Crescem os pedidos de teste gratuito de paternidade Em fevereiro foram solicitados noventa exames por dia em São Paulo, contra sessenta no mesmo mês de 1998. Um dos poucos lugares que fazem gratuitamente o exame de paternidade no Brasil, o Instituto de Medicina Social e de Criminologia do Estado de
São Paulo (Imesc) recebe noventa pedidos judiciais desse tipo
de teste diariamente. “A procura é grande e estamos facilitando o
acesso das famílias por meio de um convênio com a Procuradoria Geral
do Estado”, diz Maria Alice Pollo Araújo, diretora do Centro de
Estudos do Imesc, referindo-se à lentidão da Justiça para preencher
as etapas burocráticas. Comparado ao mesmo período de 1998, último
com levantamento preciso realizado pelo órgão, a demanda cresceu 50%. Em geral, os motivos que levam as famílias a buscar o exame são separações, casos extraconjugais, litígios e pedidos e distribuição de herança. Casais jovens, na faixa entre 30 e 40 anos, são os que mais recorrem aos testes de DNA. Tanto nos órgãos públicos quanto nos laboratórios particulares a identidade dos envolvidos é muito preservada. O preço da gratuidade é o tempo de espera. O agendamento das solicitações pode demorar até oito meses a partir do requerimento da Justiça, uma exigência que sempre precede os exames de DNA. Depois da coleta do material (geralmente uma gota de sangue), são necessários mais quatro meses para fazer o laudo, o que totaliza aproximadamente um ano de espera. Laboratórios particulares também fazem o exame Quem não quiser enfrentar a fila pode optar pelos laboratórios particulares, onde os testes de paternidade têm um custo relativamente elevado. Cada um dos envolvidos (pai, mãe e filho) tem que desembolsar, pelo menos, 400 reais. O resultado sai em, no máximo, em trinta dias. “Nesses testes identificamos o lócus (posição de um determinado gene em um cromossomo) genético característico da família e determinamos categoricamente a paternidade”, diz Rogério Heggendorn Sayão, diretor médico da área de genética do Laboratório Delboni Auriemo, de São Paulo (Brasil). Segundo Sayão, todas as análises têm comprovação científica e possuem 100% de confiabilidade. Ao contrário do que ocorre nos órgãos públicos, nos laboratórios particulares não é necessário pedido judicial para fazer o teste de paternidade. Basta apresentar a documentação dos interessados e uma requisição médica. Danilo Tovo, especial para Salutia |