(de algo necessário e pouco conhecido)
É preciso antes
apurar um sabor igualado ao saber otimizando a educação (escolas,
família e outras instituições responsáveis, incluindo as
empresas e organizações) para reconhecer a importância do
teatro na formação das sociedades vivas e sadias.
O Teatro é uma arte presencial, requer o olhar e a presença do público que se vê colocado diante de sua própria humanidade. Instantaneamente tornado sujeito-protagonista da vida é capaz de reconhecer a sí mesmo e a sua importância na cena do mundo avançando como conhecedor ao grande e oportuno metabolismo cultural dirigido ao que lhe é servido.
A seu lado estão seus iguais, as testemunhas afirmando que sua inteligência não está só, sente alí a presença de uma sociedade reflexiva, na qual está instalada a centelha que realimenta o futuro da consciência bem como a da coexistência pacífica dos que compartilham o mesmo momento mágico que é um só: a elevação do pensamento.
Os atores na inserção do momento, vivem a simultaneidade do sagrado de seu ofício com a entrega de seu corpo em vida. A verdade da alma que é identidade para sacudir e despertar vidas à sua volta de seu entorpecimento cotidiano e estéril, mostrando-lhes um sentido de renovação que conduz à recuperação através do fazer artístico, uma arte que somente as infâncias não perdidas podem melhor captar ou entender.
É preciso que os educadores sejam esclarecidos de que cada sensibilidade e presença individual nas platéias é construtora autônoma de sua própria assimilação frente ao que se apresenta. E que no Teatro é a representação da vida. A presentificação que se apresenta.
A diferença das mídias e a visão desperta
Na televisão a ficção é assistida por
olhares nem tão atentos, via de regra, a alimentação do sonho
popular de acesso a melhores condições de vida e aos bens de
consumo. É pela crítica e exploração deste cotidiano que
está a promessa de diversão em forma de esperança. Através de
um realismo naturalista assiste-se ao simulacro das relações
cotidianas nos ambientes de convivência das comunidades, sejam
elas urbanas ou rurais. Encontra-se assim na TV a função de
espelhamento da vida equivalente à comédia de costumes do
teatro como feito no século XIX no Brasil com Martins Pena entre
outros no mundo tais como e antes, com Moliére na França com a
predominância da farsa, ou muito distante na antiga Grécia,
onde já estavam ali representados o desafio da convivência
humana. Aprender o já sabido resquício de inteligência animal
justifica o sucesso da fórmula do teatro como diversão para
quem satisfeito com o entendimento do que se passava à sua
frente estaria na convicção da constatação de sua
inteligência.
Um momento de ouro em horário tardio, recentemente, fruto de
pesquisa da televisão, a busca de nova linguagem, nutrida pelo
teatro e seus grandes atores, nos premiou a todos com a mini
série "O Dia de Maria" de Carlos Alberto Sofredini.
Autor teatral que fez o Brasil todo, apenas o acordado,
compartilhar de um dos melhores momentos da inovação na TV
brasileira, brindando-nos com uma estética, emanada do teatro,
no qual trouxe-nos raízes de uma cultura interiorana e paulista,
que é universal à cultura e à Transcultura de todas as
regiões brasileiras e pertencente ao imaginário e folclore
humano. Em outros bons momentos a arte da representação
colocou-se na telinha como filha natural do teatro, a grata
referência ao ser humano.
Mas é no teatro que se forma o gosto por um diferente tipo de
deguste estético, que vai muito além das instaladas
objetividades racionais necessárias às atividades simples do
nosso dia a dia e para o trivial de nossas existências.
É possível no teatro sentir a platéia desfrutar da presença
do outro como igual, muito mais do que apenas o humano e
idealizado semelhante. Falo da auto percepção de sintonia fina
que temos e que nos leva à mais aguçada contemplação da vida.
A chamada fruição estética se dá pelos órgãos do sentido,
mas a atitude da percepção transcende em muito aos cinco
sentidos, nos deixando mergulhar em nós mesmos e no prazeroso
reconhecimento da grandiosidade humana.
É na alimentação do espírito humano, que se constrói nossa
própria humanidade. Onde vive e pulsa a cultura que não pode
ser entendida, modo menor, como o conjunto ou acervo de nossas
manifestações populares ou folclóricas, ou pelo tombamento de
prédios históricos. Isto tudo também indispensável,
representa o corpo de nossa cultura. Mas não se pode também
definir cultura simplesmente como justificativa pelo uso da arte
e toda sua tecnologia.
Define-se assim a arte errôneamente como o simples uso das
tecnologias várias que são empregadas pelo fazer artístico.
Desde o pincel ao uso da voz humana.
Desde muito as mais primárias técnicas estão a serviço de uma espécie que se erguera no topo de todas as demais no planeta, modificando a natureza este portador da "ingênua leitura", pela qual se percebe o criador predominante e acima de tal distinto por sua cultura a criatura se mantém separada de todo o resto. Assim se tem constituído nossa alma moderna desde que o homem fora colocado como centro, se não do Universo como antes, outrora como expressão máxima de sua própria razão iluminista. Assim vive, lateja, pulsa e bate a noção do homem construtor ou produtor de sua própria cultura seja do arroz com feijão ou do objeto de contemplação artística.
Assim com as definições de arte e cultura equivocadas por seu utilitarismo pragmático faz-se uma confusão na hora da escolha que a escola faz do que se oferece como atrações ao teatro para o público de estudantes.
Resta então para recompormos nossa humanidade, de homem integral, orientar e definir cultura como a expressão para o aprimoramento e evolução do espírito humano dos povos do planeta.
Consideremos o grande desafio que a cultura exige está assim composto por uma tríade de atitudes:
Tudo como uma fórmula para se atingir um melhor resultado para uma formação integral a todos os educandos é a proposta então disponível de um teatro de verdade como um recomeço para se buscar otimizar o angulo da visão para o belo, o bom e o justo.
Oldair Soares Ammom
Formador Pesquisador, é dramaturgo e diretor teatral
MODO DE PREPARO
(para evitar um mal maior, a perda da percepção)
Senhores diretores, coordenadores pedagógicos, professores em geral, convido-os
SOBRETUDO, IMPERATIVO CORTAR MASSAS E CARBOIDRATOS - INGESTÃO AÇUCARADA DE facilitadas "OVER DOSES" CALÓRICAS
Deve-se lembrar acima de tudo de não privilegiar espetáculos de teatrinho infantil que traduzem uma falsa e distorcida visão que lamentavelmente em geral adultos têm da criança, composta ao longo de incontáveis gerações.
A visão empobrecida e diminuída da idéia que se faz da criança-pequena é compartilhada pela maioria dos pais, formatados por outro nível de cultura, que encontra-se estendida à quase totalidade de professores menos avisados, ainda que a maioria inocentemente pela falta do acesso ao verdadeiro teatro, e da própria classe teatral*, que em todo o Brasil carece de uma melhor formação*. Assim é comum assistirmos às apenas aparentemente 'palatáveis e digestivas' montagens teatrais infantilóides com o tratamento no diminutivo a proporem raciocínios óbvios e básicos para uma genialidade, de jovens e crianças "desnutridas" e famintas de cultura, então esses gênios moradores das mais pequenas idades merecem e requerem muito mais.
Históricamente, José de Anchieta e a escola jesuítica lançaram mão do recurso do teatro para a catequese, dominação e extermínio da cultura dos índios brasileiros, mas somente utilizou desta estratégia por que já os povos indígenas tinham o seu próprio teatro, valorizavam símbolos e mitos em suas representações como bem nos lembra Ariano Suassuna, recentemente numa de suas encantadoras palestras. Num mundo há muito perdido a idéia de trabalho não era como a que sofremos hoje. As crianças compartilhavam e aprendiam com seus pais a sobrevivência sagrada, como prática para a mágica da vida, e daí o simbólico, o Teatro. Hoje infelizmente as crianças em nosso meio desconhecem na sua grande maioria a importância e o valor do teatro.*para saber mais clique
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Vamos vencer juntos, atores e educadores, a ignorância que o povo tem quanto ao teatro