR

O Projeto Tartarugas Marinhas (TAMAR) surgiu porque a predação dos ninhos
e a matança de fêmeas estavam condenando as tartarugas à extinção. Em 1979,
um grupo de oceanógrafos iniciou o mapeamento das praias de nosso litoral,
buscando identificar prováveis locais de reprodução. Foram instaladas bases
provisórias e, aos poucos, a estrutura do Projeto foi evoluindo. Hoje, o TAMAR utiliza, além das populações locais, a mão-de-obra de estagiários oriundos de todo o Brasil. Recebendo alojamento e uma remuneração para despesas pessoais, os estagiários são treinados para temporada de desova, que se estende de setembro a março. Com bases do Espírito Santo ao Rio Grande do Norte, o TAMAR comemora sua maioridade com quase 2.000.000 de filhotes liberados ao mar. Mas ainda é pouco para tirar as tartarugas marinhas da lista de animais ameaçados.

COMO É O TRABALHO DO ESTAGIÁRIO NO TAMAR?

As tartarugas, na é poca da desova, sobem à praia e fazem um ninho na areia. É nesse ninho que, sob o efeito do calor solar, os ovos serão incubados por cerca de 50 dias. Para evitar a predação, tanto humana quanto de animais, primeiramente os ovos são recolhidos pelo estagiário ou por pescadores que trabalham para o projeto ("tartarugueiros"). São acondicionados cuidadosamente em caixas de isopor e transportados até o CERCADO DE INCUBAÇÃO. Ali, num ninho escavado de forma a possuir as mesmas características do ninho in situ (profundidade, largura, formato), os ovos são novamente enterrados. É colocada uma tela de proteção na boca do ninho, de forma que as tartaruguinhas, ao eclodirem, fiquem presas e não se espalhem por todo o cercado...Quando é constatada esta eclosão, os filhotes são recolhidos e liberados, com o cuidado de permitir que façam o trajeto entre o ninho e o mar: segundo algumas teorias, é nesse momento (denominado imprinting) que o filhote grava as características físico-químicas e espaciais da praia, o que possibilitaria ao filhote, após adulto, reconhecer e voltar ao local onde nasceu, para aí reproduzir.

E TEM MAIS COISAS PRÁ FAZER ???

Mas é claro!!! Toda noite, por exemplo, a gente complementa o trabalho dos tartarugueiros, percorrendo a praia de jipe ou mesmo a pé. Nestas oportunidades, com um pouco de sorte, encontramos uma tartaruga desovando. A aproximação é feita com cuidado, em silêncio e com as lanternas desligadas, para que a tartaruga não se assuste e abandone o ninho. Depois que ela inicia a postura, momento em que não liga mais para qualquer interferência, começamos o trabalho. Marcamos a fêmea com um grampo numerado que tem um endereço para contato (caso a tartaruga seja encontrada em outro local) e um número de identificação. Também recolhemos os ovos e levamos ao cercado. Em alguns casos, quando a praia é bem protegida (como a praia do Forte, na Bahia), o ninho pode ser deixado in situ , ou seja, no próprio local, para que se estude as condições naturais de sobrevivência e eclosão da ninhada. Outra coisa que se faz é a captura de indivíduos jovens, que entram nos braços de mar para se alimentarem e acabam caindo nas redes de pesca colocadas no rio. Aí, nós limpamos as carapaças (geralmente cobertas de cracas), marcamos e medimos estas tartarugas. Ah, não posso esquecer, a Educação Ambiental também é um grande trabalho a ser feito nas populações aonde o TAMAR atua. Assim, promovemos encontros com as crianças (o principal alvo), festas, atividades ecológicas, palestras...procuramos integrar, desta forma, o trabalho do TAMAR com o dia-a-dia daquelas simples e maravilhosas comunidades do litoral brasileiro.

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