SIMBOLISMO ALQUÍMICO
A OBRA ALQUÍMICA
De
KAMALA-JNANA F.A. de R+C
Rubellus Petrinus
(Background sounds)
Kamala-Jnana é o pseudónimo de um alquimista contemporâneo que foi Superior do Templo de Ajunta dos F.A.R.+ C em França. A Colegial Al-kimia à qual também nós pertencemos, é o Círculo Exterior dos Antigos Irmãos Rosa+Cruz também sediada em França. Com a morte de Roger Caro a Colegial Al-kimia está "adormecida".
Conforme a Introdução do seu livro Dictionaire de Philosophie Alchimique, ao que parece, o nome de Kamala-Jnana seria Jean e terá morrido de um acidente. O seu irmão, de nome Pierrot, também falecido pouco tempo depois, terá ficado com o espólio das suas obras, as quais, depois da sua morte, foram parar às mãos de um amigo deste, que por sua vez, as entregou a um tal Pierre Deleuvre para publicação.
A Obra de Kamala-Jnana, sob o ponto de vista alquímico é de uma beleza extraordinária. À primeira vista, para um alquimista experiente, parece ser de uma grande simplicidade. Mas que não se iludam aqueles que assim pensam. Debaixo dessa aparente simplicidade esconde-se uma "chave" (segredo) de enorme dificuldade operativa, que faz gastar anos de vida a todos os estudiosos desta magnífica obra alquímica sem a conseguirem encontrar.
O Mestre teve diversos discípulos, dos quais apenas, conhecemos dois: Roger Caro, autor de diversos livros de alquimia tais como: Concordances Alchimiques e Tout le Grand Oeuvre Photografie e Jean de Clairefontaine, autor do Livro Apocalipse Revelation Alchimique.
Kama-Jnana escreveu diversos livros sobre a Arte, sendo o mais conhecido o Dictionaire de Philosophie Alchimique.
Como o seu título indica, este livro descreve toda a sua obra sob a forma de Dicionário o qual contém, algumas fotografias a cores das diversas fases da obra, tiradas pelo autor.
Roger Caro, em 1968 com autorização do Imperador do Templo de Ajunta, faz publicar o livro Tout la Grand Oeuvre Photografie. Como o seu título indica, este pequeno volume contém 43 fotografias tiradas por Kamala-Jnana e agrupadas por Roger Caro pela sequência da Obra e com a respectiva descrição.
Consta que Roger Caro seria o próprio Kama-Jnana mas isto está em contradição com o que está escrito no prefácio do livro Tout La Gran Oeuvre Photographie.
«É uma satisfação para mim dar o meu testemunho à magnifica realização do nosso grande amigo Roger Caro.
Nunca um trabalho mais árduo foi executado com tanta paciência, tenacidade, segurança e competência.
Um puzzle, constituído por quarenta quadricomias a granel dispersas e sem legenda foi reconstituído e comentado com mestria.»
«Estas fotos, que outrora foram tiradas pelo nosso defunto e tão saudoso Filho Kamala-Jnana no decurso de uma experiência alquímica em Ajunta, não puderam ser publicadas senão por vós meu caro grande mestre…»
Isto é prova mais que evidente que Roger Caro nunca poderia ter sido Kamala-Jnana.
A via de Kamala-Jnana é, essencialmente, uma via húmida, a mais nobre de todas as vias alquímicas. As diversas fases da Obra são as seguintes, segundo os ensinamentos do Mestre e de Jean de Clairefontaine:
1 -
Preparação. 2 - Solve. 3 - Coagula. 4 - Multiplicação.O tempo de duração da Obra inteira é de 28 meses filosóficos, assim distribuídos: Preparação - 2. Solve - 8. Coagula - 16. Multiplicação - 2. Total: 28.
Chamamos a vossa atenção para este tempo que não é real, mas sim filosófico, tal como explica o Mestre do Dictionaire de Philosophie Alchimique:
«Meses Filosóficos: Não têm nada de comum com os meses ordinários. Os meses filosóficos representam um tempo convencional. Calculam-se de forma que os quatro quartos de uma lunação, reduzidos a 24 horas, coincidam com as quatro estações da Grande Obra, começando no Inverno.»
Deixamos ao vosso discernimento decifrá-lo, o que, aliás, é simples. O conhecimento do tempo é de grande importância no decurso da obra e por isso, vos recomendamos não prosseguirdes sem saberdes exactamente, qual o tempo que representa um mês filosófico.
Depois de saberdes isso, necessitareis conhecer a matéria ou sujeito mineral e, bem assim, o agente ou fogo secreto, ambos representados simbolicamente pela figura que juntamos.
Sem o conhecimento exacto do sujeito e do fogo secreto, ser-vos-á, totalmente impossível, começar os trabalhos. Por isso, começaremos pela matéria prima ou sujeito mineral.
MATÉRIA PRIMEIRA
ou SUJEITOO sujeito da nossa obra, é o Dragão vermelho, que podereis observar na figura e que o Cosmopolita identifica no seu livro, Nouvelle Lumiere Chimique, p 233:
«É uma pedra e não é pedra: é chamada pedra pela sua semelhança, primeiramente, porque o seu minério é verdadeiramente pedra no início, quando foi extraído das cavernas da terra. É uma matéria dura e seca, que se pode reduzir em pequenas partes e triturar como uma pedra. Secundariamente, porque depois da destruição da sua forma e da divisão das suas partes, que foram compostas e unidas pela natureza, é necessário reduzi-la a uma essência única, digeri-la docemente segundo a Natureza, numa pedra incombustível, resistente ao fogo, e fundente como a cera.»
O Mestre não foi muito generoso na descrição das características do nosso mineral mas faz uma síntese de toda a obra desde o sujeito até à pedra filosofal.
Que mais poderemos dizer-vos para a identificardes, sem que ultrapassemos o limite do permitido pela tradição?
Que é um mineral muito rijo e pesado que se encontra em abundância na China, em Espanha e noutros países. Que é foto sensível e, por isso, quando exposto por muito tempo à acção directa da luz solar, fica negro à superfície. Antigamente, moído em pó muito fino, era usado na pintura a óleo.
Para melhor identificardes o nosso sujeito mineral pelo símbolo espagírico do seu espírito, rogai à deusa Vénus e também a Diana minguante (cornuda) que vos ajudem e, então, por sobreposição dos dois símbolos, com a graça de Deus sereis gratificados.
Identificando o símbolo espagírico do seu espírito, facilmente podereis saber o nome do mineral de onde é extraído. É tudo quanto vos podemos dizer para vos ajudar a identificar o nosso sujeito mineral ou Dragão vermelho. Não há um ponto a mais, ou, uma vírgula que falte.
Procurai um mineral isento de sílica e o mais cristalino possível. Se não o conseguirdes, tereis de purificá-lo, por flutuação da seguinte maneira. Num pilão de ferro, reduzi a pó pedacinhos do nosso mineral. O sujeito é muito rijo e, por isso, tereis de parti-lo em pedacinhos pequenos, antes de reduzi-lo a pó no pilão. Depois peneirai-o numa peneira de 60 linhas por centímetro ou 120 por polegada.
Quando o tiverdes peneirado, deitai 500 g num frasco de vidro de 1 litro com boca larga e vertei-lhe por cima água da fonte suficiente para o encher. Mexei circularmente com uma vareta de vidro e, quando o pó fino estiver ainda flutuando na água, derramai-a rapidamente para outro frasco igual.
Voltai a repetir o processo, até que o mineral em pó fino passe todo juntamente com a água para o outro vaso, restando no primeiro frasco as escórias siliciosas.
Por decantação, vertei toda a água e deixar secar o mineral à sombra, ao abrigo da luz solar directa, pois, como dissemos, este mineral é foto sensível. Guardai-o num frasco de boca larga ao abrigo da luz.
O SAL
ou FOGO SECRETOO sal ou fogo secreto é o agente que provoca todas as transformações da matéria ou sujeito mineral, sendo, por isso, a chave de toda a Obra.
Que poderemos dizer do sal ou fogo secreto, com vista à sua identificação pelos filhos da Arte, sem ultrapassarmos o limite permissível, sem o desvelar claramente?
Que é um verdadeiro fogo salino preparado pelo artista a partir de matérias do reino vegetal e mineral.
A este respeito, Basílio Valentim, no seu livro Les Douze Clefs De La Philosophie, p 132, diz:
«Se qualquer coisa for reduzida a cinzas e tratada segundo a Arte, dela se poderá extrair o seu sal…»
Para sermos mais caridosos, vamos identificar a proveniência de um dos fogos, tal como o Mestre o descreve no Dictionaire De Philosophie Alchimique:
«Acácia…a acácia, em termos alquímicos, é uma árvore que contém muitas calorias própria a alimentar um dos fogos secretos dos Sábios.»
«Carvalho. Como a acácia e os fetos, esta árvore contém, em si, muitas calorias servindo para alimentar um dos fogos dos Sábios.»
Quanto ao segundo sal, de origem mineral vamos tentar identificá-lo, dentro do possível.
É uma pedra muito comum que tem no seu interior um fogo latente depois de ter sido sujeita à acção do fogo vulgar e, por incrível que pareça, a água faz despertar esse fogo por algum tempo.
No livro Le Triomphe Hermétique, Limojon de St. Didier, p 43 diz:
«Considerai, somente, com aplicação, que este fogo natural é, todavia, uma artificiosa invenção do artista; que é próprio a calcinar, dissolver e sublimar a pedra dos filósofos, e que não há outra espécie de fogo no mundo, capaz de produzir um efeito semelhante. Considerai que este fogo é da natureza da cal e que, não é de maneira alguma relativamente estranho ao sujeito da filosofia…»
Foi esta a melhor maneira que encontrámos para vos descrever as características deste duplo fogo salino que é extremamente cáustico e corrosivo.
O Mestre, no Dictionaire de Philosophie Alchimique, identifica as matérias da sua Obra por meio de três palavras, inscritas nos templos Indianos e Tibetanos consideradas sagradas, cuja tradução nos foi facultada caridosamente por um irmão:
Kshàra
. Ogàs. Hingula.Se fordes suficientemente perspicazes conseguireis identificar nestas palavras a fórmula química actual do fogo secreto.
Aqui tendes, irmãos, a "chave" que vos permitirá identificar e depois preparar como manda a Arte, o fogo salino duplo que vos abrirá as portas da Obra. Assim o saibais entender.
Para vos ajudar fizemos por foto montagem a imagem que juntamos. Fizemos todos os possíveis para vos transmitir esta "chave" praticamente em linguagem clara e, estamos certos, de que um Artista com alguma experiência a compreenderá. Os outros, pseudo-alquimistas e sopradores, esses, ficarão como sempre foram.
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