Fernando Pessoa, o inventor de heterônimos

Palavra de origem grega, heterônimo significa literalmente “outros (heteros) nomes (onyma)”, mas, em realidade, designa outras personalidade, que a imaginação de Fernando Pessoa concebeu. Ou seja, o poeta divide-se em poetas, cada um com uma personalidade e uma obra própria. Enquanto o pseudônimo é um nome atrás de um nome falso (pseudo), o heterônimo é mais complexo, porque implica a invenção de uma biografia para um novo poeta, com um estilo e uma visão de mundo específica.

Qual seria a razão de Fernando Pessoa inventar heterônimos? Uma simples manifestação? O curiosos é que o próprio Pessoa confessa que, quando criança, tinha uma grande tendência para simular. Menino solitário, teria inventado companheiros para brincar, como um tal de Chevalier de Pas. Mas essa explicação é insuficiente e não resolve o problema. Muitos estudiosos têm se debruçado sobre a questão, dando interpretações das mais variadas, e os heterônimos poderiam ser autênticas máscaras (curiosidade, o sobrenome do poeta vem da palavra latina persona, que significa “máscara”). Escondido atrás delas, os poeta oculta sua personalidade para revelar aspectos múltiplos da realidade. A conseqüência disso é que Fernando Pessoa passou a vida criando heterônimos. Além dos mais conhecidos, que são Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, ainda se salientam Bernardo Soares, Alexander Search (que só escrevia em inglês), Vicente Guedes, Antônio Mora, etc.

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